sábado, abril 19, 2014

André Gomes, impecável (mas o Olhanense é que é do nosso campeonato)

Houve festa ontem no Estádio da Luz e justificadíssima pela extraordinária exibição de um Benfica de garra, reduzido a 10 antes da meia hora de jogo, um Benfica todo coração que soube dar a volta por duas vezes à eliminatória e assegurou a presença no Jamor perante os seus adeptos em delírio, também justificadíssimo, o delírio, por um conjunto vário de razões que nem vale a pena relembrar.

Leonor Pinhão
É que não era lá muito verosímil que o FC Porto, depois de ter sido eliminado da Liga Europa em Sevilha onde chegou com o resultado de 1-0 a seu favor, voltasse a deitar a perder as suas ambições numa prova repetindo o mesmo desastre. Mas aconteceu. Aconteceu precisamente a mesma coisa embora com algumas variantes.

Em Sevilha, o FC Porto jogou 40 minutos contra 10 e na Luz jogou 1 hora e 7 minutos contra 10.

Em Sevilha perdeu 4-1 e na Luz perdeu 3-1.

Quanto ao Benfica, parabéns! Não era fácil a tarefa e, para complicar, alguns jogadores muito importantes como Luisão, Oblak, Fesja, Sílvio, Ruben Amorim não puderam dar o seu contributo. Talvez a virtude máxima deste Benfica seja precisamente essa: a de todos os jogadores serem muito importantes, todos eles sem exceção. Foi o que se viu ontem. Com os substitutos a fazer esquecer os lesionados de forma notável e decisiva na qualificação.

Volta assim o Benfica ao Jamor. O adversário será o Rio Ave, equipa sensacionalmente dirigida por Nuno Espírito Santo. Faço votos para que ganhe o Benfica, naturalmente. E faço votos para que no relvado do Estádio Nacional, naquele mesmo lugar onde terminou tão tristemente a última época, todos vejamos Jorge Jesus e Óscar Cardozo abraçados um ao outro e ambos abraçados à Taça.

Dando-se o caso contrário, a vitória do Rio Ave, faço votos para que o Benfica fique em campo até ao fim da cerimónia de consagração dos vila-condenses. Que em 2014 não se repita a triste figura de 2013.
O Benfica está a caminho de si próprio. Pelo menos foi com essa impressão que fiquei depois do jogo de ontem contra o FC Porto.



André Gomes, impecável! Era apenas isto.



O que passou no domingo em Aveiro, onde o Benfica ganhou por 2-0 ao Arouca, bem merecia um comunicado.

Um comunicado indignado como não poderia deixar de ser perante as ocorrências inusitadas de um jogo em que, mais uma vez, se provou como o Benfica está a ser levado ao colo.

É que o Benfica jogou contra o Arouca com três guarda-redes! Oblak, Maxi Pereira e Artur.
E, mais grave ainda, houve um momento do jogo em que jogou com dois guarda-redes ao mesmo tempo, o que é proibidíssimo por lei.
Aconteceu aos 38 minutos quando Oblak saiu da sua pequena área de modo precipitado e foi Maxi Pereira, sem luvas, quem foi substituir o seu colega esloveno afastando, com um acrobático pontapé, a bola que ia entrar inapelavelmente na baliza do Benfica.

Assim não vale. Assim é batota.


Uma vitória lá, outra vitória cá. Foi muito feliz o Benfica na eliminatória dos quartos-de-final da Liga Europa em que teve pela frente a modesta equipa holandesa do AZ Alkmaar.

Foi sobretudo feliz por lhe ter saído na rifa o tal AZ Alkmaar, o que permitiu a Jorge Jesus gerir o pessoal de acordo com as conveniências e prioridades desde cedo assumidas.

Os dois jogos com os holandeses encaixaram-se com amabilidade no apertado calendário nacional do Benfica entre a deslocação a Braga, que nunca é pera doce, e a recepção ao Rio Ave que, até à data, era a equipa da Liga com menos golos sofridos fora de casa. E correu tudo bem, muito bem mesmo.
Tivesse no sorteio dos quartos-de-final da Liga Europa saído ao Benfica, em vez do AZ Alkmaar, uma Juventus, ou mesmo um Lyon, ou qualquer uma das equipas espanholas ainda em prova, e certamente que Jorge Jesus não teria tido oportunidade, na primeira quinzena de Abril, para gerir com tanta tranquilidade e sucesso o grupo de jogadores que tem à disposição.

