O Benfica viu-se aflito para ganhar ao Moreirense 05.09.2015 00:30 No último dia de agosto fechou o mercado de verão e o Benfica comprou uns miúdos que vão direitinhos para a equipa B. Era suposto haver alegria com estas aquisições de imberbes em prol da formação, mas parece que os adeptos do Benfica ficaram francamente aborrecidos por não terem visto aterrar nas suas instalações uns quantos jogadores em idade adulta e com créditos estabelecidos. Com espírito filosófico, há quem se deite a lembrar que no ano passado por esta altura ainda não tinham chegado à Luz os dois brasileiros de idade adulta e de créditos firmados que foram fulcrais para a revalidação do título: Júlio César e Jonas, as duas sobras do mercado do verão de 2014 que o Benfica teve a arte de resgatar.
E com espírito vingativo, há também quem não admita lamentos pela falta de agressividade do Benfica no mercado da gente crescida tendo em conta que, nos últimos anos, o que mais se ouviu na Luz foram lamentos pela inexistência de aposta nos miúdos da equipa B, o que impediria, jurava-se patrioticamente e a pés juntos, um Benfica sempre campeão, cem por cento ‘made in Seixal’ e num sensacional curto prazo.
Dilacerado por estas dúvidas metódicas que palpitam nas bancadas e pelo país inteiro, o Benfica viu-se e desejou-se para ganhar ao Moreirense no Estádio da Luz. Mas não foi, certamente, por ter utilizado dois jovens jogadores portugueses – Nélson Semedo e Gonçalo Guedes e um jovem brasileiro, Victor Andrade – que a equipa trocou as transições rápidas pelas transições lentas que levam ao desespero os adeptos. Não se atirem aos miúdos, eles estão simplesmente a crescer. E à nossa frente.
Os responsáveis do Benfica já decidiram sobre os custos da equipa que querem construir. O que nem é surpresa. Há muito vinha sendo anunciada a contenção de despesas e a aposta na escolinha. Os adeptos do Benfica que, num passado recente, exigiam a formação em campo, vão agora decidir se passam a temporada inteira a amaldiçoar as suas antigas crenças ou se, já conformados, vão pregar beatificamente sobre a condescendência que é sempre necessária com os mais jovens. Eis um belíssimo sentimento cuja ausência tanto criticavam no antigo treinador.
Outras histórias
A prazo mas com altos dividendos
Integrado na seleção argentina, Nicolás Gaitán concedeu uma entrevista a uma estação de televisão – a TYC Sports. Para além de não se mostrar triste por não ter saído para um qualquer emblema multimilionário, o jogador explicou aos seus compatriotas que, no Benfica, joga onde o treinador mandar e que até já jogou na posição de defesa-direito numa final europeia. Não ficou claro se Gaitán estava a elogiar a sua polivalência ou se estava a criticar o treinador do Benfica que o mandou defender uma lateral na final da Liga Europa com o Chelsea. Na verdade, tanto faz.
Gaitán ficará na Luz pelo menos até ao fecho do mercado de inverno, o que garante ao Benfica mais quatro meses do seu talento. Será um Gaitán a prazo, mas com altos dividendos, é o que se espera. Tal e qual como se viu no sábado passado. Do seu pé esquerdo saíram as soluções para dois dos três golos do Benfica. Custa aos benfiquistas imaginar este Benfica sem Gaitán. Aos que não são benfiquistas, não custa nada, antes pelo contrário.
Sobe e Desce
Sobe:
Raúl Jiménez - Que serviço tão rápido O mexicano marcou um golo assim que tocou na bola pela primeira vez na sua estreia na Luz. E viu-se que também é acrobata.
Maxi Pereira - Estão todos convertidos Há um bicampeão no Dragão. E salta à vista. Já não há adepto portista que não tenha aderido à fé ‘maxipereirista’. Pudera…
Desce:
Jesus e Carvalho - A subir bancadas Treinador e presidente começaram o jogo no banco e acabaram na bancada. Foi sempre a subir. Ainda que por ordem do árbitro.
Pérola
Augusto Inácio - "Eu não contribuo ‘pró’ Benfica TV"
Fonte: Leonor Pinhão @ Correio da manha
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