sexta-feira, outubro 31, 2014

A guerra fecha quando joga o Benfica

Visão: Ainda sonha com a guerra?

Lobo Antunes: (...) Apesar de tudo, penso que guardávamos uma parte sã que nos permitia continuar a funcionar. Os que não conseguiam são aqueles que, agora, aparecem nas consultas. Ao mesmo tempo havia coisas extraordinárias. Quando o Benfica jogava, púnhamos os altifalantes virados para a mata e, assim, não havia ataques. (...)

Visão: Parava a guerra?

Lobo Antunes: Parava a guerra. Até o MPLA era do Benfica. Era uma sensação ainda mais estranha porque não faz sentido estarmos zangados com pessoas que são do mesmo clube que nós. O Benfica foi, de facto, o melhor protector da guerra.


Fonte: Visão

Pablo Picasso - Guernica

Pablo Diego José Francisco de Paula Juan Nepomuceno María de los Remedios Cipriano de la Santísima Trinidad Ruiz y Picasso, ou simplesmente Pablo Picasso (Málaga, 25 de outubro de 1881 — Mougins, 8 de abril de 1973), foi um pintor espanhol, escultor, ceramista, cenógrafo, poeta e dramaturgo que passou a maior parte da sua vida adulta na França. Considerado um dos maiores e mais influentes artistas do século XX, é conhecido por ser o co-fundador do cubismo - ao lado de Georges Braque -, o inventor da escultura construída,o co-inventor da colagem e pela variedade de estilos que ajudou a desenvolver e explorar. Dentre as suas obras mais famosas estão os quadros cubistas As Senhoritas d’Avignon (1907) e Guernica (1937), uma pintura do bombardeio alemão de Guernica durante a Guerra Civil Espanhola.

Picasso, Henri Matisse e Marcel Duchamp são considerados os três artistas que mais realizaram desenvolvimentos revolucionários nas artes plásticas nas décadas iniciais do século XX, responsável por importantes avanços na pintura, na escultura, na gravura e nas cerâmicas.

Picasso demonstrava talento artístico desde a mais tenra idade, pintando de forma realista por toda a sua infância e adolescência. Durante a primeira década do século XX, o seu estilo mudou graças aos seus experimentos com diferentes teorias, técnicas e ideias. Sua obra geralmente é classificada em períodos. Enquanto os nomes de muitos dos seus períodos finais são controversos, os períodos mais aceitos da sua obra são o período azul (1901-1904), o período rosa (1904-1906), o período africano (1907-1909), o cubismo analítico (1909-1912) e o cubismo sintético (1912-1919).

Excepcionalmente prolífico durante a sua longa vida, Picasso conquistou renome universal e imensa fortuna graças às suas conquistas artísticas revolucionárias, tornando-se uma das mais conhecidas figuras da arte do século XX.

Nasceu na cidade de Málaga, em Andaluzia, região da Espanha, e recebeu o nome completo de Pablo Diego José Francisco de Paula Juan Nepomuceno María de los Remedios Cipriano de la Santísima Trinidad Ruiz y Picasso, filho de María Picasso y López e José Ruiz Blasco.

Em torno do seu nascimento surgiram várias lendas, algumas das quais Picasso se esforçou para promover. Segundo uma delas, Pablo nasceu morto e a parteira dedicou a sua atenção à mãe acamada. Só o médico, Don Salvador, o salvou de uma morte por asfixia soprando-lhe fumo de um charuto na face. O fumo fez com que Picasso começasse a chorar. O seu nascimento no dia 25 de outubro de 1881, às onze e um quarto da noite, seria assim descrito por Picasso aos seus biógrafos, que assim o publicavam de boa vontade.

Os desenhos de infância de Picasso representavam cenas de touradas. Sua primeira obra, preservada, era um óleo sobre madeira, pintada aos oito anos, chamada O Toureiro. Picasso conservou esse trabalho por toda a sua vida, levando-o consigo sempre que mudava de casa. Anos mais tarde pintou outro quadro semelhante, A morte da mulher destacada e fútil. Picasso está zangado e rebelde. Este quadro é claramente uma expressão injuriosa da sua relação com a mulher.

Em Madrid, inscreve-se na mais próspera e conceituada academia de artes espanhola, a Real Academia de Belas-Artes de São Fernando. Constantemente, visita o Museu do Prado, onde copiava os grandes mestres, captava-lhes o estilo e tentava imitá-lo, o que se revelou, por um lado, um avanço, pois desenvolvia capacidade efémeras, e por outro lado, uma estagnação de um génio criativo limitado à cópia do trabalho dos históricos, cujas obras também vieram a ser alvo de uma revisitação e reinterpretação de Picasso em fases mais avançadas.

Porém, a sua estadia em Madrid é interrompida. No início de Julho daquele ano, Picasso adoece com escarlatina e a recuperação obriga-o a retornar a Barcelona, recolhendo-se logo a seguir com Manuel Pallarés, seu amigo, para a aldeia Horta de Ebro, nos Pirenéus. O recolhimento ajudou-o a restabelecer novos e ambiciosos projetos que levou a cabo assim que regressou a Barcelona. Afastara-se da academia e do lar paterno, e procurava abrir-se às inovações da arte espanhola, mantendo-se em contato com os seus representantes mais célebres. O espaço de culta da vanguarda espanhola era o café Els Quatr Gats7 . Ali conheceu os modernistas e rivalizou com a arte destes, influenciada pela Arte Nova francesa e pelas vanguardas britânicas.

Após iniciar como estudante de arte em Madrid, Picasso fez sua primeira viagem a Paris (1900), a capital artística da Europa. Lá morou com Max Jacob (jornalista e poeta), que o ajudou com a língua francesa. Max dormia de noite e Picasso durante o dia, ele costumava trabalhar à noite. Foi um período de extrema pobreza, frio e desespero. Muitos de seus desenhos tiveram que ser utilizados como material combustível para o aquecimento do quarto.

Em 1901 com Soler, um amigo, funda uma revista Arte Joven, na cidade de Madri. O primeiro número é todo ilustrado por ele. Foi a partir dessa data que Picasso passou a assinar os seus trabalhos simplesmente “Picasso”, anteriormente assinava “Pablo Ruiz y Picasso”.

Na fase azul (1901 a 1905), Picasso pintou a solidão, a morte e o abandono. Quando se apaixonou por Fernande Olivier, suas pinturas mudaram de azul para rosa, inaugurando a fase rosa (1905 - 1906). Trabalhava durante a noite até o amanhecer. Em Paris, Picasso conheceu um selecto grupo de amigos célebres nos bairros de Montmartre e Montparnasse: André Breton, Guillaume Apollinaire e a escritora Gertrude Stein.

Na fase rosa há abundância de tons de rosa e vermelho, caracterizada pela presença de acrobatas, dançarinos, arlequins, artistas de circo, o mundo do circo. No verão de 1906, durante uma estada em Andorra, sua obra entrou em uma nova fase marcada pela influência das artes gregas, ibérica e africana, era o protocubismo, o antecedente do cubismo. O célebre retrato de Gertrude Stein (1905 - 1906) revela um tratamento do rosto em forma de máscara.

Em 1912, Picasso realizou sua primeira colagem, colou nas telas pedaços de jornais, papéis, tecidos, embalagens de cigarros.

Apaixonou-se por Olga Koklova, uma bailarina. Casaram-se em 12 de julho de 1918. Neste período o artista já se tornara conhecido e era um artista da sociedade. Quando Olga engravidou, criou uma série de pinturas de mães com filhos.

Em 1968, aos 87 anos, produziu em sete meses uma série de 347 gravuras recuperando os temas da juventude: o circo, as touradas, o teatro, as situações eróticas. Anos mais tarde, uma operação da próstata e da vesícula, além da visão deficiente, põe fim às suas actividades. Como uma honra especial a ele, no seu 90.º aniversário, são comemorados com exposição na grande galeria do Museu do Louvre. Torna-se assim o primeiro artista vivo a expor os seus trabalhos no famoso museu francês.

Pablo Picasso morreu a 8 de abril de 1973 em Mougins, França, com 91 anos de idade. Encontra-se sepultado no Castelo de Vauvenargues, Aix-en-Provence, Provença-Alpes-Costa Azul, sul de França.9

Apesar de expressar publicamente sua simpatia com relação às ideias anarquistas e comunistas e, por outro lado, através da arte expressar sua raiva diante das ações de Franco e dos Fascistas, Picasso se recusou a pegar em armas na Primeira Guerra Mundial, na Guerra Civil Espanhola e na Segunda Guerra Mundial.
Ao chegar em Paris em 5 de Maio de 1901 Picasso morou na casa de Pierre Manach, um anarquista espanhol e negociador de artes do qual era amigo. Por este motivo, desde aquela época, Picasso seria investigado pela polícia francesa10 . Em algumas ocasiões o jovem Picasso teria até mesmo se auto-denominado anarquista, fato este que levantou ainda mais suspeitas das forças de ordem contra ele.

