O Benfica continua a debater-se com uma enfermaria sobrelotada para os padrões normais. 00 Por Leonor Pinhão|01:45PARTILHE 0 0 O Benfica defende esta tarde a sua liderança em Chaves. Quem haveria de dizer que a equipa que produziu mais primeiras páginas de cariz clínico e hospitalar nestas primeiras semanas da temporada de 2016/17 haveria de liderar o campeonato ao cabo de cinco jornadas em que nunca contou com o conjunto total dos seus efetivos por razões de saúde?
Sensacionalmente neste Benfica a única posição em que não há queixas é a do guarda-redes. Não só não há queixas porque ambos já tiveram alta depois das suas respetivas maleitas, como também só há motivos de regozijo no que toca ao estado de Júlio César e de Ederson.
O brasileiro mais velho foi o titular na decisão da Supertaça e em todos os jogos da Liga enquanto o brasileiro mais novo viu-se chamado a defender a baliza no encontro com o Besiktas para a Liga dos Campeões e foi de altíssimo nível a sua exibição, tirando aquele pequenino pormenor do livre de Talisca. São coisas que acontecem aos melhores. E por melhores, refiro-me ao Ederson e não ao Talisca.
Da posição número 1 para a frente, mesmo na condição de líder da prova, o Benfica continua a debater-se com uma enfermaria sobrelotada para os padrões normais da saúde e da doença numa equipa profissional de futebol. Tem, assim, mais valor esta chegada ao primeiro lugar sabendo o Benfica que hoje vai medir forças com a outra equipa-sensação destas primeiras cinco rondas do campeonato: o ainda invicto Chaves, tão ainda invicto como o próprio Benfica.
É que esta Liga, que ainda vai no adro, já teve umas quantas equipas-sensação. A do Sporting, acima de todas, porque um mês antes do início oficial da época inaugurou no seu museu o espaço onde vai repousar o troféu que ainda está em tão prematura discussão. E também a do V. Setúbal, que empatou no Estádio da Luz e foi encantando os seus adeptos até se espalhar ao comprido no jogo em casa com o Paços de Ferreira. Agora, como equipa-sensação, apenas restam duas formações. A do Chaves, acabada de chegar da II Liga. E também a do Benfica, que é mais uma enfermaria-sensação.
São estas duas que se vão encontrar hoje no Alto Tâmega. Dizem os jornais que o preço dos bilhetes chegou aos 80 euros. Imagine-se uma fortuna destas para ver apenas meio-Benfica, sendo que a outra metade é composta por jovens tão jovens que um deles até só tem 17 anos! E mesmo assim capazes de, em 32 segundos, trocar a bola entre si por 12 vezes até a fazer entrar na baliza à guarda do grande Marafona como se viu no lance do primeiro golo da última segunda-feira. Não digam que uma coisa destas destes não vale o preço do bilhete.
"Não é para falar como certos doutores" e está tudo dito
Os órgãos disciplinares da bola andam atentíssimos ao linguarejar dos denominados ‘agentes’ da indústria. Fazem bem, em prol do bom aspeto do nosso futebol, agora que somos campeões da Europa e temos responsabilidades acrescidas nesta arte popular. A última vítima destes rigores foi o doutor Frederico Varandas, um licenciado em medicina profissionalmente ligado ao Sporting.
De acordo com o inquérito disciplinar a que foi sujeito, o doutor Varandas "ao minuto 17 da segunda parte" do jogo com o Porto dirigiu-se ao árbitro assistente e comunicou-lhe que era "um roubo" o que se estava a passar no relvado e mais do que um roubo era "uma vergonha do c…" Está agora suspenso por um mês.
Perante isto, resta endereçar os parabéns ao departamento de comunicação do Sporting por ter emitido um comunicado em que, sem papas na língua, elogiando o treinador – "é pago para treinar…" - condena o médico – "…e não para falar como certos doutores". Uma coisa destas não é para todos.
Fonte: Leonor Pinhão @ correio da manha
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