terça-feira, dezembro 29, 2015

RIP - Lemmy Kilmister



If you like to gamble, I tell you I'm your man
You win some, lose some, It's all the same to me
The pleasure is to play, makes no difference what you say
I don't share your greed, the only card I need is

The Ace of Spades
The Ace of Spades

Playing for the high one, dancing with the Devil
Going with the flow, it's all a game to me
Seven or eleven, snake eyes watching you
Double up or quit, double strike or split

The Ace of Spades
The Ace of Spades

You know I born to lose, and gambling is for fools
But that's the way I like it baby
I don't wanna live forever
And don't forget the Joker

Pushing up the ante, I know you've got to see me
Read 'em and weep, the dead man's hand again
I see it in your eyes, take one look and die
The only thing you see, you know it's gonna be

The Ace of Spades
The Ace of Spades


Musica : The Ace of Spades
Interprete: Motörhead

segunda-feira, dezembro 28, 2015

Facebook Arena, ponto!

Jorge Jesus concedeu uma entrevista bem interessante a um jornal macaense chamado 'Ponto Final'. O título do jornal tem a sua graça tendo em conta que o presidente do Sporting termina por norma as suas frases orais com a palavra 'ponto!', proferida exclamativamente em modo de patrão. Como quem diz que a conversa acabou ali e que não se admite sequer discussão perante a evidência dos factos.

Já quanto aos seus pensamentos, transcritos quase diariamente na página pessoal da rede social que frequenta, o presidente do Sporting apenas utiliza o sinal gráfico do ponto propriamente dito porque, na realidade, seria uma redundância escrever 'ponto' e depois meter o sinal de ponto logo a seguir, embora ainda possa vir a acontecer, se é que não aconteceu já.

A verdade é que o presidente do Sporting dá-se bem com os pontos finais. Já com as vírgulas não se mostra tão à-vontade e também está no seu direito porque, neste mundo da comunicação, trata-se de uma arte mais exigente. E nestas coisas da bola até a pontuação tem o seu preço.

Dizem agora os especialistas na matéria financeira que fará falta ao Sporting o dinheiro que vai ter de pagar à famigerada Doyen em função da decisão do TAS sobre os meandros da transferência de Rojo. Na realidade, nem é preciso ser-se um grande especialista para concluir que aos clubes portugueses, nomeadamente aos grandes, fará falta sempre qualquer receita com que se contava em caixa e que tenha de ser devolvida por razões absurdas.

Veja-se o caso do Porto. Só abdicou de patrocinador para as suas camisolas porque a venda das camisolas de Iker Casillas tem gerado fortunas que lhe permitem dispensar os trocos. A venda do nome dos estádios parece ser agora a próxima fonte de receita dos clubes grandes. Romantismos postos de lado nesta era de crueza financeira, os adeptos conformam-se com a ideia - esta sim, uma ideia moderna - e fazem votos para que os líderes das suas respectivas SAD encontrem, no mercado internacional parceiros com nomes sonantes para o 'naming' dos seus estádios. Do lado do Porto e do Benfica, ainda nada transpira sobre este assunto.

Do lado do Sporting. tudo leva a crer que será Mark Zuckerberg o parceiro na calha para que, finalmente e fazendo-se justiça, Alvalade se passe a chamar rapidamente 'Facebook Arena'. Ou mesmo, 'Facebook Arena. ponto!',


Fonte: Leonor Pinhão @ record


Desbaratando créditos

Um presidente - independentemente do tamanho do clube e até do tamanho do presidente – não está sujeito ao constrangimento de horários quando se trata de chegar a casa. Presidente é presidente. Tal como no decorrer dos 90’ de um jogo é o árbitro o dono do relógio, nos outros minutos todos que sobram são os presidentes os donos do seu tempo. Aliás, só um presidente pode ditar a si mesmo ordens de soltura ou de recolher obrigatório no caso de achar conveniente, coisa nunca vista em mais de um século de futebol. 

Ao contrário dos jogadores de futebol, que obedecem a regulamentos disciplinares muito estritos em função dos turnos da noite, um presidente não tem turno. É suposto, aliás, dedicar-se ao seu emblema 24 horas por dia. Já com os treinadores é diferente. Ainda recentemente o treinador do Benfica anunciou, garbosamente, que se dedicava à sua equipa das 8 da manhã às 8 da noite. 

Em função das notícias mais recentes sobre o problema dos horários no futebol português, conclui-se com admiração que 9 horas depois de Rui Vitória ter encerrado o seu turno diário de dedicação à causa, ainda o presidente do Sporting se dedicava ruidosamente ao convívio com a família sportinguista e com outras famílias, como o próprio esclareceu, e que tudo o mais é especulação dos jornais e dos seus jornalistas vendidos. E será, certamente, especulação. 

Não pensem, no entanto, os dois jogadores do Sporting que há três semanas foram notícia por terem abandonado as instalações de um restaurante lisboeta por volta da meia-noite que os horários do presidente lhes poderão valer como atenuante do seu comportamento e das eventuais ações disciplinares em curso. William Carvalho e João Mário são futebolistas profissionais. Conhecem os regulamentos internos a que estão sujeitos e os níveis de sacrifício impostos pelo ofício que escolheram e que desempenham com perfeição. 

Devem aceitar as coisas tal como são e não reclamar por igualdade de tratamento porque presidente é presidente e dispensa ordens de soltura ou de recolhimento. Por tudo isto, não devem também os dois jogadores em questão esboçar sequer um sorriso perante as notícias malévolas do Funchal. 


Outras Histórias 
Saber ou não saber nadar 
Júlio César, que ganhou títulos importantes ao longo da carreira, celebrou como um louco o golo de Jonas ao Rio Ave que recolocou o Benfica em vantagem. Faltavam poucos minutos para o fim e tudo levava a crer que, depois do nulo na Madeira, outro empate vinha a caminho e a somar a mais uma exibição desconchavada dos campeões. Os "dez minutos à Benfica" que salvaram o resultado e acabaram com os protestos na Luz salvaram também retoricamente o Natal do treinador do Benfica. 

Rui Vitória foi infeliz no lançamento do jogo quando comparou as suas responsabilidades como treinador do Benfica com aquela coisa menor da "natação" em que se vive "debaixo de água" a "bater com a cabeça na parede". Não fosse a arte de Jonas e passaria o Benfica uma quadra pouco festiva, repleta de graças cruéis sobre quem sabe e quem não sabe nadar. Júlio César é um tipo experiente e sabe como pesam toneladas as palavras infelizes que antecedem os rescaldos infelizes. Explica-se, assim, a eloquência do seu festejo. 



Sobe e Desce 
Sobe 
Jonas - Isto, sim, é Natal 
O brasileiro ‘desempatou’ o jogo com o Rio Ave e festejou o golo com a juventude em êxtase face à proximidade do ídolo. 

Família Aveiro - À beira da exclusão 
O sócio 100 mil do Sporting pode estar à beira da exclusão já que a sua família esteve no Estádio da Madeira a apoiar o União. 