No entanto, durante a Guerra Civil Espanhola, Picasso, que continuava vivendo na França, mesmo tomando partido pelo lado dos Republicanos, teria se recusado a retornar ao seu país de origem. O serviço militar para os espanhóis no estrangeiro era opcional e envolveria um retorno voluntário ao país para alistamento a um dos dois lados. Muitas especulações são feitas a respeito de sua recusa de tomar lugar na guerra. Na opinião de alguns de seus contemporâneos esta decisão foi tomada baseada nos ideais de pacifismo de Picasso; no entanto, para outros (incluindo aqui Braque) essa neutralidade aparente tinha mais a ver com covardia do que com princípios.

Ele também permaneceu à parte do movimento de independência da Catalunha durante sua juventude, apesar de ter expresso seu apoio geral e ter sido amigável com os ativistas da independência. A esta época filiou-se ao Partido Comunista.

Durante a Segunda Guerra Mundial, Picasso permaneceu em Paris quando os alemães ocuparam a cidade. Os Nazistas odiavam seu estilo de pintura, portanto ele não pôde mostrar seu trabalho durante aquela época. Em seu estúdio, ele continuou a pintar durante todo o tempo. Embora os alemães tivessem proibido a fundição do bronze, Picasso continuou a trabalhar mesmo assim, usando bronze contrabandeado pela resistência francesa.

No ano de 1947, ao fim da Segunda Guerra, Picasso conheceu Miguel García Vivancos, um anarquista veterano da Guerra Civil Espanhola e da Segunda Guerra Mundial e pintor até então desconhecido. Impressionado com Vivancos, Picasso o acolheu em sua casa, se interessando por sua pintura e sua história. Posteriormente, e em parte pela influência de Picasso, Vivancos se tornaria um grande pintor espanhol.


Ainda na década de 1940 Picasso voltou a se filiar ao Partido Comunista francês, e até mesmo participou de uma conferência de paz na Polônia. Mas quando o Partido começou a criticá-lo por causa de um retrato considerado insuficientemente realista de Stálin, o interesse de Picasso pelo Comunismo esfriou, embora tenha permanecido como membro do Partido até sua morte.

Uma das obras mais conhecidas de Picasso é o mural Guernica, em exposição no Museu Nacional Centro de Arte Rainha Sofia, em Madrid. Retrata, da maneira muito peculiar do artista, a cidade basca de Guernica, após bombardeio pelos aviões da Luftwaffe de Adolf Hitler. Esta grande tela incorpora para muitos a desumanidade, brutalidade e desesperança da guerra.

Durante a Segunda Guerra Mundial, Picasso continuou vivendo em Paris durante a ocupação alemã. Tendo fama de simpatizante comunista, era alvo de controles frequentes pelos alemães. Durante uma revista do seu apartamento parisiense, um oficial nazista observou uma fotografia do mural Guernica na parede e, apontando para a imagem, perguntou: Foi você quem fez isso? E Picasso respondeu, após um segundo de reflexão: Não, vocês o fizeram.

Período Azul
Consiste em obras sombrias em tons de azul e verde azulado, ocasionalmente usando outras cores. Desenhava prostitutas e mendigos e sua influência veio de viagens pela Espanha e do suicídio de seu amigo Carlos Casagemas. Ele pintou vários retratos de seu amigo, culminando com a pintura obscuramente alegórica de La Vie. O mesmo tom está na água-forte The Frugal Repast, que mostra um cego e uma mulher perspicaz, ambos emagrecidos, sentados perto de uma mesa vazia. A cegueira é um tema recorrente no período e está também em The Blindman's Meal e no retrato Celestina. Outros temas frequentes são artistas, acrobatas e arlequins. O arlequim se tornou um símbolo pessoal para Picasso.

Período Rosa
O Período Rosa (1905–1907) é caracterizado por um estilo mais alegre com as cores rosa e laranja, e novamente com muitos arlequins. Muitas das pinturas são influenciadas por Fernande Olivier, sua modelo e seu amor na época.

Período Africano
O Período Africano de Picasso (1907–1909) começou com duas figuras inspiradas na África em seu quadro Les Demoiselles d'Avignon. Ideias deste período levaram ao posterior Cubismo.

Cubismo analítico
É um estilo de pintura (1909–1912) que Picasso desenvolveu com Braque usando cores marrons monocromáticas. Eles pegaram objetos e os analisaram em suas formas. A pinturas de Picasso e Braque eram muito semelhantes nesse período.

Cubismo sintético
É um desenvolvimento posterior (1912–1919) do Cubismo no qual fragmentos de papel (papel de parede ou jornais) eram colados em composições, marcado o primeiro uso da colagem nas artes plásticas.

Classicismo e surrealismo
No período seguinte ao caos da Primeira Guerra Mundial, Picasso produziu obras em um estilo neoclássico. Este "retorno à ordem" é evidente no trabalho de vários artistas europeus na década de 20, incluindo Derain, Giorgio de Chirico, e os artistas do New Objectivity Movement. As pinturas e textos de Picasso deste período frequentemente citam o trabalho de Ingres.

Durante os anos 30, o minotauro substituiu o arlequim como motivação que ele usou em seu trabalho. Seu uso do minotauro veio parcialmente de seu contato com os surrealistas, que normalmente o usavam como símbolo, e aparece em Guernica.

Possivelmente o trabalho mais importante de Picasso é sua visão do bombardeio alemão em Guernica, Espanha — Guernica. Esta pintura representa para muitos a brutalidade e desesperança da guerra. Guernica esteve em exposição no Museu de Arte Moderna de Nova York por vários anos. Em 1981, Guernica voltou para a Espanha e foi exibida no Casón del Buen Retiro. Em 1992, a pintura ficou em exposição no Museu de Reina Sofia em Madri quando ele abriu.


Pablo Picasso - Guernica



quinta-feira, outubro 30, 2014

A miséria, sempre a miséria

O Benfica é tão grande. E muito deve aborrecer os rivais com a sua grandeza. Atente-se neste episódio recente: o Benfica perdeu em Braga, mais vítima dos seus erros, é verdade, do que dos erros alheios que foram à fartazana, o que também não deixa de ser verdade.
Uma consulta à imprensa da especialidade, e não só, nos dias que se seguiram à derrota do Benfica poderá facilmente ter induzido em erro um leitor menos atento ou menos qualificado ou simplesmente mais distraído.
Ao ponto de, confundido, chegar inapelavelmente a esta conclusão:
- O Benfica caiu para o último lugar na tabela do campeonato com 1 ponto de avanço sobre o FC Porto e com 3 pontos sobre o Sporting que é o líder isolado da prova.
Ou não parece?



O Comité de Controlo de Ética e Disciplina – nome pomposo – da UEFA considerou “inadmissível” o protesto do Sporting.
Assim sendo, o jogo Schalke 04, 4-Sporting, 3 não vai ser repetido nem o clube português terá direito a receber o meio milhão de euros pretendidos a título de indemnização pelo golo sofrido nos instantes finais da partida de Gelsenkirchen em consequência de uma grande penalidade manhosa.
Não espanta em nada o veredicto da UEFA. Outra decisão, aliás, não poderia resultar da reunião do referido Comité sediado na neutral Suíça. O árbitro é soberano e as suas decisões são irrevogáveis. Daí a expressão “inadmissível”. Acontece assim por todo o mundo do futebol.
O que não deixou de espantar foi o suspense formal criado no nosso país em torno das exigências do Sporting, aparentemente levadas muito a sério, como se fosse possível ou exequível vermos algum dia a UEFA ressarcir da forma pretendida pelo Sporting os valores de um qualquer clube prejudicado em campo.
Foi o absurdo tema tratado tão respeitosamente por cá que conseguiu até entusiasmar uns quantos benfiquistas esta demanda internacional do Sporting junto da justiça europeia. Não por amor, mas por interesse, é óbvio.
Decidisse a UEFA a favor da repetição do jogo de Gelsenkirchen por motivo de flagrante roubalheira e teria então o Benfica toda a legitimidade para exigir a repetição da final de Turim da Liga Europa de 2014.
E até mesmo para exigir a repetição da final da Taça dos Campeões Europeus de 1963 frente ao AC Milan, tendo em conta que Pivatelli “arrumou” com Coluna numa época em que não eram permitidas substituições. Coluna passou o tempo todo em campo a coxear no relvado de Wembley e Pivatelli não foi expulso como devia ter sido.
E, já agora, poderia ainda o Benfica exigir à UEFA a repetição da final da Taça dos Campeões de 1968 frente ao Manchester United, outra vez em Wembley, tendo em conta que Nobby Stiles, só no primeiro quarto de hora fez duas entradas a pés juntos sobre Eusébio objetivamente passíveis de expulsão ou mesmo de irradiação.
Paciência, fica tudo como estava. A queixa do Sporting não conseguiu impor à UEFA uma jurisprudência revisionista como, aliás, era de esperar.



