sábado, fevereiro 25, 2017

Pequenos e geniais

Agora que foram atirados às feras e postos à prova nos grandes palcos volta a discutir-se os valores pelos quais o Benfica vendeu André Gomes e Bernardo Silva. Não foi há muito tempo. Cá pelo burgo, terra de invejosos, deram que falar os 15 milhões que Valência e Mónaco desembolsaram pelos respetivos serviços dos jovens excedentários do Benfica. Era muito dinheiro para tão pouca arte, gritava-se porque tudo no futebol português é, por norma, gritado para satisfação do nosso inquebrantável espírito latino e de taberna. 

Hoje, Gomes e Silva vivem momentos especiais das suas carreiras e a opinião pública e os cientistas das coisas da bola refazem as contas e os prognósticos lançados num passado recente quando as duas promessas do Benfica partiram para o estrangeiro no que mais parecia um exílio devido aos bons serviços do empresário Jorge Mendes do que uma aventura profissional destinada a assombrar a Europa. 

Volúveis como são todas as opiniões definitivas que se baseiam nos factos aleatórios de um jogo de futebol, chegou-se esta semana à conclusão de que o Benfica fez o seu melhor negócio de sempre ao vender Gomes ao Valência por uns inacreditáveis 15 milhões e fez o seu pior negócio de sempre ao vender Silva ao Mónaco por outros inacreditáveis 15 milhões. 

As notícias que nos chegam de André Gomes, vendido no último verão pelo Valência ao Barcelona por mais uns quantos, muitos, inacreditáveis milhões são uma lástima. André parece só contar para Luis Enrique, o seu treinador, como amigo e defensor. 

Ao contrário, Bernardo Silva conta não só com a rendição da imprensa, com a devoção incondicional dos adeptos monegascos e do próprio príncipe Alberto II mas ainda com a devoção do seu treinador e até dos treinadores adversários. Pep Guardiola, por exemplo, definiu-o como "fantástico" antes do jogo em Manchester e como "fabuloso" depois desse mesmo jogo. 

Quando o ainda mais jovem Bernardo Silva estava a chegar à equipa B do Benfica – e o seu nome estava longe de ser assunto de discussão nos fóruns nacionais e internacionais – cruzando-me com Fernando Chalana perguntei-lhe a sua opinião sobre o prometedor Silva. Chalana, a quem chamavam o ‘Pequeno Genial’, foi rápido na resposta: "É um pequeno Messi." Disse-o com um brilho nos olhos só ao alcance dos espíritos que não hesitam em reconhecer a grandeza alheia porque não têm nada a temer. E, pausadamente, repetiu: "É um pequeno Messi." Poderá parecer que esta croniqueta é uma homenagem ao Bernardo mas não é. É uma homenagem ao Fernando. 


É mais fácil recuperar um microfone do que os pontos perdidos 
A CMTV já recuperou o seu microfone roubado às portas do tribunal onde continuará a decorrer ao longo de meses, talvez de anos, o julgamento dos 54 arguidos da denominada Operação Fénix mas as vítimas da não menos espetacular Operação Fónix – oficialmente inaugurada no histórico instante em que alegados membros da claque Super Dragões ameaçaram de alegadas sevícias uns quantos alegados árbitros – continuam e vão continuar por toda a eternidade à espera de recuperar os pontos perdidos dentro das quatro linhas de um campo de futebol por obra e graça, suspeita-se, da retórica extraordinariamente persuasiva e convincente utilizada nessa não muito distante noite na Maia. 

O pessoal do Tondela não se capacita da sua falta de argumentos jurídicos para os protestos que, ousadamente, vem debitando desde que o seu último jogo, no Dragão, terminou. O treinador do Tondela, Pepa, diz que foi surreal. Ai Tondela, Tondela, não tarda muito e estarão na II Liga a bem do sossego geral. 



Fonte: Leonor Pinhão @ correio da manha


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