Dezembro em Portugal tem um encanto próprio. É o mês em que as luzes de Natal tomam conta das ruas, das compras feitas à pressa, dos jantares com amigos e da preparação da ceia. É também aquela altura em que nos lembramos dos amigos que ficaram por rever ao longo do ano, enquanto o próprio mês nos convida à pausa, ao aconchego e a um olhar mais calmo sobre a vida.
O frio instala-se, o céu cinzento teima em esconder o sol, mas há uma luz tranquila nas ruas que aquece o espírito e nos lembra que o ano está quase a terminar. Dezembro pede que abrande, que respire fundo e que volte ao essencial. As temperaturas entre os 10 e os 15 graus fazem-me puxar o casaco e caminhar devagar, saboreando o que o frio traz de especial.
No meio da azáfama, sabe bem sentir o ar fresco da noite no rosto e fazer uma caminhada pelas ruas iluminadas de Lisboa, até ao rio. Sem música, só o silêncio da cidade, as folhas no chão e o brilho do Natal. É nesses momentos simples que encontro calor por dentro. Tal como as folhas que caem, deixo cair também as preocupações acumuladas ao longo do ano. Sinto-me mais presente, mais alinhado, mais preparado para o que vem com serenidade e propósito.
Dezembro traz uma luz especial nos mercados de Natal, nas ruas decoradas e nos encontros com quem nos é próximo. É também o mês em que o frio me motiva a manter as caminhadas e os treinos no ginásio, pequenos rituais que me fazem sentir vivo e pronto para o futuro. Para mim, este período é sobre nutrir o essencial de saúde, família, amizade, silêncio, bons livros e a preparação tranquila do ano que vem.
Lembro-me sempre do provérbio que tanto aprecio: “Grão a grão enche a galinha o papo.”
Dezembro reforça esta ideia. Não preciso de pressa, basta ir acumulando, passo a passo, o que realmente importa, um treino, uma conversa verdadeira, uma pausa profunda. São estes pequenos “grãos” que dão sentido aos meus dias.
Este mês quero deixar de lado a confusão das prendas e a pressa da ceia de Natal. Quero mais caminhadas ao ar livre, mesmo com o frio, mais tempo com um bom livro, mais espaço para o que realmente importa, um café tranquilo com amigos, a contemplação da cidade iluminada e a consciência serena do tempo que passa.
Dezembro convida-me a viver com alma, calma e presença. Que este mês te traga uma magia discreta, feita de reflexões, esperança e pequenos momentos que aquecem por dentro.

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