Aliás, nem o próprio Sporting acreditava numa benesse destas. O Sporting entendeu apresentar uma queixa à UEFA não a pensar no passado mas a pensar no futuro imediato. Foi uma forma de pressão legítima, não temendo sequer o ridículo.
O importante é que os árbitros dos próximos jogos europeus do Sporting tenham conhecimento da indignação que grassou no Lumiar e que se ponham em sentido, com o sentido entre a comiseração e a reparação de injustiças, quando apitarem os subsequentes jogos dos ofendidos.
O mesmíssimo já fez o Sporting este ano nas competições de trazer por casa, as nossas, as internas, e, diga-se, com êxito retumbante. E se pegou cá dentro por que razão não pegará lá fora? São mais espertos e menos impressionáveis os árbitros estrangeiros em comparação com os árbitros portugueses?
O árbitro nacional do Sporting de Braga-Benfica de domingo passado, por exemplo, só teve coragem intelectual para expulsar um jogador bracarense quando já corria o tempo de descontos, isto para não ofender o pranto do Sporting sobre os resultados dos jogos em que os adversários do Benfica se vão fazendo expulsar por acumulação de jogo violento.
A coisa aqui por casa está a resultar.
Veremos como corre lá por fora ou com gente estrangeira.


Luís Duque é o novo presidente da Liga de Clubes. Que seja um mandato próspero e feliz.
O Benfica votou em Duque. O FC Porto e mais duas dezenas de clubes também votaram em Duque. Houve, no entanto, quem não votasse ou se abstivesse.
Houve também quem acusasse o Benfica e o FC Porto do comando ínvio de todo o processo eleitoral. Do Benfica não houve uma palavra sobre o assunto. Sobre o mesmo assunto, houve do FC Porto palavras do seu presidente.
Estas mesmas palavras: “Para que se não dissesse que era o FC Porto e o Benfica a dirigir o processo, nós dissemos sempre que não queríamos ninguém ligado ao FC Porto ou ao Benfica.”
“Nós sempre dissemos…”, disse.
Este “nós” é que custa tanto ou mais a suportar do que a derrota em Braga.
Fosse eu supersticiosa e até diria que as duas coisas estavam ligadas.


Jesus falha nos jogos importantes, lê-se. Sim, é verdade, que tem falhado em jogos importantes em Portugal e no estrangeiro. Se, em cinco temporadas na Luz, Jesus não tivesse falhado todos os jogos importantes que falhou, poderíamos já ter festejado cinco títulos de campeão nacional, cinco Taças de Portugal, três Ligas dos Campeões e duas Ligas Europa. E ainda mais uma Taça da Liga, aquela em que falhou em 2013. Em poucas palavras, o paraíso.


A miséria, sempre a miséria. Diz-se que foi a tal miséria impendente que obrigou ao recentíssimo movimento de contra-revolução na Liga de modo a garantir um futuro próspero a todos os clubes associados mais aos seus benévolos parceiros comerciais.
A bem da nação futeboleira, salvem-se os clubes, salvem-se os patrocinadores e salve-se a Olivedesportos se é verdade, como constou, que estavam quase à beira da ruína.
Que se salve tudo isto e o triplo, se for necessário. Haja dinheiro em caixa para todos. Saúde-se a renascida fartura e as renascidas concórdias. Vem aí uma nova época dourada do futebol português. Douradíssima.
Mas, interrogo-me, se com tantas notas a entrar à catadupa nas devidas tesourarias, com tanta fortuna em emolumentos e em sentimentos, com tanta reestruturação, modernização e êxito empresarial, não conseguirá a renovadíssima Liga dispensar uns trocos para investir em sprays para os árbitros, pobres deles, não terem de perder tempo a discutir com os jogadores o lugar exato onde se forma uma barreira?
Tempo é dinheiro, não é? E é absurdo o tempo que se perde nos jogos da nossa Liga nas marcações dos livres diretos com o passinho à frente e com o passinho atrás, com o árbitro a voltar costas e a ser enganado, com o público pagante a impacientar-se à falta de tempo útil de jogo, isto sim, é que é uma real miséria.
A ver, portanto, se há uma alma caridosa, lá das altas esferas destas organizações, que se lembre de facilitar as tarefas dos árbitros e de corresponder aos legítimos anseios dos espetadores. Para tal, basta perder o amor a uns poucos euritos, agora que até há de sobra graças à nova gestão, e encomendar uma dúzia de sprays de bolso para que nos jogos da nossa Liga a cada livre direto não corresponda 2 minutos de tempo perdido.
Mais protagonismo para o spray e menos protagonismo para os árbitros é uma excelente solução, já internacionalmente aprovada nos palcos dos acontecimentos mais chiques da modalidade.
Faz alguma confusão que em Portugal, um país apaixonado por modernices, tarde a ser implementado este utensílio tão eficaz e tão alcance das bolsas mais modestas.


O Bayern e o Arsenal querem o Gonçalo Guedes, lê-se.
Peter Lim, o dono do Valência, quer o Gonçalo Guedes, lê-se.
Nós também queremos o Gonçalo Guedes. Se faz favor.

Fonte: Leonor Pinhão @ A bola

Declaração

Para os devidos efeitos, declara-se que Ricardo Artur de Araújo Pereira, nascido em Lisboa a 28 de Abril de 1974, já é, e tenciona continuar a ser, aquilo a que se chama, na língua inglesa, um "dirty old man", expressão que, vertida para o nosso idioma, designa um homem de meia-idade ou de idade avançada que manifesta forte inclinação para a lascívia. Tendo em conta a sua firme vontade de continuar a abraçar uma vida de devassidão na velhice, o declarante vem, por este meio, requerer a compreensão do Supremo Tribunal Administrativo para que lhe seja concedida imunidade relativamente a decisões como a que vem expressa no recente acórdão em que aquele tribunal reduziu substancialmente a indemnização devida a uma mulher de 50 anos por, naquela idade, a actividade sexual não ter "a importância que assume em idades mais jovens". Conforme expresso acima, o declarante pretende ser um dirty old man, projecto que é impossível de concretizar antes de o declarante ser, digamos, old. Por esse motivo, a actividade sexual do declarante é mais importante precisamente a partir dos 50.

O declarante recorda que não pertence àquele número de cidadãos cuja sexualidade serve apenas o propósito da procriação e por isso é evidentemente dispensável a partir dos 50 anos, cidadãos esses que o Supremo Tribunal Administrativo, ao que tudo indica, conhece pelo nome de "mulheres".

Mais se declara que, durante a adolescência, o declarante tinha um amigo chamado Vítor cuja mãe, na altura contando 52 anos, era bem boa. Na companhia da referida anciã passou o declarante tardes muito agradáveis sempre que o pai do supracitado Vítor se encontrava ausente por motivos profissionais. No âmbito deste mesmo requerimento, e tomando em consideração os factos atrás descritos, o declarante deseja sensibilizar o tribunal para a existência de senhoras maiores de 50 suficientemente lúbricas para merecerem que os meritíssimos juízes tenham a generosidade de lhes conceder mais algum tempo de vida sexual. Por exemplo, uma prorrogação por 5 anos, renovável por igual período findo esse prazo. O declarante disponibiliza-se para, em nome do tribunal, avaliar, caso a caso, o grau de concupiscência de cidadãs de todas as idades, e exarar em relatório oficial as suas conclusões.

Fonte: Ricardo Araújo Pereira @ Visão

segunda-feira, outubro 27, 2014

domingo, outubro 26, 2014

GNR - Pronúncia do Norte



Há um prenúncio de morte
Lá do fundo de onde eu venho
Os antigos chamam-lhe renho
Novos ricos são má sorte

É a pronúncia do Norte
Os tontos chamam-lhe torpe

Hemisfério fraco outro forte
Meio-dia não sejas triste
A bússula não sei se existe
E o plano talvez aborte

Nem guerra, bairro ou corte
É a pronúncia do Norte

Não tenho barqueiro nem hei-de remar
Procuro caminhos novos para andar
Tolheste os ramos onde pousavam
Da Geada as pérolas as fontes secaram

Corre um rio para o mar
E há um prenúncio de morte

E as teias que vidram nas janelas
esperam um barco parecido com elas
Não tenho barqueiro nem hei-de remar
Procuro caminhos novos para andar

E É a pronúncia do Norte
Corre um rio para o mar


Interprete: GNR 
Musica: Pronúncia do Norte



sexta-feira, outubro 24, 2014

No tempo em que os animais sorriam

Quando, cerca de duas semanas antes de as acções do BES passarem a valer zero, o Presidente da República disse que os portugueses podiam confiar no BES, toda a gente ficou mais ou menos convencida de que Cavaco Silva não ganharia o Nobel da Economia deste ano. Confirmou-se: o prémio foi atribuído a um francês que tem optado por fazer declarações relativamente sensatas. Enfim, são estratégias. Neste momento, creio que Cavaco já percebeu que a economia não o merece. E parece-me que começou a preparar a candidatura ao Nobel da Literatura. Está com uma capacidade de efabulação prodigiosa e com um estilo muito fresco. Há, em Cavaco Silva, uma disposição para o maravilhamento, um impulso para observar o mundo, para aquela operação poética a que Alberto Caeiro chamava "ver como um danado". O que é curioso na mundivisão de Cavaco Silva é que somos nós que ficamos danados com aquilo que ele vê.

