sexta-feira, setembro 16, 2011

Fim de semana prolongado em Madrid


Depois de já estar em Espanha, ao fazer as contas ao numero de dias que iria ficar por Madrid descobri que havia um feriado regional no meio da minha estadia, que este ano era a um domingo, era, pois em Espanha os feriados que calham ao fim de semana ou a meio da semana passam para junto do fim de semana. Não há pontes nem greves para se ter fins de semana de 4 a 8 dias.

É certo que a vida em Madrid começa bem cedo, as 08AM já se trabalha, que no horário de verão alguns trabalhadores fazem o horário até as 15:00, mas tirando essa época do verão, os horários de trabalho não diferem dos nossos. Uma das grandes diferenças entre os Madrilenos (não digo que toda a Espanha seja igual) e os Portugueses é o facto de aproveitarem melhor o seu tempo, começam a trabalhar cedo, não perdem tempo com pausas e terminado o trabalho aproveitam o resto do dia para si.

Terminado o trabalho, muitos fazem a 2ª refeição do dia (a primeira foi o pequeno-almoço), esta refeição é constituída por tapas, montaditos ou pinchos variados (que para os tugas são consideradas apenas entradas J ), depois (talvez pelo calor que se faz sentir nesta época) aproveitam a noite quente para passearem pela cidade, lojas e concentrarem-se nas praças. A Puerta del sol é um dos pontos de encontro, onde os madrilenos se reúnem, quer para passar o serão ou como ponto de partida para noite, em Madrid também existe uma Kapital e bem no centro a Joy.

O fenómeno da “puerta del sol” é interessante, tem sido palco das manifestações em Madrid, pelo que é comum encontrar pessoas a discursar e grupos de pessoas a debater um determinado assunto, não só de política vive a praça, pelo que encontra-se grupos que se sentam no chão a conversar, a estudar uma peça de teatro, jogar ou simplesmente a passar o tempo. Com tantas pessoas espalhadas pela praça a passar o serão, chegam os vendedores ambulantes, com os seus óculos, relógios, artigos em pele, dvd’s piratas, etc. Como o tempo vai passando e o calor não abranda, a sede vai apertando, facilmente surge a oportunidade para quem tem olho para o negocio, seja carregando sacos ou em mochilas lá aparecem os chineses a vender cervejas em lata, uma a 1€ e um pack de 6 por 5€. Um negocio rentável, isento de impostos e que tem imensos clientes.

Os fins de tarde por Madrid ficam registados pelos passeios pelos parques, de preferencia pelo “El retiro” com muitas sombras para se “devorar” um livro e espaços abertos onde passeiam alguns biquinis. Se a noite as praças ficam densamente povoadas, são os jardins e parques que ganham vida durante as tardes. Ao sol, debaixo das arvores, a passear de barco ou na esplanada  existe muita oferta, que além dos visitantes chamam tambem os tais vendedores (que á noite seguem as massas e vão para as praças) e artistas de rua. De registar a grande quantidade de jardins existentes, o facto de serem bem cuidados e dos Madrillenos lhes darem bastante uso.

Madrid tem semelhanças com Lisboa, não somos assim tão diferentes, eles é que não querem misturas, Madrid é uma cidade feita de raiz, plana e com o mesmo tipo de bairros que Lisboa. Até nos copiaram o bairro alto :D
A norte da Gran Via (eixo central do centro de Madrid) começa as zonas dos bares, rua estreitas com pequenos bares, musica qb e sempre muita gente a passear pelas ruas. Dá ideia que é sempre sexta-feira a noite. Mas o objectivo não era conhecer os bares de madrid, mas sim a vida de madrid e isso vive-se nas ruas, nas pracetas que estão espalhadas pela cidade, onde as pessoas se reunem um grupos e esperam que o “chino” apareça para fazer o negocio da cerveja.
Pode parecer estranho as pessoas juntarem-se na rua para se sentarem no chão de uma praça, a beber cerveja comprada a um vendedor ilegal. Sim parece estranho, mas não é estranho pois eles não tem licença para vender bebidas e é ilegal consumir bebidas alcoolicas na rua, não é estranho é sim illegal. Se a policia aparecer a multidão levantam-se, saem da praça em direcção a proxima praça. Se a policia se dirige as pessoas, é ve-las a largarem as latas de cerveja no lixo e a dirigirem-se a proxima praceta para comprar mais cerveja. A diversão em Madrid não para, apenas se vai mudando de local. É a botelhona.

Domingo é dia de ir a feria do relogio (tambem copiada de Lisboa) que em Madrid se chama “El Rastro”, na zona de “La Latina” (começar de cima para baixo, depois subir novamente em direcção a Plaza Mayor e terminar no mercado de San Miguel) as ruas estão repletas de tendas onde se vende todo o tipo de bugigangas (oculos, relogios, dvd’s, t-shirts de madrid, bodys para bebes dos metallica …. há de tudo)  e no final do “El rastro” o mercado das colecções, onde se troca, compra e vende cromos, cadernetas completas e outros colecionaveis.
Quem “tenta” andar pela feira fica com a ideia de que todos os madrillenos estão ali, dada quantidade de pessoas que se amontoam naquelas ruas. Faz parte da rotina madrillena, passar o domingo de manha no “El rastro”, a segunda parte do dia é dedicado as esplanadas ondem ficam a resfrescar-se com “canas”, até acharem que tem de ir dormir, pois no dia seguinte é dia de trabalho.

Para quebrar a tradição madrillena e não a minha, resolvi trocar a esplanada e passar o resto da tarde de domingo num parque, tendo ido até ao parque Bodan, que se sitia numa das zonas mais elevadas de madrid, que oferece uma excelente vista, tendo como pano de fundo o por do sol. Comparando com Lisboa sem duvida que nos faz falta uma diversidade identica de parques/jardins de grande dimensão, tal como existe em Madrid.

Temos de (re)adquirir o habito de passear pela cidade, conviver nas pracetas das cidades e aproveitar os jardins para passar as tardes. E de volta a Lisboa.

(post in progres  …………..)

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