Desce 
Iker Casillas - Faz falta a cultura 
Em vídeo-alocução, Casillas regozijou-se com a derrota do "Sporting de Lisboa" e com a liderança do Porto. Estes espanhóis… 


Pérola 
"Benfica e Porto não estavam habituados a um Sporting deste nível", José Maria Ricciardi 


Fonte: Leonor Pinhão @ correio da manha

Last Christmas - Postmodern Jukebox

domingo, dezembro 27, 2015

Anestesia linguística

Dois anos depois, consegui tirar o número da minha avó da lista de contactos do telemóvel.

Nem só quem foi à guerra sabe o que é coragem.

Para custar menos, primeiro mudei o idioma do telefone para inglês. Entre "Delete entry 'Avó'?" e "Apagar 'Avó'?", tenho menos dificuldade em responder afirmativamente à primeira pergunta.

Toda a gente já percebeu que a vida, em inglês, é mais fácil. As coisas passam a ser outras coisas, embora continuem a ser as mesmas. Um CEO é um patrão, mas ao mesmo tempo não é. É mais difícil contestar as decisões de um CEO, dado que, em princípio, ele terá um MBA. Como é evidente, esse know-how permite-lhe saber mais, em termos de management, do que os outros sobretudo, do que as pessoas que ainda pensam em português. Daí que toda a gente se sinta habilitada a contestar os despedimentos impostos por um patrão, mas ninguém se atreva a criticar um downsizing determinado por um CEO. Numa canção de 1974 chamada "O patrão e nós", Fausto diz do patrão que e cito "não faz falta e é cabrão". É impensável dizer o mesmo de um CEO, até porque quase nada rima com ci i âu.

Beber um copo a seguir ao trabalho não será mau de todo, mas a sugestão de álcool está demasiado presente, por causa do copo, e a referência ao trabalho é inestética, além de antiquada. Quem trabalha são os trabalhadores, e não há trabalhadores desde a Revolução Industrial. Há project managers, web designers, sales assistants e controllers. Esta gente não vai beber um copo a seguir ao trabalho. Vai a um sunset. Haverá copos, mas são de cocktail. Dentro dos copos haverá bebidas brancas, mas também pepino, tomate cherry, morangos. É o antigo álcool, mas também é a moderna salada.

Ninguém dá crédito nem atenção a um grupo de pessoas que esteja a tentar começar um negócio, a ver se pega. Mas se o mesmo grupo de pessoas se dedicar a montar uma start up, será convidado a integrar uma incubadora, com vista à formação de clusters estratégicos que contribuam para a federação de players. Se resultar, a start up fará uma operação de recruiting. Mas é certo que acabará por preterir as pessoas que se candidatarem, em detrimento das que fizerem um pitch. Ninguém triunfa com uma mentalidade. O mundo é dos que possuem um mindset.

Fonte: Ricardo Araújo Pereira@Visão

domingo, dezembro 20, 2015

Desbaratando créditos

Jorge Sousa dirigiu na época passada uma quantidade significativa de jogos importantes. Saiu-se sempre airosamente, recebendo até aplausos de todos os lados, proeza digna de menção porque a arte da crítica em Portugal, seja o crítico amador ou profissional, é feroz e parcial. No suposto ano do 'colinho', o árbitro em causa fez de tudo menos dar cabo do seu bom nome na praça.

Na corrente temporada, que é a da "verdade desportiva" mas só enquanto o Sporting for líder do campeonato, o mesmo Jorge Sousa não tem feito outra coisa do que espalhar-se ao comprido, desbaratando metodicamente os créditos que lhe levaram anos a conquistar. Na mesma semana em que Sousa voltou a ser cabeça de cartaz pelos piores motivos, a UEFA tornou pública a lista de árbitros internacionais que vão estar na fase final do Euro'2016 e, evidentemente, não cabe lá nenhum português. 

Dirão os críticos de uma certa fação que a culpa é de Vítor Pereira, o presidente dos árbitros, visto que nos seus dez anos de mandato o Porto 'só' ganhou 7 campeonatos e o Benfica venceu 3, número considerado astronómico e que obrigou a mudanças nas cúpulas da Liga de Clubes na expectativa de uma próxima década mais feliz em que, bem feitas as contas, o Porto ganhe 9 campeonatos e o Sporting, vá lá, 1. E já é um pau.

Porque o Porto e o Sporting não podem garantir Jorge Sousa a apitar todos os seus jogos - pareceria mal - foi negligentemente mandado para Braga um outro árbitro, do tipo jovem, que cometeu a proeza de mostrar o primeiro cartão amarelo a Slimani aos 80 minutos de jogo. O argelino, excelente matador, consegue chegar ao fim de todas as partidas. Mas com os cotovelos doridos, de tal modo lhe é permitido usar e abusar do jogo de braços. Em Braga, onde deu mais um festival da sua arte, viu-lhe ser mal anulado um golo já no prolongamento da decisão da eliminatória da Taça. Na verdade, já deveria ter sido posto fora do campo há muito, muito tempo. É por estas coisas que os árbitros portugueses vêem cair a pique a sua cotação internacional. A Lei da Compensação é muito traiçoeira.

Assim que terminou a lamentável prestação do Benfica na Madeira, na última terça-feira, o treinador do Benfica saiu-se com esta: "Fica uma segunda parte boa em que o União praticamente não chegou à nossa baliza." E pronto, sobre este assunto não há mesmo mais nada a dizer."


Fonte: Leonor Pinhão @ record

É pouco, míster!

O Benfica tem de protestar veementemente. Isto, claro está, se quiser cumprir com o mínimo de dignidade os procedimentos formais de despedida do velho sonho do ‘tri’ desvanecido, assim o parece, na noite madeirense da última terça-feira. E, para cúmulo, em perfeitas condições meteorológicas: céu estrelado, visibilidade aguda, temperatura amena, ausência de vento e um relvado em condições aceitáveis para palco do tal jogo em atraso da 7ª jornada. 

O resultado quedou-se num 0-0 péssimo para as pretensões benfiquistas. Mesmo assim, é caso para se dizer que foi melhor o resultado do que a exibição. E já é concluir muito sobre a estrondosa nulidade do futebol posto em prática pelos bicampeões nacionais na Choupana, facto indesmentível que mais alimenta a confrangedora suspeita de que não passou de um acaso, daqueles em que o futebol fértil, a saborosa vitória alcançada no Calderón madrileno por finais de setembro em jogo da Liga dos Campeões, que é outra louça. 

Internamente, porém, não se passa um dia sem que este benevolente Benfica não dê trunfos aos seus inimigos que são muitos e andam superlativamente atiçados. Tomemos o exemplo da atual direção da Liga renascida do pacto de não-agressão Porto-Sporting – perante a qual o Benfica tem de se impor até no miserável pormenor dos horários dos jogos para obstar à conspiração em marcha que visa, para já com sucesso, afastá-lo de qualquer hipótese de revalidação do título. 