Esta semana, o Presidente quis esclarecer "uma coisa completamente errada": "Os contribuintes não vão suportar os custos do BES." É uma declaração do domínio da fábula, que é o mundo no qual Cavaco costuma viver. Para o Presidente que vê vacas a sorrir e segreda palavras meigas ao ouvido de cagarras, o tempo em que os animais falavam é hoje. Ora, vigorando na nossa economia a lei da selva, que perspectiva pode ser mais acertada que a de La Fontaine? Que modo de observar a realidade pode produzir melhores efeitos que o da narrativa alegórica repleta de imaginação, fantasia e animais com características humanas? Se Cavaco diz que não vamos pagar os custos do BES, eu acredito assim como acreditei em Esopo.

A história da cigarra e da formiga mostra-nos que é importante precaver o futuro. A história da tartaruga e da lebre avisa-nos para os perigos da sobranceria. E a história de Cavaco ensina-nos que os contribuintes não vão pagar o BES.

Há apenas uma diferença entre as fábulas clássicas e as do Presidente da República: as clássicas costumam acabar com uma moral; as de Cavaco, por se debruçarem sobre a nossa economia, terminam quase sempre com uma imoral. Também ensinam uma lição, mas é uma lição um pouco mais dolorosa.

Fonte: Ricardo Araujo Pereira @Visão

O Duque! O Duque! Ponham já o Duque a funcionar!

É normal. Os impérios nascem, crescem e morrem. Mas há impérios que morrem mais do que outros. Reza a História que o estertor de alguns impérios produz singulares curiosidades.
Confiando no que nos relatam os jornais, a crise no BES, o desmoronamento da PT e o periclitante estatuto da Olivedesportos, provocaram uma aflição de tal monta no nosso futebol que houve necessidade, obviamente, imperiosa de erigir uma nova ordem para fazer face ao caos.
Reuniram-se, portanto.
Que fazer, amigos?
Alguém gritou:
- O Duque! O Duque! Ponham já o Duque a funcionar!
Dito e feito. Vem aí uma Liga para durar séculos. Ou, pelo menos, outros trinta anos. No fundo, é o que se quer.

O melhor do Benfica esta semana. Em 1.º lugar: os três golos do Jonas na Covilhã e o Jonas propriamente dito.
Em 2.º lugar: Gonçalo Guedes na Covilhã, a jogar, e Gonçalo Guedes no Seixal, a sair de um táxi a toda a brida para seguir viagem para o Mónaco com os adultos.
Em 3.º lugar: o ponto sofridamente conquistado no Mónaco dá uma esperança ténue de qualificação para a Liga Europa, que é a nossa praia. Mesmo assim está a coisa muito difícil. Perder em casa e não ganhar fora é no que dá. A ideia de um Benfica só para consumo interno entristece.

Na Taça de Portugal vamos em frente. Nesta eliminatória caiu um candidato forte. Pela segunda vez consecutiva Marco Silva foi ganhar na casa do FC Porto e adiós Copa de Portugal.
A segunda parte do jogo no Dragão arrancou de modo inaudito com os donos da casa a falhar dois penaltis de rajada.
Ao primeiro, apontado com o pé por Jackson Martinez estando a bola na marca dos 11 metros, respondeu Rui Patrício com uma estirada majestosa. Ao segundo, apontado de cabeça por Marcano, respondeu Rui Patrício com outra estirada categórica impedindo o golaço.
Pouco depois houve ocasião para uma terceira grande penalidade mas Jorge Sousa entendeu não apontar para o castigo máximo depois de ajuizar aquele segundo em que o braço de Jonathan Silva desviou a trajectória da bola dentro da área dos visitantes.
Está encarregue o árbitro de interpretar se há ou não intenção do jogador, exercício impossível visto que não se pode exigir a ninguém capacidades do foro paranormal ao ponto de saber ler o que vai na cabeça dos jogadores no que diz respeito a intenções.
O árbitro-mentalista ainda não foi nem nunca será inventado. E ainda bem porque com árbitros-mentalistas, ou seja com árbitros aptos a ler os pensamentos dos jogadores, poucos jogos chegariam ao fim por falta de material, à força de expulsões não por palavras, nem por actos, mas pela penalização de “pensamentos” de índole grosseira, quando não insultuosa.
Quanto a mim, que faço parte do público, estes momentos de dúvida que ocorrem sempre que uma mão e uma bola se encontram dentro da área, resolvo-os de maneira simples:
- Se o mesmo lance tivesse acontecido fora da área era ou não era falta?
Se era falta fora da área então é porque dentro da área tem de ser penalty. E vice-versa.
Sabemos como pesa de modo diferente a decisão de apontar uma falta fora da área (peso-leve) e a decisão de apontar para uma grande penalidade (peso-pesadíssimo). Terá sido por isso que Jorge Sousa, no papel de árbitro-mentalista, leitor dos pensamentos de Jonathan Silva, entendeu não marcar penálti contra o Sporting quando, provavelmente, não teria hesitado em castigar com uma falta um lance idêntico que tivesse ocorrido a meio do campo.
Esta, portanto, é a minha interpretação benévola da não menos interpretação benévola que o árbitro fez do lance de Jonathan Silva na sua área. Leu-lhe os pensamentos e considerou o momento como fruto da casualidade e não da intenção.
Há, no entanto, quem tenha outras interpretações sobre os motivos que levaram o árbitro Jorge Sousa a poupar uma grande penalidade contra o adversário do FC Porto e logo na casa do Dragão, o que não é propriamente o pão nosso de cada dia das últimas décadas.
Correm duas teorias sobre o assunto.
A primeira está infectada de clubismo. Jorge Sousa não apontou para a marca de grande penalidade porque não suportou a eventualidade de um segundo falhanço de Jackson Martínez na cara de Patrício o que acarretaria forte contributo para a desmoralização do avançado colombiano que é, de longe, o melhor jogador da equipa. Trata-se de uma teoria, a meu ver, desprezível. Adiante.
A segunda teoria, a meu ver, já não é assim tão desprezível ainda que seja mais rocambolesca do que a primeira. Cá vai ela:
Terá caído mal a Jorge Sousa, embaraçando-o ao ponto de se recusar a marcar uma segunda grande penalidade contra o Sporting, o excessivo realismo das imagens divulgadas do convívio da Batalha, na véspera do jogo, evento de índole pedagógica que reuniu Pedro Proença, o Super Árbitro, e Fernando Madureira, o Super Dragão.
Tudo isto aconteceu sob o alto patrocínio da celebérrima APAF (Agremiação de Pavoneio do Azeite Forrobodó) a quem coube organizar o 13.º Encontro do Empreendedorismo Jovem, porque de pequenino é que se torce o pepino.
Na Batalha, com tanto flash a disparar para si, Pedro Proença encadeou-se e, contra aquilo que era a sua intenção, acabou por obrigar Jorge Sousa a desfavorecer o FC Porto ao proclamar a sua satisfação pelos elogios recebidos da parte do Jovem Empreendedor Madureira.
- Não é normal um árbitro ver o seu trabalho aplaudido por um chefe de claque!
- Oh, falsa modéstia! Oh grandíssima falsa modéstia! – terá pensado Jorge Sousa e por isso não apontou para a marca da grande penalidade. Há limites, caramba!
O Maicon é que se fartou de rir.


Pelo que se viu o Sporting é a mais recente vítima da maldição do Guttmann. Pois se foi com a maldição do Guttmann que a nossa patriótica comunicação social justificou ao país a derrota do Benfica na última final da Liga Europa, só pode ter sido a sobredita maldição que, anteontem, impediu o Sporting de golear o Schalke 04 na Alemanha.
Pois é. Temos pena.

