sábado, outubro 01, 2016

Olha a Liga Europa

O Sporting fez na terça-feira o que tinha de fazer. Ou seja, ganhar ao Légia de Varsóvia em Alvalade e somar os três pontos que lhe seria imperdoável não somar nesta discussão europeia de baixo gabarito. O alto gabarito vem já a seguir. Trata-se dos jogos com o B. Dortmund, tão favorito quanto o Real Madrid ao apuramento. 

Legitimamente, o Sporting sonha intrometer-se nas contas do grupo e afastar qualquer uma das potências que o sorteio lhe meteu no caminho. Nada disto é impossível. Os polacos, que em dois jogos somam oito golos sofridos e zero pontos, já foram à vida. Não porque no futebol não haja milagres, mas porque a qualidade de jogo que apresentam nem na Liga Europa faz sentido. 

Ao cabo de duas jornadas da fase de grupos da Liga dos Campeões, com o devido respeito pelos três representantes nacionais, a tal Liga Europa parece ser o seu destino mais do que provável e sem desonra para as respetivas famílias. 

Vamos por partes, o Sporting tem de fazer melhor do que as equipas de Dortmund e de Madrid nos confrontos diretos com estes impressionantes adversários para continuar em prova na Liga dos Campeões. É certo que já fez aquilo que nem o Porto nem o Benfica conseguiram: ganhar em casa a um adversário de menor qualidade. E por isso tem três pontos, que lhe podem vir a ser de extrema utilidade. 

Os teóricos da bola poderão considerar que as derrotas do Porto em Leicester e do Benfica em Nápoles foram "normais" porque os ingleses e os italianos são, sem dúvida, as equipas mais fortes que têm pela frente nos seus grupos. Anormalidades só a sonora expressão do resultado do Benfica no Estádio de San Paolo e a mania – quase um vício – de Slimani no que toca a marcar golos a Casillas seja onde for. 

O certo é que Benfica e Porto falharam onde o Sporting não falhou. Nos jogos em casa perderam pontos com adversários menos cotados como são o Besiktas e o Copenhaga. É nestes pormenores que o destino se joga. Sem margem para o mais pequeno erro, Rui Vitória e Nuno Espírito Santo sabem o que os espera nos próximos desafios internacionais: a obrigatoriedade de os ganhar todos, em casa ou fora, contra adversários que, sendo do meio da tabela europeia, podem causar mossas nas ilusões de grandeza dos dois emblemas mais titulados em Portugal. 

Por tudo isto, afigura-se a Liga Europa como o destino do Benfica se não conseguir vencer por duas vezes o D. Kiev, do Porto se não conseguir vencer por duas vezes o Brugge, e do Sporting se não conseguir vencer por duas vezes o Dortmund. Tudo isto se apresenta difícil e cansativo. Descansarão depois na Liga Europa, é o que parece. 

A originalidade deste Porto reside no seu presidente 
Este Porto que se vai habituando a perder não é o Porto que conhecemos nos últimos 30 anos. Mais precisamente nos últimos 27 anos, visto que o Benfica ganhou os três últimos títulos de campeão, o que já não estava nos hábitos da Luz. 

Os clubes quando ganham são todos iguais e quando perdem ainda mais iguais se tornam. O Porto, que não vence um título desde a Supertaça de 2013 erguida por Paulo Fonseca, vive agora os transtornos dos perdedores. Os adeptos protestam, os comentadores comentam, os treinadores sucedem-se, os dirigentes demitem-se, enfim, o costume em todo o lado. 

A originalidade deste momento portista é apenas o seu presidente. E o que o seu presidente diz. Que a culpa é do "centralismo" lisboeta – francamente! – e que os assobios no Dragão não são dos adeptos mas sim dos titulares "das centenas de convites" que o clube é obrigado a entregar a "empresas" por conta "dos contratos comerciais". Neste Porto salva-se Otávio, o novo. Não o velho, obviamente.


Fonte: Leonor Pinhão @ correio da manha

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