sábado, maio 27, 2017

Futebol à vista desarmada

José Mourinho continua a fazer a sua própria História e ainda a História dos clubes por onde passa. Na quarta- -feira conquistou a Liga Europa para o Manchester United. 

Finalmente, parece dissipar-se sobre Old Trafford a velha sombra de Sir Alex Ferguson que não deixava nada nem ninguém ganhar o que quer que fosse em preito da lenda do insubstituível treinador e manager escocês. 

Agora ex-insubstituível porque Mourinho chegou e no seu primeiro ano conquistou a Supertaça de Inglaterra, a Taça da Liga e a Liga Europa, o único troféu continental que faltava no palmarés do Manchester United. 

Diga-se também, depois da saudação patriótica a José Mourinho, que a final da Liga Europa não passou de um joguinho sem grandes motivos de empolgamento. 

Os ingleses foram muito melhores do que o grupo quase infantil do Ajax. O árbitro era um simpático esloveno que acertou em quase todas as decisões por si tomadas, pelo que, no fim do jogo, não houve lugar a lamentos do público nem a impiedades da crítica. 

Foi um árbitro à antiga o que esteve na arena de Estocolmo para dirigir a discussão do segundo troféu em importância no quadro competitivo europeu. 

Um árbitro-humano sem recurso ao vídeo-árbitro que não deixa de ser humano mas que se socorre da tecnologia para eliminar erros grosseiros de avaliação em prol da verdade desportiva. 

A questão é que mesmo havendo – e não houve – uma mão-cheia de erros do tal árbitro esloveno, a verdade desportiva desta final da Liga Europa rezaria sempre que sendo o Manchester United muitíssimo superior ao Ajax a vitória lhe assentava lindamente. 

Voltando à santa terrinha, amanhã, no nosso Jamor, joga-se a final da Taça de Portugal, a reedição da final de 2013 entre Benfica e V. Guimarães. Lembram-se? Cardozo a "crescer" para Jorge Jesus no fim do jogo e Rui Vitória a crescer aos olhos de Luís Filipe Vieira como mais do que hipotético substituto de Jesus assim houvesse oportunidade para tal. E houve. 

No entanto, a maior novidade da final de amanhã não é a mudança de treinador de 2013 para 2017 mas a estreia oficial do vídeo-árbitro no futebol português. 

Benvindo seja o vídeo-árbitro mas, por favor, não esperem ver Hugo Miguel entrar em campo com uma câmara de vídeo aparafusada à cabeça e uns auscultadores de última geração pendurados nas orelhas. 

À vista desarmada não haverá modernices deste jaez. À vista desarmada só haverá futebol tal como inventado no século XIX. Que seja uma tarde magnífica para o público em geral e que vença o emblema que mais fizer por isso. E viva o árbitro e o vídeo do árbitro e o século XXI! 



OUTRAS HISTÓRIAS 
Os singulares casos do Bessa  
A bipolaridade do nosso futebol tem coisas destas 
Ficaram aborrecidos, à entrada do recinto, os benfiquistas que no sábado se deslocaram até ao Estádio do Bessa para assistir ao jogo de despedida da sua equipa no campeonato de 2016/2017. 

Por questões de sabe-se lá o quê, entenderam os responsáveis pela organização do acontecimento proibir a entrada com "adereços" benfiquistas ao numeroso público visitante. Ora isto não se faz. 

Não é bonito aproveitar a maré vermelha para vender bilhetes a preços da Liga dos Campeões e, depois, não permitir que o colorido intenso da festa chegue às bancadas. O que vale é que a má disposição dos benfiquistas do Norte não durou muito. 

A desagradável surpresa às portas do Bessa viria a ser abafada pela agradável surpresa que ocorreu no momento em que a equipa do Benfica entrou em campo. 

Recuperando uma velha tradição, os jogadores do Boavista postaram-se à saída do túnel e abriram alas para receber em sua casa os jogadores campeões. A bipolaridade do nosso futebol tem coisas destas.



Fonte: Leonor Pinhão @ correio da manha

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