segunda-feira, novembro 03, 2008

A nacionalização dos financiadores

A crise financeira que se vive actualmente serve de desculpa para os erros e os negócios obscuros, seja no imobiliário, na banca e nos próprios governos. Já a muito tempo que as sirenes tinham tocado, as contas do BPN não eram claras, existiam duvidas, a informação era escondida das entidades reguladoras, contudo o banco continuou a funcionar sem dar “cavaco” as entidades reguladoras. Depois dos erros todos, o banco encontra-se num beco sem saída, tal deve ser o buraco negro em que esta metido que nem os outros bancos acham o BPN atractivo para uma aquisição.

Por isso é igualmente estranho que seja o estado a querer socorrer um banco sem futuro, principalmente quando o seu peso na banca de retalho era residual, tendo por principal actividade a banca de investimentos. Ou seja é um banco que se desaparecer não deixara o tuga sem poupanças, pois ninguém tem lá o salário mínimo ou as reformas. É um banco que serviu para financiar um grupo de investidores que representam um peso importante na nossa economia, ou seja não se vai salvar a banca e os depósitos dos Portugueses, mas sim vai-se salvar as garantias desses investidores. Algo que não interessa ao pais, é uma medida politica com vista a segurar os investidores.

É estranho que o governador do banco de Portugal se venha só agora queixar da falta de informação e de informações falsas, só isso não chegava para fechar o banco ? É importante questionar qual o papel das entidades reguladoras, pois aparentemente nada sabem sobre o que se passa na actividade bancária : desconheciam as contas do BCP, não sabem quais as actividades do BES, desconhecem a solubilidade do Banfi, não tinham informações do BPN, …. Aparentemente a banca vive numa terra em que não existem leis, ou pelo menos se existem são para ignorar.

A crise imobiliária é causada em parte pela actividade bancária e a sua falta de crepúsculos em alcançar o maior volume de créditos possíveis. Existem bancos bons (que cumprem as regras e que conseguem por si próprio ultrapassar as crises), os maus bancos (que não cumprem as regras e que não tem capacidade para sobreviver) e os pequenos que não tem força para serem bons ou maus. Mas o estado não pode ser a “santa casa” que irá socorrer todos os bancos, sejam os necessitados (sem “guito” e com contas fraudulentas) e os que cumprem as regras (utilizando os benefícios estatais para se financiar). Se vivemos numa economia capitalista o estado deverá remeter-se apenas ao papel efectivo de supervisão e controlo da actividade bancária, a ”lei da selva” ditara quais é que são os bancos que sobrevivem e os que desaparecem. O BPN é o candidato nº 1 a desaparecer. E o estado deve assumir o papel dele e supervisionar toda a actividade bancária e não ter receio de punir e obrigar a cumprir as regras.

Se o estado entra no sector privado e tentar salvar todas as instituições privadas que estão a beira da falência a lista é enorme, nela se inclui instituições, cooperativas, clubes de futebol, empresas que viveram dos fundos europeus, etc. E depois vêem a “Soanes” a dizerem que para terem direitos iguais e capacidade de competir com as empresas estrangeiras também precisam do apoio do estado. É a bola de neve.

Sem comentários:

Modalidades - 2024/04/13

Sábado, 2024/04/13  - 15:00 - Rugby - Gds Cascais -v- SL Benfica - Campeonato Nacional De Honra | 23/24 - Jornada 18  - 15:00 - Andebol Fem...