É sabido que o treinador contratado pelo Benfica é bem superior ao seu antecessor em termos gramaticais, o que de nada nos tem valido porque em termos de substância tem vindo a resvalar de forma quase acintosa ainda que sincera. Na semana passada, por exemplo, comunicou à imprensa e, consequentemente ao país, que vive "intensamente" o Benfica "das 8 da manhã às 8 da noite". É pouco, míster! É muito pouco e é perigoso porque, sabendo disto, a Liga marcou logo maldosamente o jogo com o U. Madeira para as 9 da noite e foi o que se viu. 

A boa notícia é que o Benfica joga amanhã com o Rio Ave às 4 da tarde por respeito ao horário de expediente do seu treinador. Amanhã, portanto, só pode correr bem. 


Sousa ainda a presidente da Liga 
Pedro Proença e Olegário Benquerença foram os últimos árbitros portugueses a atuar em fases finais de torneios internacionais de gabarito. Ambos foram donos e senhores de carreiras mais do que polémicas no país que os viu nascer, protagonizando casos e decisões – algumas bem chocantes – que definiram títulos e outras honrarias de trazer por casa. No entanto, para lá de Badajoz, ambos construíram carreiras apreciáveis e constituíram-se merecidamente como o orgulho da arbitragem nacional. 

Ficou-se a saber esta semana que não haverá árbitros portugueses na fase final do Euro 2016. Trata-se, manifestamente, de uma injustiça feita a Jorge Sousa. Só neste primeiro terço de época, o portuense já protagonizou internamente aquela dose apreciável de decisões chocantes que, segundo reza a tradição, fazem progredir a carreira internacional dos nossos piores-melhores árbitros. A arte de Sousa não chegará a França no próximo verão. Mas pode ser que chegue para um dia ser líder da Liga. 


Sobe e Desce 
Sobe 
Doutor sim, mas karamba - Eduardo Barroso 
Notável capacidade adivinhatória do Dr. mais famoso do país num desportivo: "Se tirarmos o Benfica da Taça, o Braga faz o resto." 

Jornalismo de referência - Sport TV 
Avançar com o clube do árbitro no lugar da Associação a que pertence é um saudável atrevimento informativo. Isto promete. 

Desce 
Conspiração internacional - Marcano 
Eis o momento em que o pezinho de Marcano, a subir, afasta definitivamente o árbitro Jorge Sousa da fase final do Euro 2016. 


Pérola 
"Estamos a guardar os golos para uma ocasião especial", Paulo Fonseca


Fonte: Leonor Pinhão @ correio da manha

sexta-feira, dezembro 18, 2015

Da contiguidade de obrigados

Já não é a primeira vez que acontece. Chegamos ao aeroporto. O motorista do táxi passa-me a máquina para eu marcar o código do multibanco e eu: obrigado. Depois ele recolhe a máquina e eu: obrigado. Logo a seguir ele entrega-me o talão e eu: obrigado. E depois dá-me a factura e eu: obrigado. No fim, deseja-me boa viagem e eu: obrigado. São cinco obrigados num período inferior a 30 segundos. O que deseja ser reconhecimento toma a aparência de zombaria. A educação transforma-se em falta de educação.

A pretexto de estarem mais preocupados com outras questões, os filósofos têm recusado reflectir sobre o problema da contiguidade de obrigados. É mais fácil andar pelas ruas de Atenas a tagarelar com Trasímaco acerca da definição de justiça do que dizer a uma pessoa o que há-de fazer quando uma concentração de agradecimentos subverte a ideia de gratidão. E depois admiram-se que sejam condenados a beber uma tacinha de cicuta.

Na minha opinião, quando confrontada com este tipo de problema, uma pessoa tem três hipóteses, nenhuma das quais completamente satisfatória:

1 - Agradecer apenas uma em cada duas acções. A alternância de agradecimentos com silêncio reduz a frequência dos obrigados, mas cria uma injustiça: certas acções passam sem retribuição. No caso em apreço, eu teria agradecido apenas a oferta da máquina, a entrega do talão e o desejo de boa viagem, e teria deixado sem agradecimento a recolha da máquina e a entrega da factura. Esta conduta produzirá no meu interlocutor uma dúvida: porque é que certas acções são merecedoras de agradecimento e outras não, sabendo que todas são praticadas com o mesmo denodo? Uma inquietação que, com base na minha experiência pessoal, o nosso interlocutor pode querer tirar a limpo com recurso à violência física.

2 - Esperar pelo fim e fazer apenas um agradecimento, talvez referindo que aquele obrigado, embora singular, se destina a agradecer uma pluralidade de acções. Um agradecimento global, digamos assim. No entanto, o facto de não agradecermos cada uma das acções individuais poderá gerar no outro a ideia de que somos malcriados. Isso, por sua vez, levará a que ele vá descurando progressivamente o empenho no serviço – o que, além do mais, fará com que o obrigado final pareça irónico. E conduzir à violência física.

3 - Evitar a repetição de obrigados substituindo sucessivamente a forma de agradecimento por um sinónimo. Obrigado, grato, agradecido, reconhecido, penhorado, e assim por diante. Devo advertir, porém, que este comportamento é um cobertor que tapa a cabeça do ridículo mas descobre os pés da parvoíce, e tem a capacidade de provocar nas outras pessoas uma irritação que, em geral, tem tendência a aplacar-se apenas de uma única forma. Refiro-me a violência física


Fonte: Ricardo Araújo Pereira @ Visão


sábado, dezembro 12, 2015

Liberdade para Renato Sanches!

A temporada não começou bem para o Benfica que perdeu um troféu estimável - a Supertaça - para o Sporting logo no arranque. Depois deixou-se o Benfica atrasar nas contas do campeonato, comprometendo as suas ambições de revalidar um título que, em condições 'normais', seria o mais fácil de conquistar tendo em conta que Lopetegui continua a ser o treinador do Porto e que o Sporting, sem a benesse de poder contratar Jorge Jesus, prosseguiria na sua saga de disparates atrás de disparates sacrificando o 'Marco Silva' seguinte às inenarráveis palhacices do seu presidente.

Isto com o respeito devido à classe artística e socioprofissional dos palhaços que o próprio presidente do Sporting enalteceu esta semana ao protestar pelo castigo que lhe foi aplicado por ter chamado, precisamente, "palhaço" e "palhaço do c..." a um árbitro. Ficou revoltado e repugnado o dirigente em causa por haver gente nos órgãos disciplinares que possa "interpretar como grosseiras" semelhantes expressões. De facto, é vontade de embirrar com a modernidade do futebol português.

Não começando bem a temporada, os assuntos em discussão entre os adeptos do Benfica não têm sido os mais agradáveis. As lacunas da sua equipa de futebol, a contestação ao modelo de jogo do treinador, a política de comunicação do clube face à arte chocalheira rival - arte distinguida recentemente pela UNESCO como património da humanidade! -, todas estas coisas têm sido discutidas com acrimónia pelos adeptos benfiquistas. E compreende-se que assim seja.
Nem a notícia do estrondoso negócio com a NOS, que deixou os rivais do Benfica em estado catatónico, conseguiu ser aprovada por unanimidade pelos benfiquistas porque só a ideia do regresso dos jogos da sua equipa de futebol à Sport TV é suficiente para indispor grossa fatia da nossa nação. O que também se compreende.

