domingo, agosto 07, 2016

O defeso já não é o que era

Agosto está aí à porta e ainda no outro dia foi Natal. O tempo voa 11 meses por ano. Mas o tempo em agosto não voa, arrasta-se penosamente por 31 dias até que, finalmente, se dê por encerrado o mercado de verão no que aos negócios do futebol diz respeito. É uma canseira, um delírio, uma psicose o corrente desfile de nomes de jogadores a comprar, a vender, a emprestar, a fugir e a falhar até chamadas à cabina de som. 

Faltam ainda, para que tudo sossegue, 33 dias deste estado de coisas que dá colorido às primeiras páginas dos desportivos e não só, mas que deixa os adeptos prostrados face a tanto noticiário avassalador prontamente desmentido pelas vias oficiosas mais do que pelas vias oficiais. 

A verdade é que já nem o defeso é o que era. Um bocadinho de "suspense", um golpe de teatro inesperado, uma traiçãozinha sempre foram coisas corriqueiras que animavam o nosso futebol quando o futebol metia férias. Mas este ano, perante a loucura mercantilista que se instalou, já nem os resultados dos jogos de preparação das nossas principais equipas interessam o pagode. 

Que importa ganhar, perder ou empatar um encontro "amigável" se podemos estar na iminência de perder a surpreendente dupla de centrais que tão importante foi para a conquista do tricampeonato? É nisto que pensam os adeptos do Benfica que nem a um mergulho no mar se abalançam com tranquilidade só de pensar que o Jonas se pode ir embora, o que seria um crime de lesa-tetra como se viu na 4ª feira. 

Qual interesse de uma vitória, uma derrota ou um empate em Badajoz se um primo afastado do João Mário correu a considerar no Facebook que os comentários do João Gabriel lá das Arábias têm melhor substrato do que os do novo diretor de comunicação do Sporting para quem o exílio, naturalmente, ainda parece ser um projeto distante. É assim: tudo serve para que todos se enervem e não é por causa dos árbitros. 

As notícias sobre os clubes europeus que pretendem jogadores da Luz indispõem os rivais porque acham que é mentira da propaganda e indispõem os benfiquistas porque temem que seja verdade. Já as notícias sobre outros clubes interessados em jogadores do Sporting indispõem os comandos de Alvalade porque, não sendo propaganda, só pode ser a máquina de desestabilização de Jorge Mendes a funcionar. 

Nisto vamos andar até ao final de agosto. Que conselhos se podem dar a quem mais sofre com este defeso abrasador? Pois que evitem apanhar sol na cabeça, que bebam muita, muita água e não prestem excessiva atenção a todos estes noticiários que só servem para vos distrair do essencial: o mercado, tal como o campeonato, não importa como começa. Importa é como acaba. 



Outras histórias 
Os espanhóis não podem ver nada   
A culpa de Lopetegui suceder a Del Bosque é de Fernando Santos   
Chegou ao fim a era de Vicente del Bosque na seleção espanhola e o balanço é portentoso. Com ele, "La Roja" ganhou tudo. Títulos europeus e mundiais e a merecida fama de ter sido a equipa que melhor futebol jogava em todo o mundo. Mas o tempo passa. O Mundial do Brasil e o último Europeu em França correram mal aos nossos vizinhos e a Espanha tem hoje um novo selecionador, o nosso extremamente bem conhecido Julen Lopetegui. A culpa de Lopetegui ser o sucessor de Del Bosque é de Fernando Santos. 

De Fernando Santos e da série de empates e das exibições assim-assim que os portugueses, os novos campeões da Europa, foram somando até chegar o dia da final e o golaço do impensável Éder. Não podem ver nada estes espanhóis e, por isso, correram a contratar Lopetegui na esperança de que muitos empates e muitas exibições assim-assim voltem a levar "La Roja" até à glória. E Bueno, José Ángel e Adrián López aguardam pela primeira convocatória do ex-treinador do Porto. Só podem. 



Sobe e Desce 
Relvado - A saliência mais rápida 
Entre as novidades em Alvalade, foi o relvado novo que se salientou na noite de apresentação aos sócios. A saliência ocorreu logo aos 32 segundos do jogo. 

Paulo Bento - Um senhor à despedida 
O único elogio que Paulo Bento recebeu no Brasil foi por se ter despedido dos jogadores do Cruzeiro um a um antecipando o próprio despedimento. Coisa pouca. 

Jonas - Efeito despertador 
Seguia morno, morníssimo, o jogo do Benfica com o Torino quando, por fim, Jonas entrou em campo para acordar com a sua arte a equipa e o público da Luz. Fácil. 



Pérola 
"Novela de João Mário é como Lindelof, Fejsa ou Jardel", Eduardo Barroso



Fonte: Leonor Pinhão @ correio da manha


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