Como toda a gente, suponho, estranho o silêncio que a comunicação social portuguesa tem dedicado à carreira de Mick Phelan. Durante anos, nenhum dos nossos jornais se esqueceu de assinalar que os êxitos do Manchester United eram também (senão sobretudo) do prof. Carlos Queirós. O prof. Carlos Queirós tinha revolucionado o Manchester United. O prof. Carlos Queirós tinha levado para Manchester métodos que tinham deixado boquiaberta toda a Bretanha — que é grã. O prof. Carlos Queirós era indispensável no Manchester United e Alex Ferguson nem queria ouvir falar na sua saída. Havia uma razão para isto: Alex Ferguson só fazia as substituições, todo o trabalho importante era feito pelo prof. Carlos Queirós. O prof. Carlos Queirós não era o treinador-adjunto de Alex Ferguson, Alex Ferguson é que tinha a honra e a sorte de ser o treinador principal da equipa técnica onde pontificava o prof. Carlos Queirós. O prof. Carlos Queirós inventou jogadores, ganhou taças, foi campeão de Inglaterra e da Europa. Nisto, o prof. Carlos Queirós veio treinar a selecção portuguesa e deixou o Manchester condenado à ruína. Alex Ferguson, imprudentemente, substituiu o indispensável prof. Carlos Queirós por Mick Phelan. Exacto, Mick Phelan. O antigo treinador-adjunto do Norwich, do Blackpool e do Stockport County. E, embora os jornais portugueses o tenham ignorado, Mick Phelan já foi campeão do Mundo de clubes, lidera o campeonato inglês, e está nos quartos-de-final da Liga dos Campeões. Para quando a atenção devida ao trabalho de Mick Phelan?
Tenho saudades de acompanhar a carreira de treinadores-adjuntos brilhantes.
Sem comentários:
Enviar um comentário