sábado, abril 08, 2017

Restos de arroz à valenciana

Jonas, o Jonas do Benfica, não será propriamente um caceteiro de créditos firmados no futebol português e em todos os outros futebóis por onde passou. É até um tipo de compleição frágil e, acrescente-se, é já um senhor de provecta idade. Festejou no sábado passado 33 anos, o que o qualifica como um veterano a toda a prova para a profissão que elegeu. 

É agora três anos mais velho do que quando aterrou em Portugal e, já à época, a sua contratação foi considerada qualquer coisa de estapafúrdia sendo, como foi, considerado como um jogador fora do prazo de validade para as grandes e para as pequenas discussões. 

O atual treinador do FC Porto, Nuno Espírito Santo, era o treinador do Valência quando o clube espanhol, sabe-se lá porquê (mas desconfia-se…), decidiu retirar o Jonas da sua folha de salários e colocá-lo não no mercado, que sempre renderia algum provento, mas à porta pequena que dá para a rua para que, quem passasse, o levasse. Levou-o o Benfica, que ia a passar. 

Alguns meses mais tarde, quando Espírito Santo foi posto pelo Valência precisamente na mesma porta pequena por onde tinha saído o jogador brasileiro, não lhe deu tréguas a imprensa local acusando-o não só da carreira medíocre da equipa valenciana mas também da dispensa de Jonas, que, entretanto, já se fartara de marcar golos pelos encarnados. 

O Jonas, este mesmo Jonas, aproveitou a data do seu último aniversário para retribuir o carinho da multidão da Luz apresentando duas novidades nunca vistas do seu vasto e maravilhoso reportório com que ajudou o Benfica a conquistar dois títulos nacionais. 

A primeira novidade foi a de ter marcado, pela primeira vez, um golo a um dos grandes de Portugal, mais precisamente ao FC Porto treinado por Nuno Espírito Santo. A segunda novidade foi a de num rodopio, depois de um encosto de um adversário, ter ido esbarrar com o próprio Nuno Espírito Santo, que nem tugiu nem mugiu. E, nessa contenção, esteve de facto muito bem. 

A razão porque o treinador não tugiu nem mugiu explica-se facilmente. Para além do impacto não ter sido de intensidade capaz de derrubar um cavalete soma-se o interesse do treinador em não prolongar com Jonas, à vista de tanta gente, a conversa que ele próprio iniciara na véspera quando garantiu não ter sido da sua responsabilidade a decisão de correr com Jonas do Valência mal lá chegou. 

Veio agora exigir o Sporting que Jonas seja suspenso para que não jogue em Alvalade no fim do mês por causa dos restos do velho arroz à valenciana. Enfim, foi nisto que deu ter-se o Jonas estreado a marcar a um grande e a encostar-se a um não tão grande. 



Outras histórias... 
Que meias-finais da Taça Benfica e V. Guimarães estão no Jamor mas nem sabem como 
O Desportivo de Chaves, que cometeu a enorme proeza de afastar FC Porto e Sporting da Taça de Portugal, falhou nos últimos segundos do tempo extra uma grande penalidade que lhe asseguraria a qualificação para o Jamor depois de ter recuperado da desvantagem trazida de Guimarães e depois de ter comprometido o seu magnífico esforço sofrendo um golo pateta quando a equipa ainda festejava os impensáveis 3-0. 

No dia seguinte, o Estoril foi ao Estádio da Luz provocar sucessivos ataques de nervos ao campeão nacional e só não carimbou o bilhete para a final da Taça porque, inadvertidamente, o regressado Grimaldo safou com as suas preciosas costas uma bola que ia direitinha de Kléber para o fundo da baliza à guarda do confundido Júlio César. 

Ficou, assim, assegurada a reedição da final da Taça de Portugal de há 4 anos. A novidade maior é que Rui Vitória é agora o treinador do Benfica. 

E se a coisa, desta vez, lhe correr mal não vai lá estar nenhum Cardozo para o admoestar.



Fonte: Leonor Pinhão @ correio da manha

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