domingo, janeiro 08, 2017

Mais ou menos anedóticos

Em dez edições da prova e pela décima vez consecutiva lá se viu o FC Porto mais uma vez "livre" da Taça da Liga. Se, por um lado, este mais recente insucesso só pode ser considerado como um verdadeiro êxito político e desportivo para Pinto da Costa – tendo em conta que foi o próprio presidente quem, em 2012, resumiu a eliminação frente ao Benfica nas meias-finais com a frase imortal "desta já estamos livres" – não deixará de causar apreensão, por outro lado, o culminar no arranque de janeiro, e frente ao Moreirense, de uma fraquíssima campanha na dita Taça da Liga tendo em conta que foi o próprio presidente quem, entre este Natal e o Ano Novo, numa outra frase a caminho da imortalidade – "sinto que estamos no início de um novo ciclo de conquistas" – anunciou à nação portista o dealbar de uma nova aurora de êxitos nacionais e, certamente, também internacionais para não fazer a coisa por menos como é timbre do orador. 

Ninguém no seu perfeito juízo duvidará de que a saída pela porta pequena da Taça da Liga neste ainda fresco mês de janeiro foi encarada no Dragão com uma ligeireza superiormente autorizada pelos votos presidenciais que não se compara, nem de perto nem de longe, com a falta de ligeireza com que terá sido encarada a saída pela porta pequena da Taça de Portugal no passado mês de novembro. 

É que sempre são Taças diferentes ainda que ambas contem para o registo dos números de títulos oficiais e para as aritméticas com que os clubes e os seus adeptos gostam de se entreter quando vem à liça a triste arte da vanglória ou a tristíssima arte de apoucar adversários e rivais. E nisto são todos iguais. 

O "novo ciclo de conquistas" que Pinto da Costa declarou aberto vê-se assim confinado, no que diz respeito à temporada corrente, ao sempre possível campeonato nacional e à cada vez mais impossível Liga dos Campeões. Tal como disse Nuno Espírito Santo recentemente "são anedóticos" os 4 pontos de atraso que o FC Porto leva do Benfica. E são. 

Mas mais anedóticos terão sido os 120 minutos que o seu FC Porto desperdiçou sem conseguir marcar um único golo ao Chaves que o afastaria da Taça de Portugal e mais anedótica ainda terá sido esta campanha na Taça da Liga que se resume a 2 empates, 1 derrota, 270 minutos de futebol e 1 golo marcado num grupinho em que os seus desconsiderados adversários – Belenenses, Feirense e Moreirense – marcaram 15 golos. 

Nem com os 19 penáltis que o Dragão reclama em seu favor conseguiria a equipa de Nuno Espírito Santo sair-se desta "poule" com um "goal-average" que fizesse justiça à diferença de orçamento entre um e os outros. Malditos árbitros, está visto. 


De invasão de campo em invasão de campo, um hábito original 
O Sporting despediu-se de 2016 com uma vitória "in extremis" sobre o Belenenses e com uma festiva invasão de campo no Restelo, que teve direito a mais uma volta olímpica presidencial, e entrou em 2017 com uma derrota "in extremis" frente ao Vitória de Setúbal e com uma nada festiva invasão do relvado no Bonfim, sem direito a volta presidencial mas com direito a intervenção policial. 

O jogo com o Belenenses contava para o campeonato em cuja tabela a equipa de Jorge Jesus segue na quarta posição a uma distância considerável do líder e o jogo com o Vitória de Setúbal contou para a Taça da Liga onde o Sporting já não está porque foi eliminado. 

O traço em comum entre estas duas ocorrências é, sem sombra de dúvida, a invasão de campo que parece querer instalar-se como um hábito original ainda que preocupante em termos de segurança. É de crer que amanhã com o acessível Feirense não haja invasão de campo. Mas talvez haja volta olímpica. No entanto, nunca se sabe...

Fonte: Leonor Pinhão @ correio da manha

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