A minha simpatia pelo jogador Rúben Amorim, que não é menor do que a simpatia que nutro pelo cidadão Rúben Amorim e pelo benfiquista Rúben Amorim, leva-me a não o condenar pela presença no 13.º Encontro do Empreendedorismo Jovem organizado pela Agremiação de Pavoneio do Azeite Forrobodó. 
Rúben Amorim, que está a recuperar de uma lesão complicada, deslocou-se à Batalha na condição de para lá mandado pelo Benfica que, certamente, entendeu ser dignificante para as suas cores a presença de um seu representante na já referida soirée em prol da educação dos Empreendedores Jovens da dita APAF.
Caro Rúben, apenas um reparo: da próxima vez que alguém lhe pedir para ficar numa fotografia tenha o cuidado de, pelo canto do olho, verificar a constituição completa do plantel.
Caro Benfica, apenas uma questão: será que por este andar ainda te vamos ver, um dia destes, na mesma barricada estratégica da grande macacada no dealbar de uma guerra para eleger um presidente da Liga? 
Reparem como trato o Rúben Amorim, que não conheço, por você e como trato o Benfica por tu. Não é falta de respeito pelo maior de Portugal.
Eu digo:
- Carrega, Benfica!
Não digo:
- Carregue, Benfica!
Trato o Benfica por tu, passe o exagero, desde que nasci. Assim vou continuar até ao fim e recusando-me a colaborar nas festas da APAF. Há milhões iguais a mim, acho eu."

Fonte: Leonor Pinhão @A Bola 

Salvador Dalí - Memória Persistente

Salvador Domingo Felipe Jacinto Dali i Domènech, 1º Marquês de Dalí de Púbol (Figueres, 11 de maio de 1904— Figueres, 23 de Janeiro de 1989), conhecido apenas como Salvador Dalí, foi um importante pintor catalão, conhecido pelo seu trabalho surrealista. 

O trabalho de Dalí chama a atenção pela incrível combinação de imagens bizarras, oníricas, com excelente qualidade plástica. Dalí foi influenciado pelos mestres do Renascimento.O seu trabalho mais conhecido, A Persistência da Memória, foi concluído em 1931. Salvador Dalí teve também trabalhos artísticos no cinema, escultura, e fotografia. Ele colaborou com a Walt Disney no curta de animação Destino, que foi lançado postumamente em 2003 e, ao lado de Alfred Hitchcock, no filme Spellbound.Também foi autor de poemas dentro da mesma linha surrealista.

Dalí insistiu em sua "linhagem árabe", alegando que os seus antepassados eram descendentes de mouros que ocuparam o sul da Espanha por quase 800 anos (711 a 1492), e atribui a isso o seu amor de tudo o que é excessivo e dourado, sua paixão pelo luxo e seu amor oriental por roupas.Tinha uma reconhecida tendência a atitudes e realizações extravagantes destinadas a chamar a atenção, o que por vezes aborrecia aqueles que apreciavam a sua arte, ao mesmo tempo que incomodava os seus críticos, já que sua forma de estar teatral e excêntrica tendia a eclipsar o seu trabalho artístico.

Dalí frequentou a Escola de Desenho Federal, onde iniciou a sua educação artística formal. Em 1916, durante umas férias de verão em Cadaquès, passadas com a família de Ramón Pichot, descobriu a pintura impressionista.Pichot era um artista local que fazia viagens frequentes a Paris.No ano seguinte, o pai de Dalí organizou uma exposição dos desenhos a carvão do filho na sua casa de família. A sua primeira exposição pública ocorreu no Teatro Municipal em Figueres em 1919.

Em fevereiro de 1921, a sua mãe morreu de cancro da mama. Dalí, então com dezesseis anos de idade, disse depois da morte da sua mãe: "foi o maior golpe que eu havia experimentado em minha vida. Eu adorava-a… eu não podia resignar-me a perda de um ser com quem eu contei para tornar invisíveis as inevitáveis manchas da minha alma".

Em outubro de 1921, Dalí foi viver para Madrid, onde estudou na Academia de Artes de San Fernando. Já então Dalí chamava a atenção nas ruas com um excêntrico cabelo comprido, um grande laço ao pescoço, calças até ao joelho, meias altas e casacos compridos. O que lhe granjeou maior atenção por parte dos colegas foram os quadros onde fez experiências com o cubismo (embora na época destes primeiros trabalhos ele provavelmente não compreendesse por completo o movimento cubista, dado que tudo o que sabia dessa arte provinha de alguns artigos de revistas e de um catálogo que Ramon Pichot lhe oferecera, visto não haver artistas cubistas, neste tempo, em Madrid).

Em 1924 fez a sua primeira viagem a Paris, onde se encontrou com Pablo Picasso, que era admirado pelo jovem Dalí. ("Vim vê-lo antes de ir ao Louvre", disse-lhe Dalí. "Fez você muito bem", respondeu-lhe Picasso.) Picasso já tinha ouvido falar bem de Dalí através de Juan Miró. Nos anos seguintes, Dali realizou uma série de trabalhos fortemente influenciados por Picasso e Miró, enquanto ia desenvolvendo o seu estilo próprio. Algumas tendências no trabalho de Dalí que iriam permanecer ao longo de toda a sua carreira já eram evidentes na década de 1920, principalmente por Raphael, Bronzino, Francisco de Zurbarán, Vermeer, e Velázquez.As exposições de seus trabalhos em Barcelona despertaram grande atenção e uma mistura de elogios e debates e causando por parte dos críticos. Nesta época, Dalí deixou crescer o bigode, que se tornou emblemático nele, estilo baseado no pintor do século XVII espanhol Diego Velázquez.


Dalí explorou intensamente o Simbolismo em seu trabalho. Por exemplo, a marca dos relógios fundidos que aparecem inicialmente em A persistência da memória, sugerem teoria de Einstein de que o tempo é relativo e não fixo. A ideia de relógios simbolicamente funcionamento desta forma foi criada quando Dalí viu um pedaço de queijo Camembert derretendo em um dia quente de agosto.

O elefante é também uma imagem recorrente nas obras do Dalí. Ele apareceu pela primeira vez em 1944, em sua obra Sonho Causado Pelo Voo de uma Abelha ao Redor de Uma Romã um Segundo Antes de Acordar. Os elefantes, inspirados por Gian Lorenzo Bernini, em Roma base da escultura de um elefante transportando um antigo obelisco. Conjugada a imagem de suas pernas quebradiças, esse comprometimento em criar um sentimento de fantasmagórico da realidade. "O elefante é uma distorção do espaço, em uma análise explica, "as suas pernas contrastam com a ideia de imponderabilidade com a estrutura."

O ovo é outra imagem comum na obra de Dalí, o qual expressa a ideal pré-natal e intrauterina, que aparece em O grande masturbador e Metamorfose de Narciso e assim utilizá-lo para simbolizar a esperança e a caridade. Diversos animais aparecem em todo o seu trabalho: formigas remontam à morte, decadência, e o imenso desejo sexual; o caramujo relaciona-se com a cabeça humana. Esta ideia partiu de quando avistou um caramujo em cima de uma bicicleta, perto da casa de Freud, quando se conheceram; e gafanhotos são um símbolos de desperdício e de medo.

Em 1931, Dalí pintou uma de suas mais famosas obras, A Persistência da Memória. Às vezes chamada de "Relógios fundidos", o trabalho apresenta o surrealista imagem da fusão de um relógio de bolso. A interpretação geral do trabalho é a de que o relógio é, incansavelmente, o pressuposto de que o tempo é rígido ou determinista, e neste sentido é apoiado por outras imagens, no trabalho, tais como a vasta expansão da paisagem e de formigas a voar a devorar os outros relógios.


Salvador Dalí - Memória Persistente

segunda-feira, outubro 20, 2014

Frases - XVIII


Nossa maior fraqueza está em desistir. O caminho mais certo de vencer é tentar mais uma vez.

 - Thomas Edison


domingo, outubro 19, 2014

Jorge Palma - Bairro do Amro


No bairro do amor a vida é um carrossel
Onde há sempre lugar para mais alguém
O bairro do amor foi feito a lápis de cor
Por gente que sofreu por não ter ninguém

No bairro do amor o tempo morre devagar
Num cachimbo a rodar de mão em mão
No bairro do amor há quem pergunte a sorrir:
Será que ainda cá estamos no fim do verão?

Eh, pá, deixa-me abrir contigo
Desabafar contigo
Falar-te da minha solidão
Ah, é bom sorrir um pouco
Descontrair-me um pouco
Eu sei que tu me compreendes bem.

No bairro do amor a vida corre sempre igual
De café em café, de bar em bar
No bairro do amor o sol parece maior
E há ondas de ternura em cada olhar.

O bairro do amor é uma zona marginal
Onde não há prisões nem hospitais
No bairro do amor cada um tem de tratar
Das suas nódoas negras sentimentais

Eh, pá, deixa-me abrir contigo
Desabafar contigo
Falar-te da minha solidão
Ah, é bom sorrir um pouco
Descontrair-me um pouco
Eu sei que tu me compreendes bem.