Tivemos, assim, de esperar por Dezembro para nos chegar finalmente à mesa um tema que a todos alegra. Trata-se de discutir se Renato Sanches é, na verdade, um número 8 ou um número 10. As opiniões dividem-se alegremente e é disto que gostamos, de futebol. Quanto a mim, francamente não sei se é 8 ou 10. Sei apenas que sempre que se libertou das amarras tácticas do futebol lateral deste Benfica, Renato Sanches foi simplesmente empolgante.

Liberdade para Renato Sanches, já! E o resto é conversa.

Fonte: Leonor Pinhão @ Record

Já passaram os ciclistas

O Benfica tem quase dois meses para gozar a sua presença nos oitavos de final da Liga dos Campeões e são dois meses de satisfação garantida por uma razoável proeza excecionalmente bem paga. E depois? Depois logo se verá. Para já, é um descanso. Dois meses livres de inquietações internacionais. De facto, dois meses entre as melhores 16 equipas da Europa e dois meses de alocuções triviais em que não se cansarão de nos lembrar o patamar que foi alcançado, sobretudo se a nível interno as coisas não melhorarem significativamente, tal como muita gente teme que venha a acontecer. 

O que já se percebeu é que 2016 não vai ser o ano do regresso à estrada do ciclismo do Benfica. A única estrada a que o Benfica vai regressar é à da Liga dos Campeões nas suas curvas mais palpitantes e assustadoras. E já é um grande entretém até fevereiro. Porfiando em não perder mais terreno para os rivais na luta pelo título nacional, assinando negócios que deixaram os mesmíssimos rivais num mutismo tão incómodo como justificável, o Benfica viu esta semana Sporting e Porto disputar a posse de uma equipa de ciclismo que, aparentemente, garante a conquista da próxima edição da Volta a Portugal em bicicleta. 

Pelo Benfica, apeado e noutros afazeres, já passaram os ciclistas. Ganhou o Porto este curioso prólogo quase sem dar aos pedais, sendo que o Sporting, de tanto falar, acabou por não ter pulmão para chegar à meta. Quem haveria de dizer que dezembro era o mês do ciclismo no futebol português? Sim, no futebol português. Estamos a três semanas do Sporting-Porto para a Liga e esta questão das bicicletas, estando à mão de semear, foi apenas o primeiro estouro que antecipa o confronto em agenda. 

Quanto ao Benfica, que até tem uma roda de bicicleta no seu emblema, terá muito a beneficiar em deixar-se de tais ciclismos. Cabe-lhe somente prosseguir o caminho pelo seu pé, fazer os possíveis por não se espalhar mais no campeonato e, sem dar cavaco a ninguém, negociar o ‘naming’ do seu estádio com os executivos de uma grande empresa multinacional. E, de preferência, sem os avisar de que, qualquer que seja o ‘name’, nunca na vida o Estádio da Luz deixará de ser o Estádio da Luz. 


Outras histórias 
Um silêncio falsamente consternado 
O presidente do Marítimo goza da boa fama de não se acanhar em palavras quando os ‘grandes’ o irritam. Já tem acontecido. Agora foi por causa de uma caixa com bolas de berlim de pastelaria que recebeu das mãos do presidente do Sporting no papel de visitante de mãos- -largas. Partindo do episódio da doçaria e, posteriormente, do resultado do jogo que sorriu ao Sporting, logo se seguiu entre presidente insular e presidente insuflado uma troca de galhardetes que, por estar fresca na memória de todos, não vale a pena repetir nem insistir em como acabou. A questão é que, finalmente, o presidente do Sporting  encontrou um congénere que lhe deu alto troco em respostas diretamente disparadas às suas provocações. E não só diretas como igualmente insultuosas. Nunca os presidentes do Benfica e do Porto assim procederam em público. Optaram sempre por um silêncio falsamente consternado. Era, no fundo, o que se exigia também a Carlos Pereira em prol do urgente progresso da modalidade. 


Sobe e Desce 
Sobe 
Nuno Luz- Hablas español? 
Foi notável a desenvoltura em língua castelhana do jornalista da SIC por ocasião da visita dos adeptos ‘colchoneros’ à Luz. 

Musgueira - Por causa de um Renato
Um bairro pobre da periferia de Lisboa chega à imprensa internacional graças às habilidades de um jovem residente de 18 anos. 


Desce 
Volta a Portugal - Adeus ao pódio 
A edição de 2016 da Volta só arranca em agosto mas já perdeu a anunciada equipa pré-vencedora por autossuspeitas de doping. 


Pérola 
"Só de pensar nos Aliados fico com pele de galinha", Julen Lopetegui 



Fonte : Leonor Pinhão @ correio da manhã


quinta-feira, dezembro 10, 2015

República das maçãs

Imagine o leitor que o sr. Timóteo possui uma mercearia. Até aqui, o esforço de imaginação não é demasiado exigente: nada impede que um senhor chamado Timóteo possua uma mercearia. Antes pelo contrário. Normalmente, as mercearias são propriedade de senhores dos quais sabemos apenas o primeiro nome. Os escritórios de advogados, por outro lado, costumam pertencer a pessoas que têm apenas apelidos. (Costa Fernandes e associados, por exemplo. Sendo que nenhum dos associados tem também, muito provavelmente, um nome próprio.) Ou seja, a mercearia do sr. Timóteo é um negócio plausível, mesmo que não seja viável. Mas agora imagine que, após receber nova e importante remessa de bananas, o sr. Timóteo convoca uma conferência de imprensa. O encontro com os jornalistas, que enchem a sala, decorre num teatro. No palco, o sr. Timóteo descreve as novas bananas. São praticamente idênticas às anteriores, só a cor é ligeiramente diferente. Não interessa: os jornalistas tomam notas que serão preciosas na altura de escrever uma notícia sobre as novas bananas do sr. Timóteo.

