sábado, fevereiro 04, 2017

Janeiro é mês de negócios

Na primeira quinzena de janeiro foi muito elogiada a equipa do Benfica porque, na realidade, fez duas coisas muito bem feitas num curto espaço de tempo. E sucessos com um grau de dificuldade apreciável. Não é fácil ir a Guimarães vencer por duas vezes o Vitória com exibições categóricas e resultados tranquilos. Nesta temporada, o Sporting já se viu empatado naquele mesmo estádio e na temporada passada o Porto saiu de lá derrotado e convencido. Terminou, assim, o Benfica a primeira quinzena do primeiro mês do ano sob um coro de aplausos vindos de todos os quadrantes pela excelência do seu futebol e pela qualidade superior do seu quadro de jogadores, que até dava para formar duas equipas capazes de disputar o título nacional. Lembram-se? 

Também na primeira quinzena de janeiro foi muito elogiada a clarividência e os trabalhos do presidente do Benfica que, segundo a imprensa, andou num périplo pelo Mundo a tratar de negócios e da venda de jogadores a preços raros. Até do campo adversário chegaram louvores a Luís Filipe Vieira, um presidente "proativo" que calcorreava o planeta à procura de parceiros multinacionais de monta em prol da modernidade e da sustentabilidade do clube enquanto outros presidentes ficavam, teimosamente, confinados às suas pequenas e típicas paróquias à espera que qualquer coisinha simpática lhes caísse do céu. 

Tudo mudou drasticamente na segunda quinzena de janeiro. A equipa de futebol do Benfica espalhou-se na receção ao Boavista – vá lá que ainda conseguiu segurar 1 ponto – e voltou a espalhar-se ao comprido na visita a Setúbal, onde não conseguiu salvar nem 1 ponto e nem se conseguiu salvar a si mesma de tão desalmada que foi a sua exibição. Ah, sim, os erros dos árbitros, é verdade… Mas não terá, o tricampeão futebol, futebolistas e soluções legítimas para vencer os seus adversários e os erros dos árbitros sem ter de enveredar pelo caminho, trilhado por outros, da ameaça física aos juízes com direito a cobertura em direto de todas estações de televisão? 

Também em relação a Luís Filipe Vieira tudo mudou na segunda quinzena. Os elogios à sua vocação de presidente- -globetrotter sumiram como que por encanto e deram lugar a críticas ferozes à sua permanente ausência num mês em que tanto havia para ganhar e não era dinheiro certamente. Está assim o Benfica agora: aflito com a aproximação do Porto, aflito com o seu futebol subitamente anémico, aflito com o ridículo da situação a que se expôs. Ninguém duvida de que este mês de janeiro vai ficar na História da época de 2016/2017. Resta saber como a história vai acabar. 


Até ao dia em que qualquer coisa realmente horrível aconteça 
Até ao dia em que qualquer coisa realmente horrível aconteça num estádio do nosso país continua a reinar impune o futebol da fumarada como se viu no sábado passado na Amoreira e na noite do dia seguinte em Faro. O arremesso de tochas na direção do relvado é um delito a que nos fomos habituando, mas como o problema é da relva e a relva não se queixa ninguém faz caso. Já o arremesso de tochas na direção dos jogadores é uma novidade que levou ao chão o guarda-redes do Estoril no jogo com o Porto e dois jogadores do Moreirense na final da Taça da Liga. Levantaram-se todos, mais ou menos ensurdecidos, e os árbitros deram ordem para que os desafios prosseguissem com naturalidade. Ora, isto é tudo menos natural, normal, aceitável. Trata-se de situações de índole criminosa. Se as víssemos acontecer no estrangeiro não demoraríamos a aplaudir os árbitros, também estrangeiros, que logo naquele momento dessem o jogo por terminado por falta de condições de segurança. Ou não seria assim?


Fonte: Leonor Pinhão @ correio da manha


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