Interprete: Jorge PalmaMusica: Bairro do Amor


sexta-feira, outubro 17, 2014

Eugène Delacroix

Ferdinand Victor Eugène Delacroixnota 1 (Saint-Maurice, 26 de abril de 1798 — Paris, 13 de agosto de 1863) foi um importante pintor (artista) francês do Romantismo.

Delacroix é considerado o mais importante representante do romantismo francês. Na sua obra convergem a voluptuosidade de Rubens, o refinamento de Veronese, a expressividade cromática de William Turner e o sentimento patético de seu grande amigo Géricault. O pintor, que como poucos soube sublimar os sentimentos por meio da cor, escreveu: "…nem sempre a pintura precisa de um tema". E isso seria de vital importância para a pintura das primeiras vanguardas.

Vida e obra
Delacroix nasceu em Saint-Maurice, numa família de grande prestigio social, e seu pai virou ministro da república. Acreditava-se que seu pai natural teria sido na realidade o príncipe Talleyrand, seu mecenas1 . O fato é que Delacroix teve uma educação esmerada, que o transformou num erudito precoce: frequentou grandes colégios de Paris, teve aulas de música no Conservatório e de pintura na Escola de Belas-Artes. Também aprendeu aquarela com o professor Soulier e trabalhou no ateliê do pintor Pierre-Narcisse Guérin, onde conheceu Géricault. Visitava quase todos os dias o Louvre, para estudar as obras de Rafael Sanzio e Rubens.

Seu primeiro quadro foi A Barca de Dante — a obra deste escritor italiano foi um dos temas preferidos do romantismo. A tela lembra A Barca da Medusa, de Géricault, para quem o pintor havia posado.


Delacroix retratado por Félix Nadar.
Algumas pessoas viram no artista um grande talento como o de Rubens e o as semelhanças de Michelangelo. Não tão apreciados da mesma maneira: O Massacre de Quios (1822),Jovem Órfã no cemitério (1824), A Morte de Sardanápalo (1827) e A Tomada de Constantinopla pelos Cruzados (1840), baseadas em temas exóticos e históricos, de composições bem mais caóticas e de uma dramaticidade e simbolismo cromático incompreensíveis para a Academia.1

Delacroix se interessou também pelos temas políticos do momento. Sentindo-se um pouco culpado pela sua pouca participação nos acontecimentos do país, pintou A Liberdade Guiando o Povo (1830), um quadro que o estado adquiriu e que foi exibido poucas vezes, por ter sido considerado excessivamente panfletário. O certo é que a bandeira francesa tremulando nas mãos de uma liberdade resoluta e destemida, prestes a saltar da tela, impressionou um número grande de espectadores.

Em 1833, Delacroix foi contratado para decorar prédios públicos em Paris, tais como o palácio do rei, o palácio Bourbon em Paris, o Palácio de Luxemburgo e a biblioteca de Saint-Sulpice, também situada em Palais du Luxembourg2 . Nos seus últimos anos preferiu a solidão de seu ateliê.1

Encontra-se sepultado no Cemitério do Père-Lachaise, Paris na França.3




quinta-feira, outubro 16, 2014

Quando o ministério não tem juízo, o corpo docente é que paga

Eu tinha 14 anos e considerava que se estava a perder demasiado tempo com a influência da continentalidade nas amplitudes térmicas. Portanto, fiz o que tinha a fazer.

Fui à horta que havia por trás dos campos de futebol e apanhei um gafanhoto. Antes de o professor de geografia chegar, coloquei o gafanhoto debaixo da sua secretária.

Não resultou. Assim que o professor se sentou, o gafanhoto saltou para a janela e saiu da sala. O professor nem chegou a vê-lo. E passou mais 50 minutos a falar impunemente sobre o facto de as zonas costeiras serem mais amenas que as áreas do interior.

Aos 14 anos ninguém sabe imaginar estratagemas que transtornem verdadeiramente a vida dos professores.

Aos 62, Nuno Crato, o ministro da Educação, tem a maturidade que me faltava para inventar as melhores partidas.

Primeiro, colocou professores de Coimbra, por exemplo, em Faro. Esperou que alugassem casa, que instalassem a família, que adaptassem a vida à nova realidade.

Depois, anunciou que tinha havido um engano e que a colocação havia sido anulada. Isto é que é uma partida. Não sei se o ministro aceita sugestões, mas talvez fosse engraçado que, quando o professor se dirigisse ao ministério para se informar sobre as suas alternativas, lhe entregassem um envelope com um gafanhoto lá dentro.

Como sempre, os professores não têm sentido de humor suficiente para entrar na brincadeira. Levam a mal, protestam, queixam-se. Resistem a ver esta balbúrdia como uma oportunidade. Eu, sendo professor, aproveitava o estilo de vida que o ministério proporciona e adquiria imediatamente 20 ovelhas. O nomadismo é ideal para a pastorícia, e as constantes mudanças na colocação contribuiriam para que eu ficasse com um rebanho forte e lucrativo. Quanto menos aulas desse, mais tempo teria para vender lã, queijo e borregos.

Há quem oferença o corpo à ciência. Neste momento, os professores podem oferecer o corpo à educação, na medida em que as suas vidas parecem um daqueles problemas matemáticos: "o professor A é do Algarve e vai dar aulas para Trás-os-Montes. O professor B é de Lisboa e vai dar aulas para Braga. Após consultarem a internet, descobrem no mesmo dia que foram colocados por engano. Sabendo que ambos tomam o comboio das 8h20, qual chega primeiro ao centro de emprego?".

Nem todos temos a honra de poder dar um contributo tão grande para o bem da Humanidade. Os professores têm e ainda reclamam.


Fonte: Ricardo Araujo Pereira @Visão

Uma semana a ver jogar os outros

Quinta-feira, 9 de Outubro
Hoje a equipa nacional de sub-21 foi até Alkmaar e despachou com grande categoria a sua congénere holandesa com um resultado de 2-0 dificilmente contornável na próxima terça-feira, em Paços de Ferreira, mesmo que o nosso Ola John venha a ser titular e faça o jogo da sua vida.
O melhor jogador português na Holanda foi Bernardo Silva. Gostaria muito de escrever “o nosso Bernardo Silva” mas não tenho a certeza de assim ser e longe de mim está a intenção de enganar seja quem for. É nosso? Ou não é nosso? Está emprestado e qualquer dia está de volta a casa ou foi vendido e nunca mais o vemos? Aguarda-se o esclarecimento por voz autorizada, se faz favor.
O jogo de hoje dos sub-21 foi engolido nos noticiários pelas declarações da véspera do presidente do Sporting para quem o próximo FC Porto-Sporting, a contar para a Taça de Portugal, só pode “correr pior” do que o último Sporting-FC Porto, a contar para o campeonato, se o próprio “sair de lá morto”. 
Carvalho é, destacadamente, o mais “venezuelano” dos nossos presidentes de clubes de futebol no que ao campeonato do mais grosseiro populismo diz respeito. Embora, faça-se justiça, ninguém tenha chamado populista a José Mourinho quando, há coisa de uma década, no comando do Chelsea, desembarcou no Porto rodeado de seguranças esclarecendo o aparato nos seguintes termos em declarações ao “Expresso”. “Se você fosse a Palermo não levava guarda-costas?”. 
O homem é o estilo e o estilo é o homem.
Perante tudo isto o que importa realçar é o nome da competição em que os dois emblemas se vão defrontar já no próximo sábado. Chama-se Taça de Portugal, repito, de Portugal, portanto não há aqui lugar para Sicílias-Venezuelas nem para Palermos-Caracas. É simplesmente um FC Porto-Sporting.


Sexta-feira, 10 de Outubro
Hoje, pelas sete e meia da manhã, bem cedo portanto, já havia gente em fila à porta da sede do Sporting da Covilhã esperando a sua vez para comprar bilhetes. Vai lá jogar o Benfica no sábado. É a tal Taça de Portugal. Estão justificados os madrugadores. 
O Benfica é o detentor do tão amado troféu. E não o ganha em dois anos consecutivos desde os triunfos de 1985/1986, batendo na final o Belenenses, e de 1986/1987, batendo na final o Sporting. O Sporting da Covilhã é o primeiro adversário desta edição da Taça de Portugal e para não ser o último será da maior conveniência que o Benfica “não espere facilidades”, tal como oportunamente avisou o nosso César Brito que também jogou pelos Leões da Serra. Desde aquela tarde mágica de Abril de 1991, tudo o que o César Brito diz ou faz é para levar a sério.
Entretanto, a selecção dos crescidos joga amanhã em Paris com a França. É o adversário ideal para a estreia de qualquer seleccionador porque a última vitória portuguesa sobre os gauleses aconteceu em pleno período revolucionário, em Abril de 1975, com José Maria Pedroto no banco, acumulando o cargo com o de treinador do Boavista.
“A Bola” dá conta que Fernando Santos experimentou no último treino uma linha defensiva constituída por Cédric, Pepe, Carvalho e Antunes. Tem o meu aval. 
O desejável é que Eliseu não jogue porque como é do Benfica e não foi formado na Academia do Sporting como o grosso do contingente será, certamente, apontado a dedo por tudo o que de mal venha a acontecer à nossa seleção amanhã em Paris. 
E o importante é não desmoralizar o nosso Eliseu que já nos resolveu à bomba dois jogos do campeonato nacional.