Chegado a este ponto, o leitor sentir-se-á justamente defraudado. Foi levado a imaginar uma situação absurda da qual nada resultou. Peço-lhe só mais um bocadinho de paciência. Imagine agora que o sr. Tim possui uma fábrica de zingarelhos. E que, após receber nova e importante remessa de zingarelhos, convoca uma conferência de imprensa. Não é preciso imaginar: acontece todos os anos. Da última vez que o sr. Tim apresentou zingarelhos aos jornalistas, o Expresso online escreveu uma notícia intitulada “Rosinha, a nova cor do iPhone”. O primeiro parágrafo dizia: “O ritual anual dos novos iPhone está cumprido: o 6s e o 6s Plus já foram apresentados. Em geral são praticamente idênticos à geração anterior (…)”. Repare que os novos iPhone do sr. Tim são, tal como as bananas do sr. Timóteo, “praticamente idênticos” aos anteriores. Sabendo que há, em princípio, mais consumidores de bananas do que de iPhone, por que razão merecem as bananas do sr. Timóteo menos atenção da imprensa do que os zingarelhos do sr. Tim? Porque é que falar das bananas do sr. Timóteo é publicidade e falar da maçã do sr. Tim é jornalismo tecnológico? O leitor talvez contraponha: “Bom, os telefones vão mudando de modelo para modelo; as bananas são iguais ao que sempre foram.” O leitor é um bocadinho teimoso. Acabei de lhe demonstrar que os telefones também mudam pouco ou nada. Sem querer usar um argumento de autoridade, sou no entanto forçado a lembrar que, recentemente, Cavaco Silva registou uma evolução bastante significativa nas bananas da Madeira, quando disse ao presidente do governo regional, e cito: “Agora vocês têm uma banana maior e mais saborosa.” O Presidente da República está rodeado de assessores, conselheiros, especialistas. Não se pronuncia sobre os assuntos sem estudar em profundidade os dossiês. Este novo modelo de banana está muito bom. A maçã do sr. Tim está na mesma. Há que repensar o jornalismo hortofrutícola.

Fonte: Ricardo Araújo Pereira @ Visão

terça-feira, dezembro 08, 2015

Proença sem apito é zero

O Benfica assinou com a NOS um contrato que lhe garante uma receita de 40 milhões de euros por temporada durante 10 anos. Isto rende-lhe muitíssimo mais do que, por exemplo, vender Taarabt ao quilo na próxima abertura do mercado. E rende-lhe praticamente o mesmo se visse a sua equipa chegar todos os anos à final da Liga dos Campeões durante uma década a fio.

Torna-se evidente que se trata de um supremo êxito financeiro laboriosamente construído de raiz. Veremos ao longo do tempo se um correspondente êxito estratégico, não menos importante para o Benfica, acompanha esta pulverização dos alicerces em que assentava o remediado império dos direitos de transmissão dos jogos de futebol.

Garantem os especialistas que a situação acabará por beneficiar todos. O negócio do Benfica com a NOS não significa, portanto, nenhum vendaval de iniquidades. Já voou, no entanto, a bandeira da centralização dos direitos televisivos tão garbosamente empunhada por Pedro Proença durante a campanha eleitoral para a Liga de Clubes. Era de pano cru, farpada e voou, é verdade que sim. Mas o presidente da Liga continua agarrado à trémula haste da sua bandeirinha que foi para o Céu enquanto se prepara, inevitavelmente, para procurar na Terra a benevolência possível no olhar daqueles que tão confiadamente o elegeram para o cargo.

Morto o assunto da 'centralização', é de suspeitar que a notícia da eleição de Pedro Proença para presidente da Liga foi muito exagerada. Tendo em conta, principalmente, que recebeu aval político e suporte anímico do Porto e do Sporting, emblemas que contavam com a 'modernização' prometida pelo seu candidato mas não com uma coisa destas. Julgaram, porventura, que o presidente da Liga ia resolver apitando as questões 'prementes' do futebol português como o fazia quando era árbitro e com a maior das facilidades. Mas não é o que se está a ver. Proença sem apito, para já, é zero.

Com o seu futebol ponderado, o Benfica ganhou ontem merecidamente à Académica. Os rivais do Benfica podem chorar os milhões que vão chegar à Luz por via do negócio com a NOS. Confesso-me, no entanto mais sensível aos lamentos que o presidente do Águias da Musgueira tornou públicos esta semana. O Benfica terá ficado a dever ao clube de origem de Renato Sanches 25 bolas de futebol. Dêem lá as bolas ao Águias da Musgueira. É que isto nem se discute, não é?"

Fonte: Leonor Pinhão @ Record

Nem quinhentos Lopeteguis

O próximo clássico desta Liga é o Sporting-Porto marcado para 2 de janeiro. O Porto dispõe de quase um mês para se manter em silêncio assistindo, encantado, ao desfile de comunicados bélicos e de ações judiciais entre a Luz e Alvalade. Bem ponderado silêncio na justa expectativa de recolher em seu benefício os despojos do conflito que, avassalando a Segunda Circular, avassala também o País.

Do ponto de vista da política tudo corre maravilhosamente para o Porto. E, se quisermos aprender com a História, este é o seu ano de voltar a ser campeão. O presidente do Sporting faz- -lhe o serviço de se atirar ao Benfica de manhã à noite, fragilizando o bicampeão mas debilitando, inevitavelmente, as suas próprias forças à pala de tanto espernear. No aproveitar destas barulheiras alheias residiria a vantagem de um Porto impassível na corrida para o título de 2015/2016. 

Aliás, foi nas mesmas circunstâncias que o impassível Sporting foi campeão em 2000 e que o impossível Boavista – imagine-se! – fez o mesmo em 2001. Em Alvalade e no Bessa soube-se então aproveitar as hostilidades que o presidente do Benfica, à época João Vale e Azevedo, movia ao Porto e à Olivedesportos. Diz-nos a tradição que nestas campanhas acabam sempre desgastadas as partes envolvidas. 

Assim sendo, o Porto já devia ir na frente do campeonato com largo avanço sobre os exauridos de Lisboa. Mas não vai. A realidade é que o clube de Pinto da Costa segue atrás do clube de Bruno de Carvalho. E em porfiado silêncio. Nem na recente Gala dos Dragões de Ouro ousou o presidente do Porto romper o mutismo tático, certamente na convicção de que a 2 de janeiro, em Alvalade, o assunto será resolvido a seu favor tal como vem descrito nas Escrituras. 

Ainda que cometa a proeza de perder o campeonato pelo terceiro ano consecutivo em circunstâncias históricas extraordinariamente favoráveis, Pinto da Costa pode contar que será o campeão de 2016/2017. Com Benfica e Sporting rebaixados pela Justiça, condenados infamemente a lutar pelo título da II Divisão como a imprensa anuncia, nem quinhentos Lopeteguis conseguirão roubar mais um campeonato ao Porto. 


Outras histórias 
Um balneário que é mais um presépio 
Ainda não se chegou ao Natal e no balneário de Soares Dias já estiveram Julen Lopetegui, no intervalo do jogo com o Benfica, e Jorge Jesus, no fim do jogo com o Belenenses. Não foram apresentar reclamações. Nem podiam porque não se trata de um balneário. É mais um presépio aberto a adoradores. Lopetegui, por exemplo, adorou que Soares Dias não tivesse castigado Maicon pelo seu excesso de vigor sobre Jonas. E Jesus terá adorado que o mesmo árbitro não mandasse repetir o penálti da vitória em função do excesso de pessoal não autorizado dentro da área. Fazendo fé no que se lê nos jornais, conclui-se que o único treinador que ainda não entrou pela cabina do árbitro Soares Dias foi o do Benfica. Honra lhe seja feita, embora de nada lhe valha a contenção. A sua equipa segue no terceiro lugar a uma distância desconfortável dos rivais e, a manter-se a tendência, não tardará Rui Vitória a ver-se acusado de não visitar balneários em prol da modernidade. Neste capítulo, a concorrência anda muito desleal. 

