Estarão certamente recordados de como o presidente da Liga demorou uns dias a pronunciar-se sobre a visita dos Super Dragões a um restaurante de um pai de um árbitro, seu ex-colega de profissão. E fê-lo com o intuito de "relativizar" o assunto, como a imprensa ressalvou: "Há limites para tudo", disse. Como quem diz que as visitas a talhos e restaurantes não passam de episódios corriqueiros na vida dos estabelecimentos comerciais do País desde que, precisamente, os clientes, por muito aborrecidos que estejam, não ultrapassem "os limites".
Como se sabe, na área da restauração, existe sempre o velho e fiável livro de reclamações. Tendo os Super Dragões reclamado pelo dito livro para assinalar o seu protesto, não pela dureza do bife da alcatra, mas pela vitória do Benfica em Paços de Ferreira na véspera, foram certamente respeitados os tais limites que Pedro Proença entende como basilares de uma indústria que se quer modernaça.
Acrescentou o presidente da Liga, sem se referir diretamente ao incidente no restaurante do pai do árbitro – para não lhe fazer publicidade –, que "isto assim já não é futebol". Na verdade, nunca foi. Mas não pode nem deve a opinião pública esquecer que o líder dos Super Dragões é uma figura conceituada entre um setor iluminado da arbitragem nacional ao ponto de ser convidado como palestrante em ações de formação de jovens árbitros. Assim aconteceu há coisa de dois anos na Batalha, onde Fernando Madureira se fez fotografar em alegre convívio com o atual presidente da Liga, que era o melhor árbitro do mundo à época.
Esta semana, os Super Dragões não se zangaram com nenhum restaurante mas sim com o comando da PSP do Porto, que os puniu com multas por "obstrução de um túnel rodoviário". A autoridade em causa foi imediatamente acusada de "falta de bom senso", o que faz todo o sentido, visto que colocou em perigo "as relações de cordialidade e de colaboração" dos Super Dragões com as forças policiais.
"Relações de cordialidade" é o que mais falta no futebol português, principalmente nesta altura do campeonato em que os nervos andam à flor da pele. Com o Porto e o Sporting sem acesso a livro de reclamações e amuados com Proença, que, sem apito, é ineficaz na observação dos pressupostos que o conduziram à presidência da Liga, resta ao antigo melhor árbitro do mundo preservar as relações de cordialidade com os Super Dragões e declarar-se adepto do Canelas Futebol Clube. Isso, sim, é futebol.
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Tendo o João Mário falta de cabelo será tão jovem como diz?
À campanha dos "vouchers" seguiu-se a campanha dos 836 penáltis por marcar contra o Benfica – que explicam como o Sporting perdeu 10 pontos em pouco mais de dois meses – e à saga dos penáltis segue- -se a saga racista que aponta a Renato Sanches fabricando dúvidas sobre a idade do "ex-jovem" jogador tão amado na Luz. O ‘Jornal de Notícias’ prestou-se envergonhadamente à mistificação, sendo certo que no ano em que Renato Sanches nasceu o ‘JN’ era, como ainda muitos se lembram, um jornal de referência e um dos títulos mais prestigiados da imprensa portuguesa. Cabe ao Benfica continuar a ganhar e não cair na tentação de responder à provocação. Não vale a pena, até porque, depois das declarações de João Mário ilibando Renato Sanches no lance com Bryan Ruiz, não tardará que os mesmos venham lançar suspeitas agora sobre a idade do seu próprio jogador. Com tanta falta de cabelo e com uma conversa tão dissonante da propaganda oficial, será que este insurreto tem a idade que diz?
Sobe e Desce
Sobe
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Contenção impossível - Adeptos do Benfica
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Pérola
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Fonte: Leonor Pinhão @ correio da manha
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