Os holandeses lá foram de vela e agora o sorteio colocou no caminho do Benfica, nas meias-finais, a Juventus, candidata maior ao triunfo na competição, não só porque se trata, sem qualquer espécie de dúvidas, de uma equipa de altíssimo nível servida por artistas de currículo inquestionável, líder isoladíssima do campeonato italiano tal é a diferença de categoria da Juve para a sua concorrência interna, como também se trata da equipa da cidade, Turim, que será a anfitriã da próxima final da Liga Europa.

Como se não bastassem tantos factores concretos a concorrer para o favoritismo da Juventus, acresce ainda em seu favor um factor de ordem essencialmente espiritual: a Juventus é o clube de Michel Platini.
Já fomos?

Não sei. Não sabe ninguém.

A verdade é que todo o conjunto de factores apontados em benefício das ambições da Juventus nesta edição da Liga Europa apontam para uma fraca candidatura do Benfica a estar presente na final da prova. E essa é, precisamente, a vantagem maior do Benfica neste duelo que se aproxima com os campeões de Itália. 

O Benfica, ao contrário do que lhe sucedeu com o AZ Almaar, não é o favorito nesta eliminatória. Ótimo, a pressão toda está do lado de lá.

Os jogadores da Juventus, nomeadamente as suas estrelas maiores, não se coibiram de expressar publicamente a certeza absoluta de que a eliminatória com o Benfica não passa de um pró-forma a cumprir antes da final em casa. Ótimo, a fanfarronice está toda do lado de lá.

Posto isto, ao Benfica basta jogar bem à bola e fazer boa figura com os italianos. Se for eliminado, paciência, se não for eliminado, ótimo, fará um brilharete de proporções muito consideráveis.

É que nesta altura do campeonato a Liga Europa ainda não é do nosso campeonato. Poderá vir a ser, mas ainda não é. E, provavelmente, não será.
Nesta altura do campeonato quem é do nosso campeonato é o Olhanenses.
E julgo que neste pormenor estaremos todos de acordo.


Fabrizio Miccoli, impeccabile.


A tristíssima felicidade dos nossos rivais pela derrota da equipa de juniores do Benfica na final da Youth League da UEFA fornece com todo o rigor a ideia de como a anunciada (não por mim) iminência de uma grande festa vermelha pelo país e ilhas adjacentes lhes complica brutalmente com os nervos.

É nessa antecipação que se arrepelam. Compreendo-os.
E perante o que pode vir aí, é o que dizem, qualquer coisa lhes serve. Até as criancinhas (magníficas), enfim, servem de paliativo.

Ao que isto chegou. Quer dizer, chegar ainda não chegou. Mas já não faltará muito garantem os nossos rivais (à laia de agouro). Eu só vendo é que acredito.


A Câmara Municipal do Porto mandou o Euro-2020 às malvas e fez muitíssimo bem. A Invicta diz que não há dinheiro para folclores que custam fortunas ao erário público. Na Câmara Municipal de Lisboa há quem pense de modo diferente. «Lisboa tem a obrigação de se candidatar», afirma perentoriamente um vereador do CDS-PP. Diz que é «questão de desígnio nacional». Já cá faltava o «desígnio nacional» que, se bem se lembram, foi o mote patriótico para a construção dos estádios do Euro-2004.

Saiu cara a brincadeira.

O vereador que exige Lisboa como uma das cidades anfitriãs do Euro-2020 diz também que «mais do que uma questão financeira, é uma questão de prestígio para o país». Humildemente, permito-me discordar. Prestígio para o país é somar avanços na área da educação, da ciência, da indústria, da qualidade de vida, da justiça social. Isso é que é prestígio para o país.

O Atlético de Madrid lidera o campeonato espanhol e está nas meias-finais da Liga dos Campeões depois de afastar o Barcelona. O Atlético de Madrid está, portanto, em grande. E Tiago está em grande também. Julgo que não há nenhum benfiquista que não sinta alegria a ver Tiago, que foi nosso, a brilhar nestas altas cavalarias europeias. E a titular da equipa de Simeone. Eu sinto."

Fonte: Leonor Pinhão @ABOLA 


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