terça-feira, dezembro 20, 2016

Sobre material escolar

O Sporting está a três meses do seu ato eleitoral e enquanto não for público o nome do candidato que se irá bater contra a situação continuará a restringir-se ao Benfica a verborreia do presidente em exercício. São da mais elementar cartilha dos jogos da conservação do poder estes ataques desenfreados ao "inimigo externo" apontado a dedo como o culpado de todos os males que afligem a nação. 

Sem pretender estabelecer comparações sempre injustas até porque, sendo princípio básico que "cada caso é um caso", há menos de 20 anos teve o Benfica um presidente que subsistiu triunfalmente bastando-lhe para tal eleger a Sport TV de Joaquim Oliveira como o "inimigo externo". E, se quisermos andar ainda mais para trás, muito para trás, não destoará recordar os episódios medievais da guerra declarada a Lisboa lançada com retumbante sucesso por José Maria Pedroto quando se viu a comandar um FC Porto que, historicamente, claudicava mal punha os pés na margem sul do Douro já considerado como território hostil da mouraria. 

Estes procedimentos corriqueiros na sua essência continuam, no entanto, a espantar gente incauta, ou apenas distraída, que se surpreende a cada arremetida do mesmo género vendo nestes furores primários, tão do agrado das bases, uma grossa novidade sem par. Nada mais errado. É a política, pá! 

E é, precisamente por se tratar de uma questão de política, que os opositores internos de Bruno de Carvalho se mantém numa doce clandestinidade exercitando os seus argumentos anónimos no remanso das redes sociais, poupando-se estrategicamente ao confronto direto com o "brunismo" reinante e canalizando para o Benfica toda a veia persecutória do presidente dos leões até ao dia – sabe-se lá quando… - em que entenderem dar a cara e enfrentar o tal sujeito que se considera a si próprio uma referência do futebol mundial. 

E só por isto se vê como a coisa promete. No que diz respeito ao Sporting é esta, em toda a sua simplicidade, a questão do momento. No que diz respeito ao Benfica a questão é a de se definir se deve o tricampeão consentir, ou não, ver-se envolvido na campanha eleitoral em curso do outro lado da 2ª Circular até porque, francamente, é do seu supremo interesse que se mantenha o atual "status quo" em Alvalade. 

Por isto mesmo terá sido grande desperdício de tempo a resposta que o novo diretor de comunicação do Benfica entendeu dar perante a última alocução do presidente do Sporting visto não haver ninguém em Portugal que precise de explicações sobre a necessidade política de provocar o Benfica sempre que a luz de um adorado holofote lhe acende o discursar. O resto são golos. E material escolar. 


A primeira equipa do mundo a ser "roubada" pelo vídeo-árbitro 
Se houvesse por cá vídeo-árbitro o dérbi de domingo estaria ainda hoje suspenso à espera de que a componente "árbitro" da componente "vídeo" chegasse a uma conclusão irrefutável sobre a existência ou não de dolo nos lances apontados como polémicos pelo lado dos vencidos e pelo lado dos vencedores. 

O público por lá continuaria, sofrendo as agruras de uma semana de ausência dos empregos e das obrigações escolares, enquanto o colégio de juízes diante do ecrã não fizesse o favor de se decidir. Estas coisas não podem ser à pressa. Veja-se o caso do vídeo-árbitro testado no Mundial de clubes a decorrer no Japão. 

No jogo entre os colombianos do Nacional e os japoneses do Kashima, a tecnologia detetou uma falta para grande penalidade mas não detetou que a dita infração fora cometida fora da área, resultando daí grande prejuízo para a verdade desportiva. 

Mas fez-se história: o Nacional de Medellín foi a primeira equipa do mundo a ser roubada pelo vídeo-árbitro. É outra categoria.


Fonte: Leonor Pinhão @ correio da manha


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