sexta-feira, dezembro 06, 2013

Estamos em segundo e nem há discussão


Na noite de sábado, enquanto o FC Porto jogava em Coimbra com a Briosa, dei comigo a pensar em que, na verdade, não sou uma boa benfiquista. Estou, aliás, muito longe desse estado de perfeição.
O desafio aproximava-se do fim com um resultado absolutamente inesperado visto que a Académica ganhava por 1-0. Foi então que o árbitro descortinou e foi mesmo um grande descortinanço tal era a espessura da cortina, uma falta passível de pontapé de grande penalidade a favor dos visitantes e mais não digo.
Grande alvoroço na sala de estar. Revolta! De penalty poderia o FC Porto igualar facilmente a partida quando já pouco dela restava. 
Ao contrário dos meus amigos, zangadíssimos com a iminência do empate limpinho, limpinho, confessei-me logo contente com o 1-1 “avant la lettre”. Excelente e surpreendente resultado para os interesses das nossas cores, afirmei perante o repúdio geral.
Explicaram-me que, para além da questão pontual – e tratava-se do acesso à eventual co-liderança do campeonato! -, estava também em causa o recorde de invencibilidade em jogos do campeonato nacional, pertença do Benfica de Jimmy Hagan, e que estava à beira de ser batido pelo FC Porto, correntemente de Paulo Fonseca.
Retorqui sem disfarçar o enfado:
- Um empate do Porto já é muito bom nesta altura do campeonato. E estou-me perfeitamente nas tintas para o recorde do Hagan.
Assim que pronunciei a palavra Hagan o guarda-redes da Académica atirou-se para o chão e defendeu com garbo a bola disparada por Danilo da marca de onze metros.
Pela amostra da sala de estar, os bons benfiquistas estavam conscientes de que defender o recorde de invencibilidade em jogos do campeonato, recorde que é nosso, era tão ou mais importante do que, mera circunstância, ver o FC Porto esbulhar pontos à 11.ª jornada da actual edição da prova.
E eu, desatenta aos pormenores da História, já me contentava com o empate. Frouxa.
Hagan, peço-te desculpa. 
Jimmy Hagan, um bonito nome.



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Jorge Jesus vai ou não vai preso? Esta última semana não trouxe novidades sobre o inquérito em curso. 
Como é do conhecimento de todos, o treinador do Benfica foi visto em Guimarães a atirar uma tochada que acertou em cheio na cabeça de um polícia. Há imagens que o provam. A televisão passou e repassou o incidente.
Que os braços mais avançados da Justiça nacional não se detenham perante o despautério. Uma agressão, ainda por cima à tochada, a um agente da autoridade não pode passar impune.



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Quando o Rio Ave empatou o jogo, por Ukra, aconteceu o que é normal acontecer nestas situações. Diz-se mal do guarda-redes.
- O Artur demora sempre cair.
- Já no jogo da semana passada com o Anderlecht demorou a cair no primeiro golo deles.
- Demora a cair?
- Sim, demora a chegar ao chão.
- Ponham-lhe pedras nos bolsos.
É o que dá quando se vê futebol com muita gente.



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Mais uma situação que me vem demonstrar como não sou uma boa benfiquista. E esta é grave, ao que suponho..
Cá vai:
Aceito estar em segundo lugar no campeonato e, com toda a franqueza, até levo a mal quando me dizem que é o Benfica o primeiro da tabela por causa disto ou por causa daquilo.
Estamos em segundo e ponto final. A discussão é de um mau gosto atroz e só diminui quem nela participa.
Estamos em segundo, estamos em segundo e estamos em segundo! – repito.
Por mim, nem há conversa.



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A rua mais falada em Portugal desde o último fim-de-semana é a rua Paulo Fonseca. Em inglês, Paulo Fonseca Street.
Estas coisas da rua, rua, rua, como se sabe, acontecem em todos os clubes. Mais nuns do que noutros, também é verdade.
Leonor Pinhão
Amigos portistas atiram-se agora com unhas e dentes ao seu treinador porque não tem dimensão para comandar tamanha nau e atiram-se também aos jogadores, nomeadamente aos contratados ao Paços de Ferreira e ao Estoril, exactamente pelas mesmas razões. A tal questão da dimensão do homem e da dimensão da nau.
Parecem-me injustos estes ataques.
Há que confiar no líder.
Paulo Fonseca foi uma aposta pessoal do presidente do FC Porto. Na época passada treinou o Paços de Ferreira com muito sucesso levando a equipa da Capital do Móvel à Liga dos Campeões. 
Terá sido, certamente, contratado pelo FC Porto não pelo que fez na 30.ª e última jornada – quando os dois emblemas se encontraram – mas pelo que fez nas primeiras 29 jornadas da prova.
Tal como terá acontecido com Licá e com Josué. Não se transferiram para o FC Porto graças às exibições que os dois assinaram quando, respectivamente, ao serviço do Estoril e do Paços de Ferreira deram nas vistas na antepenúltima e na última ronda do campeonato de 2012/2013. 
Nada disso. Josué e Licá são hoje jogadores do FFC Porto pelo muito que fizeram nas demais 29 jornadas da Liga anterior.
O problema, portanto, não está na estrutura.
São fases.
E continuo a acreditar firmemente que o FC Porto, mesmo depois deste valente tropeção, continua a ser o mais forte dos candidatos ao título. No sábado teve mais um benfiquista a ajudá-lo embora de nada lhe valesse, por incompetência exclusivamente própria.
Por estes dias tem corrido grande debate entre benfiquistas. Trata-se da questão do momento a que ninguém fica indiferente:
- Proença ou Capela, quem é o maior benfiquista?
As opiniões dividem-se, esgrimem-se argumentos de um lado e do outro.
A meu ver, uma perda de tempo.
Mas alguém consegue ser prior nesta freguesia?



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O FC Porto esteve, de facto, em maré de falhar penaltis no fim-de-semana passado. Até no jogo da sua equipa B, precisamente contra o Benfica B, com 0-0 à meia hora, o juiz da partida descortinou um castigo máximo contra os vermelhos que os azuis se encarregaram de desperdiçar.
O clássico dos B’s terminou com uma robusta vitória do Benfica (3-1 é robusto, não é?) e, na minha opinião, com três factos dignos de relevo
1 – Tratou-se de um Benfica-FC Porto que não foi dirigido por Pedro Proença, coisa raríssima de se ver.
2 – Hélder Costa, um jovem benfiquista, marcou um golo sensacional, o terceiro, ultrapassando em corrida Reyes, uma das contratações milionárias do último defeso portista. Parecia um foguete o Hélder Costa que tanto joga a extremo como a lateral, sempre do lado esquerdo.
3 – O melhor momento do jogo, filosoficamente falando, aconteceu com o resultado já feito e quando o guarda-redes do FC Porto acudiu em auxílio de um jogador do Benfica que se estatelou na área portista e não ficou em bom estado. O jogo prosseguiu mas as câmaras da Benfica TV por mais de uma vez mostraram o atleta do FC Porto a fornecer os primeiros socorros ao adversário e colega de profissão. 
Só sevandijas é que não gostam deste género de coisas.



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Anteontem, “A Bola” noticiava na sua primeira página que o portista Danilo “custou mais do que todo a equipa do Sporting”. Que péssima semana para se fazer este tipo de comparações com o infeliz Danilo.

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