Raras vezes o Prémio Nobel da Paz foi tão bem atribuído. Ao contemplar Malala Yousafzai, a adolescente paquistanesa que escapou por um triz a uma tentativa de assassínio talibã por defender o elementar direito à educação a todos os seres humanos, incluindo os do sexo feminino. "Uma criança, um professor, uma caneta e um livro podem mudar o mundo", disse Malala em 2013, num comovente discurso pronunciado na sede da ONU, em Nova Iorque.
Impossibilitada de viver no seu país, onde o mais repugnante fanatismo islâmico a condenou à morte física e à morte cívica, Malala vive hoje no Reino Unido, onde tenciona completar os restantes graus de instrução sem pedir licença a nenhum homem, mesmo que use barba e turbante.
Com apenas 17 anos, é a mais jovem laureada até hoje com um Prémio Nobel, repartindo este galardão com Kailash Satyarthi, activista indiano dos direitos das crianças. E será a partir de agora um exemplo ainda mais marcante para milhões de raparigas a quem continua a ser negado o acesso a esse patamar básico de dignidade humana que só a educação proporciona.
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