Sábado, 11 de Outubro
Aconteceu precisamente o que temia. Até dos sucessivos falhanços dos avançados franceses que poderiam ter construído um resultado parecido com o vexatório foi o pobre do Eliseu acusado de ser o responsável.
Faço votos para que não jogue na terça-feira na Dinamarca.

Domingo, 12 de Outubro
Talisca brilha na selecção olímpica do Brasil. Jorge Jesus disse que Talisca tem coisas de Rivaldo. Para mim tem coisas de Isaías, o que já é altamente satisfatório. Há muitos anos, desde Isaías, que o Benfica não dispunha de um jogador que tomasse embalo a meio campo com uma passada daquelas toda projetada para a baliza do adversário.
Em Espanha, a jogar pelo Rayo Vallecano, Abdoulaye deu hoje uma entrevista ao “As” e disse que “mudar para o Rayo foi um passo em frente”. E foi.
Sem desprimor para o FC Porto e para o Vitória de Guimarães, os seus últimos clubes em Portugal. Não é a importância dos emblemas que está em causa. É a visibilidade do campeonato espanhol, muitíssimo superior à visibilidade da nossa Liga.


Segunda-feira, 13 de Outubro
O Tribunal Arbitral do Desporto suspendeu a suspensão de Fernando Santos. O nosso novo selecionador pode assim sentar-se no banco amanhã em Copenhaga. Se o TAS, entretanto, mudar de opinião, lá voltará o engenheiro a ver os jogos da bancada. Na conferência de imprensa de hoje vimos o Fernando Santos mais bem-disposto e sorridente de sempre. E se Portugal vencer amanhã a Dinamarca todos estes problemas do senta-no-banco-ou-não-senta-no-banco passam a ter pouca ou nenhuma importância. E é isso que se deseja.
“O importante é continuar a jogar e ter saúde” disse agora mesmo Nani confrontado por um jornalista sobre o passo atrás ou o passo à frente que foi o seu regresso ao Sporting. Ao contrário de Abdoulaye, Nani não dá crédito ao desprimor de jogar na Liga portuguesa.


Terça-feira, 14 de Outubro
Por ordem de entrada em ação:
O nosso Gaitán marcou dois golos pela Argentina num jogo disputado em Hong-Kong. Parabéns!
O nosso Ola John não fez o jogo da sua vida e a Holanda foi à vida nos sub-21. O jogo de Paços de Ferreira teve nove golos. O último foi marcado pelo nosso (é nosso, não é?) Bernardo Silva. Portugal esteve sempre tranquilo com a evolução do resultado. 
Quem assistiu ao jogo através da televisão sabe como as coisas se passaram: sempre que o comentador da RTP afirmava que a Holanda tinha um futebol “caótico” os holandeses, que nem o estavam a ouvir, marcavam logo um golo. Foi assim que se chegou a um resultado de 5-4.
À noite, em Copenhaga, entraram os dois Carvalhos na equipa e o nosso Eliseu foi outra vez titular. Como Portugal ganhou à Dinamarca ninguém lhe apontou o dedo. Foi uma vitória sofrida. Garantida com um golo assinado por três autores, o que é apreciável e coisa rara de se ver. O centro de Ricardo Quaresma valeu 30% do golo, a cabeçada de Cristiano Ronaldo valeu outros 30% do golo e o oportuno desvio do dinamarquês Kjaer para o fundo da baliza do filho de Schmeichel valeu os restantes 40%.
Para a História ficará, e muito bem, que o golo foi de Cristiano Ronaldo. Ele merece. É o melhor de todos.
No outro jogo do nosso grupo, o Sérvia-Albânia, o ex-nosso-Mitrovic foi acusado por alguns facciosos de ter provocado o “caos” quando arrecadou à mão o drone que fez voar a bandeira albanesa sobre o relvado do estádio de Belgrado. Não foi o piloto à distância do dito drone que provocou o caos. Foi o Mitrovic. 
Na confusão que se gerou lá na Sérvia vimos o ex-nosso-Markovic, que estava sentado no banco, disparar para o centro da acção em grandes gestos e correrias. Também em Turim, na meia-final com a Juventus, fez uma coisa parecida o que lhe valeu um cartão amarelo que o impediu de jogar a final com o Sevilha. Markovic é um irrefletido genial. Aliás, se não fosse irrefletido ainda estava no Benfica.


Quarta-feira, 15 de Outubro
Lê-se hoje na primeira página de “A Bola”. “Estou numa Liga inferior mas boa para crescer.” São palavras de Óliver, actual jogador do FC Porto, pronunciadas numa entrevista à Marca TV. Óliver saiu do campeão Atlético de Madrid para o campeonato português e, tal como Abdoulaye, sabe muito bem o que são passos para trás, para a frente e para o lado.


Quinta-feira, 16 de Outubro
O próximo jogo de Portugal é em Novembro com a Arménia. A vitória de anteontem lança paz e sossego sobre a selecção e as opções do seleccionador. O único motivo de discussão será, porventura, o novo equipamento da selecção. Camisola branca, calções azuis, meias brancas. Gosto. Tem classe. Faz-me lembrar o equipamento do Paço de Arcos. Há quem não goste. O ex-presidente do Sporting, Godinho Lopes, lamentou há dias a ausência do verde no trajar da selecção. Uns meses antes já o actual presidente do Sporting tinha protestado contra o vermelho da bandeira nacional. E, mais recentemente, desaprovou as bolas vermelhas de protecção dos microfones que recolhiam as suas palavras. Gostos são gostos. E desde que Bruno de Carvalho não exija, um dia destes, a retirada do vermelho dos semáforos poderemos continuar a atravessar as ruas com toda a tranquilidade.


Fonte: Leonor Pinhão @A Bola

segunda-feira, outubro 13, 2014

Frases - XVII


Otimismo é esperar pelo melhor. Confiança é saber lidar com o pior.

 - Roberto Simonsen


domingo, outubro 12, 2014

Rui Veloso - Chico Fininho



Gingando pela rua
Ao som do Lou Reed
Sempre na sua
Sempre cheio de speed
Segue o seu caminho
Com merda na algibeira
O Chico Fininho
O freak da cantareira

Chico fininho
Uuuuuuh uuuuuuh (x4)

Aos sss pela rua acima
Depois de mais um shoot nas retretes
Curtindo uma trip de heroína
Sapato bicudo e joanetes

A noite vem já e mal atina
Ele é o maior da cantadeira
Patchuli borbulhas e brilhantina
Cólica escorbuto e caganeira

Chico fininho
Uuuuuuh uuuuuuh (x4)

Sempre a domar a cena
Fareja a judite em cada esquina
A vida só tem um problema
O ácido com muita estricnina

Da cantareira baixa
Da baixa cantareira
Conhece os flipados
Todos de gingeira

Chico fininho
Uuuuuuh uuuuuuh (x4)


Interprete: Rui Veloso 
Musica: Chico Fininho


sexta-feira, outubro 10, 2014

Prémio Nobel da Paz - Malala Yousafzai




Raras vezes o Prémio Nobel da Paz foi tão bem atribuído. Ao contemplar Malala Yousafzai, a adolescente paquistanesa que escapou por um triz a uma tentativa de assassínio talibã por defender o elementar direito à educação a todos os seres humanos, incluindo os do sexo feminino. "Uma criança, um professor, uma caneta e um livro podem mudar o mundo", disse Malala em 2013, num comovente discurso pronunciado na sede da ONU, em Nova Iorque.

Impossibilitada de viver no seu país, onde o mais repugnante fanatismo islâmico a condenou à morte física e à morte cívica, Malala vive hoje no Reino Unido, onde tenciona completar os restantes graus de instrução sem pedir licença a nenhum homem, mesmo que use barba e turbante.