Sobe e Desce 
Sobe: 
Cristiano Ronaldo - Explicações a menos 
Acusado em Madrid de passar a vida em Rabat ao "colinho" do amigo Hari, o nosso melhor do Mundo não dá troco a invejosos. 

Desce: 
Tonel - Explicações a mais 
Protagonizou em campo um momento vulgar que não o deslustra mas excedeu-se em pormenores na explicação do lance. 

Bruno Paixão - Sem dar explicações 
Mão a subir com cartão vermelho, sem dar explicações ao portista Osvaldo no jogo da Madeira. Assim se constrói uma reputação. 

Pérola 
"Os outros serão sempre... os outros", Tonel


Fonte: Leonor Pinhão @ correio da manha

quinta-feira, dezembro 03, 2015

Carta de António Costa a Cavaco Silva

Exmo. Sr. Presidente da República,

Após a leitura atenta das seis condições que colocou para a minha indigitação como primeiro-ministro, posso garantir-lhe o seguinte:

a) Quanto à aprovação das moções de confiança, pode ficar descansado. Não lhe escondo que os meus acordos com os outros partidos são frágeis. Há, sem dúvida, divergências bastante profundas, e por vezes é complicado divisar um único ponto de encontro. Mas, nas alturas mais difíceis, PS, PCP, BE e PEV lembram-se sempre da única questão na qual estão cem por cento de acordo: que V. Exa. é tragicamente incapaz. Ninguém nos tira essa sólida base de entendimento, sobre a qual pretendemos edificar lindas convergências;

b) Quanto à aprovação de orçamentos de Estado que ainda não são conhecidos, os três partidos comunicaramme que desejam tomar como inspiração o seu exemplo de aprovar cegamente orçamentos de Estado, inclusivamente inconstitucionais, mas de uma forma um pouco menos irresponsável. Dizem que gostavam de ler os documentos antes de os aprovarem, se V. Exa. não se importa. Por outro lado, ficamos à espera que se submeta à mesma obrigação, em nome da estabilidade: que aprovará sem questionar qualquer orçamento que lhe apresentarmos. Aquele que estamos a preparar contém uma alínea muito gira sobre a reforma do Presidente da República. Acreditamos que apreciará a poupança que ali propomos;

c) Acerca do cumprimento das regras de disciplina orçamental, estamos em condições de garantir o seguinte: o meu governo respeitará tanto os tratados europeus quanto o governo anterior respeitou a constituição. Sendo V. Exa. um admirador da governação de Passos Coelho, cremos que também apreciará a minha;

d) Em relação ao respeito pelo nosso compromisso com a NATO, e após conversa telefónica com o deputado Jerónimo de Sousa, posso dar-lhe a seguinte garantia: a consideração do PCP pela NATO é tão grande que os comunistas portugueses vão propor aos seus velhos camaradas do leste europeu a reactivação do Pacto de Varsóvia, só para que a NATO tenha o prazer de voltar a extingui-lo. Esta extinção do Pacto de Varsóvia pela NATO terá periodicidade semanal;

e) No que diz respeito ao papel do conselho permanente de concertação social, deixo-lhe outra promessa: o meu governo não tratará qualquer interlocutor como "força de bloqueio".

Esses tempos negros de falta de diálogo já passaram;

f) Por último, quero sossegar V. Exa. acerca das medidas que o meu governo vai tomar no sentido de garantir a estabilidade do sistema financeiro. São elas: impedir que qualquer amigo de V. Exa. funde ou administre bancos; propor um aditamento à Constituição que impeça V. Exa. de fazer considerações acerca dos bancos nos quais os portugueses podem ou não confiar.

Creio que estas garantias satisfarão V. Exa. Agora, e como dizia o outro, deixem-me trabalhar.

Atentamente,

António Costa


Fonte; Ricardo Araújo Pereira @ Visão

terça-feira, dezembro 01, 2015

Restauração da Independência

A Restauração da Independência é a designação dada ao golpe de estado revolucionário ocorrido a 1 de dezembro de 1640, chefiada por um grupo designado de Os Quarenta Conjurados e que se alastrou por todo o Reino, pela revolta dos portugueses contra a tentativa da anulação da independência do Reino de Portugal pela governação da Dinastia filipina castelhana, e que vem a culminar com a instauração da 4.ª Dinastia Portuguesa - a casa de Bragança - com a aclamação de D. João IV.

Fonte: Wikipedia



segunda-feira, novembro 30, 2015

Os cabelos brancos de Renato Sanches

Alguém se lembrou de inscrever Renato Sanches na lista para a Champions, de modo que o vimos jogar na quarta-feira no Cazaquistão. Tem um reportório que mais ninguém tem no actual meio-campo do Benfica. Trata-se de um médio-ofensivo. Tão ofensivo que acabou o jogo a fazer de médio-defensivo para não destoar e não estragar, com as suas arrancadas, o futebol compulsivamente amarrado dos bicampeões.

Os benfiquistas gostaram de ver Renato Sanches. Os adversários do Benfica apreciaram menos. Por exemplo, Carlos Severino - um amigo, um antigo companheiro dos jornais, um candidato à presidência do Sporting - não deu grande valor à exibição de Renato Sanches, porque lhe dá 28 anos e não 18. Quem sabe, sabe. Quando, cheinho de cabelos brancos, evoluía como iniciado no Seixal já tinha 20 e não 8 anos o nosso Renato Sanches. É que salta à vista.

Não há tormento maior para a índole fatalista do futebol português do que aquele engodo do 'basta empatar'. O Benfica, por exemplo, passou por esse transe há três anos quando lhe bastava empatar no Porto e acabou por perder o jogo e o título nos instantes derradeiros. Agora, numa prova de outra projecção, volta o Benfica ao 'basta empatar' quando receber o Atlético Madrid. Não é que o Benfica precise sequer de empatar para chegar aos 'oitavos', porque já lá está. O que importava era assegurar o primeiro lugar do grupo, evitando assim aqueles potentados da estratosfera financeira que, normalmente e sem piedade, dão cabo de quem se lhes atravessa ao caminho. E, desse ponto de vista, diga-se que a Liga Europa é um descanso...

O mesmo 'basta empatar' tramou também o Porto na terça-feira porque, bastando-lhe empatar com o Dínamo Kiev para seguir em frente na Champions, acabou por perder e colocar-se numa posição em que já não depende só de si. A ninguém no Dragão passaria pela cabeça um desfecho daqueles. E muito menos a Julen Lopetegui, que até deixou de fora André André. A ideia patriótica do treinador basco, consumando-se uma esmagadora vitória tangencial sobre os ucranianos, seria a de responsabilizar Fernando Santos por ter esmifrado até ao tutano o jovem médio portista ao serviço da Selecção Nacional. Mas a coisa acabou por sair ao contrário, o que, às vezes, acontece. E, assim sendo, lá se ouviram as ainda mais infelizes explicações tácticas...

