O fecho do mercado de inverno trouxe este ano uma grande novidade ao Benfica. Ninguém se foi embora. Em janeiro do ano passado era o Benfica o líder do campeonato e saiu Enzo Pérez para o Valência. No Janeiro de há dois anos era também o Benfica o líder e saiu Matic para o Chelsea. A verdade é que o Benfica, perdendo jogadores fundamentais, acabou por saber vencer os dois campeonatos.
Este ano o Benfica não sendo líder à entrada para a jornada deste fim de semana – e até já esteve a uma distância imensa do primeiro lugar – não se pôde dar ao luxo de vender ninguém. É crível, portanto, que queira lutar pelo título. Sem vender jogadores importantes por causa da luta em questão, o Benfica apenas pôde emprestar jogadores, o que é coisa de gente remediada.
E, assim sendo, dois dos mais talentosos produtos das escolas de formação do Benfica – Victor Andrade e João Teixeira –, não tendo espaço na equipa principal que luta pelo título e não o pode fazer com tanta juventude, foram cedidos ao Vitória de Guimarães onde jogarão até ao final da temporada. É, sem dúvida, uma boa decisão. Os jogadores vão jogar a sério na primeira Liga, o Vitória Sport Clube reforça-se com dois bons elementos e, por fim, o Benfica observa-os de longe e dá por bem entregues os seus jovens aos cuidado de um emblema ultra-exigente.
A única coisa aqui que não bate certo com os últimos acontecimentos do nosso futebol é não ter sido Pinto da Costa a anunciar à imprensa e ao País, e em alocução oficiosa, que o Benfica acabara de chegar a acordo com o Vitória de Guimarães para a cedência de dois jovens atletas por sinal bastante promissores tal como tinha sido avisado pela via telefónica, ora bem, no momento preciso das assinaturas.
Foi, sem dúvida, bastante curiosa a urgência, a necessidade sentida pelo presidente do Porto em interferir publicamente no desenlace do caso Carrillo apressando-se, ele próprio, a dar a notícia a toda a gente. E, certamente, não o fez para estragar a festa ao Benfica ou para aborrecer o Sporting ou por, à laia de vingança, estar desiludido com o epílogo das negociações. Nada disso.
Pinto da Costa quis apenas mostrar que, ao contrário do que dizem os publicistas do regime sportinguista, é ele quem manda no futebol português. E que nada lhe escapa. Como se não bastasse tamanha afirmação, ainda usufruiu por breves segundos daquela sensação incrível de, ele que é o presidente do Porto, mais parecer ser o presidente do Benfica a dar novidades à multidão. Que triunfo!
Fonte: Leonor Pinhão @ correio da manha
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