Com apenas 17 anos, é a mais jovem laureada até hoje com um Prémio Nobel, repartindo este galardão com Kailash Satyarthi, activista indiano dos direitos das crianças. E será a partir de agora um exemplo ainda mais marcante para milhões de raparigas a quem continua a ser negado o acesso a esse patamar básico de dignidade humana que só a educação proporciona.

quinta-feira, outubro 09, 2014

Poupem o cão, mas não poupem o "cão"

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Um dia até lhes vão chamar insubstituíveis

O Benfica é uma equipa em construção e não podia deixar de ser, não por mania do seu treinador, mas porque, efetivamente, da equipa campeã saiu muita gente da maior importância. Reinsisto. A saída mais difícil de disfarçar é a de Garay, um jogador excepcional, onde nascia o jogo da equipa de trás para a frente e onde morria, frequentemente, o jogo do adversário. Poderá haver, sobre este assunto, as mais variadas opiniões. Mas esta é a minha.
A realidade é agora outra. Há, no entanto, belas promessas entre alguns dos que chegaram agora ao Benfica. Jonas foi o último a chegar e assim que tocou na bola pela primeira vez no jogo com o Arouca percebeu-se que o brasileiro veio com os estudos feitos. São de apreciar, porque são raros, os jogadores que não reclamam tempo de adaptação e de aprendizagem. Jonas marcou até um golo na estreia, é um licenciado.
Dos outros novos, Talisca e Derley vão-se fincando, ganhando o seu espaço. Um dia destes até lhes vão passar a chamar de insubstituíveis depois de lhes terem chamado outras coisas menos bonitas. Isto ainda se vai compor em termos da qualidade do espetáculo capaz de agradar às plateias elegantes.
No último fim-de-semana, quanto às lamentações de uns e ao gáudio de outros, houve a registar o perdão de grandes penalidades ao Benfica e ao FC Porto, uma para cada um.
Mas no capítulo dos erros das terceiras equipas em campo, como não podia deixar de ser, o momento mais fabuloso da jornada, verdadeiramente sensacional foi o regresso do sportinguista Freddy Montero aos golos em posição de fora-de-jogo 299 dias depois.
É obra.

*
Ainda um assunto da semana passada.
Foi acusado o treinador do Benfica de ter preferido, em Leverkusen, poupar jogadores para o desafio com o Arouca do que procurar a vitória contra os alemães na Alemanha, como se vencer o Bayer fosse um brinde assegurado desde que Maxi Pereira, Samaris e Lima entrassem em campo nas posições de André Almeida, de Cristante e de Derley.
Desde que a temporada oficial começou tem sido proeminente no discurso do treinador do Benfica a vontade de revalidar o título nacional brilhantemente conquistado em 2013/2014. Há mais de trinta anos que o Benfica não vence dois campeonatos de uma assentada e, francamente, já começa a parecer mal.
Portanto quer Jorge Jesus aquilo que todos queremos e que exigimos.
No entanto, tal como acontece a qualquer adepto comum do Benfica num momento de introspeção honesta, de bom grado Jorge Jesus trocaria o hipotético segundo título consecutivo por uma hipotética vitória na Liga dos Campeões, facto quinhentas vezes mais estrondoso do que a vitoriazinha interna, muito saborosa, mas sem aquela distinção do galgar das fronteiras que o Benfica persegue desde 1962, quando bateu o Real Madrid por 5-3 na final de Amesterdão, há mais de 60 anos.
Ou não é assim?
Troca-se imediatamente um campeonato nacional por uma Liga dos Campeões!
Quem estiver de acordo ponha o braço no ar!
Ena, tantos braços no ar, inclusivamente o meu.
Infelizmente, estas duas competições não são equiparáveis a cromos para a troca. Nem, muito menos, são fantasias. O Benfica, que nos dois últimos esteve à beira de ganhar a Liga Europa e não ganhou, sofreu este ano uma remodelação tão acentuada no seu quadro de jogadores que, dificilmente, haverá lugar, em 2014/2015 para a edificação de uma equipa sólida e fortemente competitiva a nível do segundo escalão da realeza europeia, como as que vimos nas duas temporadas anteriores.
O que não queremos, e neste ponto estaremos todos de acordo, é fazer má figura como fizemos, na verdade, na Alemanha.
É mau benfiquismo pensar assim?

*
José Mourinho reagiu ao melhor estilo de um D’Artagnan sadino à intempestiva intrusão de Arsène Wenger no seu espaço técnico enquanto decorria o jogo entre o Chelsea e o Arsenal. Um alçar do peito, um olhar fulminante, toda uma elegância inata no dirimir da situação criada pelo azougado mosqueteiro francês.
E duas forçosas passadas atrás porque Wenger tem, bem medido, mais um palmo de altura do que Mourinho e apareceu-lhe não só pela frente mas também distintamente embalado.
No clássico de Londres, a capital mundial das boas maneiras, fez furor o momento protagonizado pelos dois treinadores, sendo que um é um sacana de um francês, pelo que tem culpa, e outro é português, pobrezinho, pelo que está desculpado.
Foi assim, geneticamente, que os arregalados ingleses viram o que se passou em Stamford Bridge.

*
Ditou o sorteio ser o Sporting da Covilhã o adversário do Benfica na primeira eliminatória da Taça de Portugal que inclui os clubes primodivisionários, cabendo ao Benfica, que é o detentor do troféu, jogar fora de casa. O jogo realiza-se, portanto, na Covilhã embora no fim-de-semana tenham surgido notícias que apontavam a decisão da eliminatória para o palco de Aveiro em favor de uma receita que permitisse “resolver o problema financeiro do clube”. Acabou por imperar a tradição e o Benfica vai mesmo jogar à Serra da Estrela. Ainda bem. Assim é que é bonito.

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Na última temporada o jovem Ola John foi justamente desterrado para o campeonato alemão e regressou outro. Veio reeducado.
Agora quando o Benfica não tem a bola o holandês compromete-se no trabalho de a recuperar. No jogo com o Arouca até o vimos a dobrar Eliseu por mais do que uma vez.
Já quando o regressado Ola John tem a bola não se perde em habilidades circenses sem qualquer proveito para a equipa.
Está um extremo pragmático o nosso Ola John. Avança sem medo quando pressente que o caminho lhe está de feição, não inventa e quando se depara com dificuldades opta por entregar a bola a um companheiro melhor colocado ao invés de brincar na areia, que era a sua especialidade mais em destaque no primeiro ano que passou na Luz.
Perante este milagre da reeducação, estamos todos com grandes expectativas no que diz respeito ao regresso de Djuricic depois de uma temporada na Alemanha ao serviço do Mainz.
Se não vai a bem, vai a mal.


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Está em grande o Valência de Nuno Espírito Santo e de mais uns quantos portugueses que são nossos estimados conhecidos. No último fim-de-semana bateram sem apelo o campeão espanhol por 3-1. A todos se deseja a continuação destes sucessos.
Este lindo arranque do Valência vem relançar a questão dos benefícios internos de se estar ausente das competições internacionais, que é, precisamente, o que se passa nesta temporada com a equipa “ché”
Sempre me intrigou chamarem-lhes a equipa “ché”. Fui investigar. Ao que parece chamam-lhes “ché” porque “ché” é uma interjeição muito comum do falar valenciano e que se equivale ao nosso “pá”, no sentido de tratarmos com proximidade alguém amigo com quem falamos.
- Che, mira el gol de André Gomes!
- Eh pá, que golão do Talisca!
O uso do “ché” é também comum na Argentina e em outros países sul-americanos. Por exemplo, o doutor Ernesto Guevara, de nacionalidade argentina, entrou para História com o nome de “Che” Guevara porque tratava por “ché” toda a gente que conhecia. Traduzindo para português chamava “pá” a todos, o que nem é para admirar.
Os “chés” de Nuno Espírito Santo, voltando ao futebol, vão bem lançados na Liga espanhola apesar de estarem fora da Europa ou vão bem lançados na Liga espanhola precisamente por estarem fora da Europa?
Por exemplo, na época anterior houve duas equipas que conseguiram ficar no segundo lugar dos seus respetivos campeonatos – o Liverpool em Inglaterra e o Sporting em Portugal – porque, para muita gente douta, beneficiaram das folgas de não terem jogos europeus a meio da semana ao contrário dos seus adversários internos mais diretos que se esfalfaram em compromissos, viagens e minutos nas pernas.
Tudo isto são, naturalmente, especulações. E, por isso mesmo, o percurso deste Valência merece a maior atenção, “ché”!

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Na noite de sexta-feira o presidente do Sporting atirou-se com unhas e dentes ao presidente do FC Porto e até lhe chamou nomes feios. Também se atirou ao presidente do Benfica ainda que com menor veemência porque o respeitinho é muito bonito. Por este conjunto de antecedentes oratórios foi pena a ausência do presidente do Sporting na reunião da Liga na segunda-feira para o cara-a-cara com os ofendidos que é o apanágio dos valentões.

Fonte: Leonor Pinhão @ A bola

Desporto de fim de semana - 2024/03/16

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