Fonte: Leonor Pinhão @ Record

quinta-feira, novembro 26, 2015

Assassinos sanguinários que se melindram facilmente

Quando o ayatollah Khomeini ordenou que Salman Rushdie fosse assassinado por ter escrito um livro, a ordem foi recebida com alguma compreensão. O escritor John Le Carré disse: "Não creio que possamos ser impertinentes em relação às grandes religiões impunemente." O arcebispo da Cantuária acrescentou: "Compreendo bem a reacção dos devotos muçulmanos, feridos naquilo que consideram mais sagrado, e pelo qual estariam dispostos a morrer." Quando Theo van Gogh foi assassinado por ter realizado um filme, aconteceu mais ou menos o mesmo. Um jornalista inglês, por exemplo, escreveu que o realizador tinha "abusado do seu direito à liberdade de expressão". Quando a violência deflagrou em vários sítios do mundo e cerca de 200 pessoas perderam a vida porque um jornal dinamarquês publicou uns desenhos, houve mais reacções parecidas. O Vaticano emitiu um comunicado que dizia: "O direito à liberdade de expressão (...) não pode implicar o direito a ofender o sentimento religioso dos crentes." O governo inglês considerou que a publicação dos desenhos foi "desnecessária", "insensível", "desrespeitadora" e "errada". O ministro português Freitas do Amaral afirmou que os desenhos ofendiam "as crenças ou sensibilidade religiosa dos povos muçulmanos" e acrescentou que a liberdade de expressão devia respeitar a liberdade de religião, concluindo: "liberdade sem limites não é liberdade, é licenciosidade". Quando vários cartunistas do Charlie Hebdo foram abatidos a tiro por terem desenhado uns bonecos, a culpa das vítimas voltou a ser referida. O Papa Francisco disse: "Não se pode provocar. Não se pode insultar a fé dos outros. Não se pode fazer troça da fé dos outros." Tony Barber, do Financial Times, escreveu: "seria útil que houvesse algum bom senso em publicações como o Charlie Hebdo (...) que reclamam estar a infligir um golpe pela liberdade quando provocam muçulmanos, mas estão apenas a ser estúpidos."

Esta semana, depois de mais de uma centena de pessoas ter sido assassinada por estar a ouvir música, a jantar num restaurante ou a ver um jogo de futebol, ainda ninguém veio chamar a atenção para o modo como o comportamento das vítimas ofendeu os fundamentalistas islâmicos. Permitam-me que seja o primeiro. A mesma sensibilidade com que algumas pessoas foram, ao longo do tempo, condenando certas provocações inaceitáveis aos assassinos, sempre tão susceptíveis, devia agora servir-lhes para detectar e repreender mais esta ofensa. Aquilo que as vítimas da passada sexta-feira estavam a fazer era tão afrontoso para os assassinos como escrever um livro, realizar um filme ou fazer um desenho: estavam a viver em liberdade. O comunicado no qual o estado islâmico reivindicou o atentado dizia que Paris tinha sido escolhida por ser "a capital do vício", que o Bataclan era um alvo por ser o sítio onde estavam reunidos "centenas de pagãos", que os terroristas tinham aberto fogo sobre "um ajuntamento de incréus" e que os ataques continuarão "enquanto continuarem a ofender o nosso profeta".

Felizmente, eu vivo num mundo em que temos a liberdade de nos ofendermos uns aos outros. Essa liberdade é fundamental, uma vez que as pessoas se ofendem com muitas coisas diferentes. Os bárbaros, por exemplo, ofendem-se primeiro com um livro, depois com um filme, depois com um desenho. E depois acabam por ofender-se com o facto de respirarmos. Talvez John Le Carré, Freitas do Amaral e o Papa considerem que devemos passar a respirar com mais respeito. Eu acho que isso é tão absurdo como escrever, filmar ou desenhar com o cuidado de não ferir a sensibilidade de assassinos.

Fonte: Ricardo Araujo Pereira@Visão

sábado, novembro 21, 2015

Desporto de fim de semana - 2015/11/21

Agenda Benfica
Sabado 21/11
 - 16:00 - SC Braga -v- SL Benfica - Futsal
 - 16:00 - SL Benfica -v- Eléctrico FC - Basquetebol
 - 18:00 - A. A. Espinho -v- SL Benfica - Voleibol
 - 19:00 - ADA MAIA / ISMAI -v- SL Benfica - Andebol
 - 20:00 - Sporting cp -v- SL Benfica - Futebol
 - 20:00 - FC Alverca -v- SL Benfica - Hoquei Femininos
 - 21:00 - HC Turquel -v- SL Benfica - Hoquei

Domingo 22/11
 - 17:00 - SL Benfica -v- Leixões - Voleibol

Terça-feira 24/11
- 17:00 - SL Benfica B -v- Oriental - Futebol

Quarta-feira 25/11
 - 19:00 - SL Benfica -v- Gualtar - Futsal
 - 21:00 - SL Benfica -v- Sopron KC - Basquetebol


Futebol 
Sábado, 2015/11/21
 - 11:00 - CSKA Moscow (1,36) -v- Krylya Sovetov Samara (7,75) - Premier-Liga - Russia
 - 11:30 - Akhisar Belediye GS (3) -v- Bursaspor (2,3) - Superliga - Turkey
 - 12:45 - Watford (4) -v- Manchester Utd (2) - Premier League - England
 - 13:30 - Zenit St. Petersburg (1,36) -v- Ural Ekaterinburg (8) - Premier-Liga - Russia
 - 15:00 - Chelsea FC (1,4) -v- Norwich City (8) - Premier League - England
 - 15:00 - West Bromwich (6) -v- Arsenal FC (1,53) - Premier League - England
 - 15:00 - Real Sociedad (2,7) -v- FC Sevilla (2,7) - Primera Division (Liga BBVA) - Spain
 - 16:00 - FC Lorient (8) -v- Paris Saint-Germain (1,45) - Ligue 1 - France
 - 16:00 - Lokomotiv Moscow (1,55) -v- Anzhi Makhachkala (5,25) - Premier-Liga - Russia
 - 17:00 - Club Brugge (1,45) -v- Zulte-Waregem (6,5) - Pro League - Belgium
 - 17:00 - Bologna (5) -v- AS Roma (1,75) - Serie A - Italy
 - 17:15 - Real Madrid (2,5) -v- FC Barcelona (2,8) - Primera Division (Liga BBVA) - Spain
 - 17:30 - Manchester City (1,67) -v- Liverpool FC (5,75) - Premier League - England
 - 18:15 - Galatasaray (1,44) -v- Antalyaspor (6) - Superliga - Turkey
 - 19:00 - AS Monaco (1,75) -v- FC Nantes (5) - Ligue 1 - France
 - 19:00 - Estac Troyes (3,4) -v- OSC Lille (2,15) - Ligue 1 - France
 - 19:30 - Espanyol (2,4) -v- Malaga (3) - Primera Division (Liga BBVA) - Spain
 - 19:45 - Willem II (5,5) -v- PSV Eindhoven (1,5) - Eredivisie - Netherlands
 - 19:45 - Juventus (1,62) -v- AC Milan (6,5) - Serie A - Italy
 - 20:00 - Sporting Clube de Portugal (2) -v- SL Benfica (3,5) - Taça de Portugal - Portugal
 - 21:30 - Palmeiras (2,7) -v- Cruzeiro (2,5) - Serie A - Brazil

Domingo, 2015/11/22
 - 11:30 - Hellas Verona (7,75) -v- SSC Napoli (1,42) - Serie A - Italy
 - 13:00 - PAOK Salonika (1,4) -v- Panaitolikos (7) - Super League - Greece
 - 13:30 - Feyenoord Rotterdam (1,36) -v- FC Twente (8) - Eredivisie - Netherlands
 - 14:00 - Fiorentina (1,5) -v- FC Empoli (6,25) - Serie A - Italy
 - 16:00 - Tottenham Hotspur (1,57) -v- West Ham United (5,25) - Premier League - England
 - 17:00 - Besiktas (1,4) -v- Sivasspor (7,25) - Superliga - Turkey
 - 19:00 - Corinthians (2,1) -v- Sao Paulo (3,4) - Serie A - Brazil
 - 19:45 - Inter Milan (1,2) -v- Frosinone (14) - Serie A - Italy
 - 20:00 - AS Saint-Etienne (2,5) -v- Olympique de Marseille (3,1) - Ligue 1 - France
 - 20:00 - Flamengo RJ (1,72) -v- Ponte Preta (4,5) - Serie A - Brazil


Basquetebol
Sabado 21/11
 - Sacramento Kings (2.10) -v- Orlando Magic (1.77)

Domingo 22/11
 - Milwaukee Bucks (2.70) -v- Indiana Pacers (1.48)
 - Atlanta Hawks (2.90) -v- Cleveland Cavaliers (1.42)
 - Washington Wizards (2.30) -v- Detroit Pistons (1.65)
 - New York Knicks (2.65) -v- Houston Rockets (1.50)
 - Philadelphia 76ers (10.0) -v- Miami Heat (1.06)
 - Memphis Grizzlies (3.60) -v- San Antonio Spurs (1.30)


Tenis
Sabado 21/11
Barclays ATP World Tour Finals - London (GBR) - Hardcourt - World
 - 15:00 - Novak Djokovic (1.22) -v- Rafael Nadal (4.50)
 - 21:00 - Roger Federer (1.35) -v- Stan Wawrinka (3.30)

Regresso do árbitro chinês

Tem sido notícia por todo o mundo a viagem a Madrid do presidente da Liga de Clubes para negociar com as autoridades espanholas competentes uma futura Liga Ibérica. Seria, ninguém duvide, um fenómeno avassalador em termos de negócio. Imagine- -se um campeonato entre os melhores emblemas da nossa península. Uma prova seguida globalmente por milhões e milhões de adeptos de clubes gigantescos como o Real Madrid, o Benfica, o Barcelona e o "OPorto". 

Trata-se, objetivamente, de um mercado imenso a que se soma, sem esforço nem favor, o número astronómico de 1 bilião, 693 milhões e 213 de adeptos-instantâneos do Sporting na República Popular da China, como esta semana anunciou Bruno de Carvalho. A China impressiona muito, é verdade. Até o Benzema já quer deixar o Real Madrid para vir jogar no Sporting (e não no de Gijon). 

São, aliás, antigas e boas as relações entre Alvalade e Pequim. Já em 1978, o Sporting levou em digressão até à China um árbitro para preparar o terreno para o século XXI. Tratou-se do senhor Mário Luís, o impecável e leoninamente fardado árbitro que lhe apitara, nas vésperas do embarque, uma final da Taça de Portugal disputada com o Porto. 
Ganhou o Sporting, o Porto protestou mas o importante é que se ganhou para a literatura desportiva e de viagens a expressão "árbitro chinês" que, curiosamente, volta a estar cada vez mais em voga face às incidências da corrente Liga que ainda só vai a um terço mas que já muito tem rendido em chinesices. Como seria de prever, anuncia-se para breve uma visita ao outro lado do mundo do atual presidente do Sporting. Leva com ele duas missões. 

A primeira é a de explicar, no mínimo, a 1 bilião e meio de chineses ignorantes quem foi Peyroteo e não Pey-Lo-Teo... A segunda é a de, em 24 horas, lançar a primeira pedra, construir e inaugurar dez Academias Mário Luís ao longo da Grande Muralha. Resta saber se esta viagem presidencial ao Oriente volta a incluir na bagagem a figura do árbitro chinês. Tudo isto deixa o Benfica em alerta, naturalmente. Se o Jorge Sousa, que vai arbitrar hoje o dérbi, embarcar na próxima semana para a China, é porque está definitivamente o caldo entornado. 


Outras histórias 
Nem o engenheiro do penta se safa  
André André confessou-se feliz no fim do jogo de Portugal no Luxemburgo em que até marcou um golo. Aliás, um belo golo a provar que, na área adversária, é ele o nosso mais eficaz oportunista do momento. "As coisas têm-me corrido bem", disse. Não devia ter dito. Não devia sequer estar contente. Nem nada lhe poderá correr bem na vida se a entidade patronal entende que o selecionador abusou do esforço dos seus jogadores nesta digressão da equipa de todos nós ou de todos eles, como preferiram. 

Exibição a exibição, golo a golo, André André vai ganhando a sua posição na seleção, que é a de titular indiscutível e não tarda nada. Os veementes protestos do Porto pela utilização abusiva do jovem jogador por Fernando Santos em dois particulares só seriam ultrapassados em chinfrineira se o mesmo Fernando Santos ousasse não levar André André até França no verão. E quem diz, André, diz Rúben Neves, diz Danilo… Caramba, nem o engenheiro do "penta" escapa à velha liturgia bairrista. 


Sobe e Desce 
Sobe 
Raúl Jiménez - Fazem-se apostas Quando conseguirá o benfiquista marcar um golo? Sobe a parada das apostas. Ao serviço do México, foi outro desperdício. 

China-Portugal - Dois países uma religião 
O sportinguismo tornou-se uma religião na China. E brindou-se com água engarrafada, sempre melhor para a saúde pública. 

Desce 
Sky Sports - Conspiração internacional 
Os ingleses dizem que o Benfica é o clube com maior percentagem de vitórias em jogos das 6 mais notórias ligas europeias. 


Pérola 
"Não estou preocupado com a arbitragem", Bruno de Carvalho 

Fonte: Leonor Pinhão @ Correio da manha

Desporto de fim de semana - 2024/03/16

Sábado, 2024/03/16  - 14:00 - Futebol - Fc Penafiel -v- SL Benfica B - Liga Portugal 2 | 23/24 - Jornada 26  - 15:00 - Basquetebol - SL Ben...