Em Portugal vai correndo bem. Na Europa o Benfica é órfão de Garay e não há volta a dar-lhe. Os óbices a uma época triunfal não têm beliscado o Benfica interno mas o Benfica externo, com duas jornadas disputadas da Liga dos Campeões está à beira de deixar fugir até a Liga Europa se não se puser rapidamente em sentido.
A questão da baliza, as mazelas de Fejsa, Sílvio e de Ruben Amorim, a timidez de Samaris, a puberdade de Crisante, a ausência física de um goleador e a ausência física de um Garay qualquer para substituir o verdadeiro Garay são pedregulhos no caminho deste Benfica quando se defronta com os seus pares europeus.
Não custa admitir que o resultado de ontem foi melhor do que a exibição. O Benfica marcou um golo na única jogada que soube construir até à baliza alemã. Mas foi uma vez sem exemplo.
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Cá por casa a história é outra. Ninguém quer ser o campeão das Vindimas, nem o campeão de Inverno nem o campeão de data alguma que não aconteça em Maio, o mês das flores.
Por isso mesmo o discurso de Jorge Jesus está acertado com as expetativas e com a realidade nacional.
Surpreendentemente para muita gente depois de uma pré-temporada difícil, o Benfica segue na liderança do campeonato quando, na verdade, ainda nada lhe correu particularmente de feição.
Enquanto Júlio César não estiver totalmente apto o Benfica continua com um problema por resolver na sua baliza, enquanto Feijsa não recuperar o Benfica continua com um problema por resolver no seu meio campo, enquanto Samaris não resolver o seu problema de timidez e Crisante não resolver o seu problema de puberdade as opções deixam de existir.
E enquanto Lima e Derley não desatarem a marcar golos à cadência desejável o Benfica continua com um problema no seu ataque que tem vindo a ser debelado, cá por casa, graças ao admirável Talisca do campeonato nacional e às bombas de Eliseu. Domingo o jogo é com o Arouca que veio empatar à Luz na época passada. É só para avisar.
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Grassa a cobiça estrangeira por Talisca. Que não se vá embora já neste próximo Janeiro são os meus votos. A sua exibição ontem em Leverkusen dá asas ao desejo de o ver ficar mais uns tempos no Benfica.
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O presidente do FC Porto diz que se está a repetir o filme da época anterior ainda que, nesta época, o filme tenha começado mais cedo. Lá saberá Pinto da Costa de que filmes fala.
Se fala para dentro do FC Porto, supostamente falará do filme da “força interior” que transborda de Julen Lopetegui neste ora findo Setembro de 2014 por comparação com o filme da “falta de força interior” que não transbordava de Paulo Fonseca no já longínquo Setembro de 2013.
E será esse, então, o mesmo filme com direito a sequela: Força Interior 1 e Força Interior 2.
Se, no entanto, a dita “repetição do filme da época anterior” foi um falar para fora e particularmente dirigido ao Benfica, que lidera o campeonato com mérito e sem favores, ficamos todos, os que somos do Benfica, a fazer votos para que se cumpre na íntegra a profecia do presidente do FC Porto.
Que se repita, assim, o filme da época passada no que aos duelos particulares entre os dois emblemas diz respeito. E que o Benfica volte a afastar brilhantemente o FC Porto da Taça de Portugal e da Taça da Liga jogando com 10 contra 11 durante mais de uma hora em cada partida.
Chama-se a isto ser levado ao colo.
E sem chorar.
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A publicidade feita à absolvição dos casos da fruta e do café com leite foi uma manifesta manobra contra os interesses dos seus inocentados protagonistas que não tinham interesse algum em rever o assunto reerguido em praça pública e no youtube?
Mania da perseguição? Não.
Mania da absolvição, isso sim.
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No fim-de-semana houve um clássico. Ainda o Sporting vencia o FC Porto por 1-0 quando o jovem Naby Sarr, com a bola nos pés, querendo presumivelmente lançar a sua equipa para o ataque acabou por desacertar de tal monta no seu propósito que o lance terminou com uma reposição de linha lateral favorável aos visitantes.
A bola, que era para seguir direitinha em frente, saiu-lhe tortíssima para o lado. Corria o minuto 32 do jogo. A transmissão televisiva pontuou o momento com um grande plano de Marco Silva sorrindo condescendente à oblíqua trajetória da bola saída dos pés poliédricos de Naby Sarr.
O que, certamente, não o impedirá de vir a fazer uma longa e profícua carreira se for aperfeiçoando o uso dos ângulos e arestas dos seus pés poliédricos de modo a imprimir à bola o efeito mais conveniente em prol do benefício do coletivo a que pertence.
Nesta fase ainda tão precoce da sua carreira tudo se resume a uma questão de humildade porque saber jogar com o que se tem, quer no futebol ou na vida, é definitivamente a atitude a tomar.
Tome-se o exemplo do “capitão” do Benfica, Luisão, também ele um defesa-central que leva uma bela carreira e longa internacional ao mais alto nível e que até foi titular da seleção do Brasil há uns anos.
Luisão, ao contrário de Naby Sarr, não tem pés poliédricos. Mas tem cabeça poliédrica, o que tem sido uma enorme bênção para as nossas cores.
A cabeça poliédrica do estimado Luisão tem valido ao Benfica uma excelente safra de golos nas balizas adversárias, golos que surgem sempre inesperadamente quando a bola bate no ângulo certo, na aresta exata daquele crânio impecavelmente rapado que confere ares de faraó ao nosso capitão.
É preciso saber jogar com as arestas. E Luisão sabe. De qualquer maneira, e em termos práticos, é menos angustiante dispor de um defesa central de cabeça poliédrica do que de um defesa central de pés poliédricos.
Não se queixe muito o Sporting destas irregularidades geométricas dos objectos sólidos porque, neste campeonato, já beneficiou de um golo e de um consequente empate oferecidos pelos pés poliédricos do nosso guarda-redes Artur que de uma devolução de bola conseguiu fazer um centro milimétrico para a cabeça de Slimani.
Sem este momento poliédrico do último derby, facciosismos à parte, quase acredito que o Benfica poderia ser líder do campeonato com mais uns quantos pontos à maior sobre os seus perseguidores. Mas não se pode ter tudo.
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Naquela simpática competição de sub-19 paralela à Liga dos Campeões dos crescidos, o Benfica venceu por 3-2 o Bayer de Leverkusen na casa do adversário e, imagine-se, jogando contra 10 desde os minutos finais da primeira parte.
Está montada uma conspiração internacional.
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Vítima de guerrinhas e de lesões, o brasileiro Kléber esteve dez meses sem jogar à bola e dois anos sem marcar um golo. Regressou em grande no sábado na qualidade de titular do Estoril marcando um golo ao Benfica.
E volto a repito: o Benfica é muito mais do que um clube, é uma obra social.
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O filho do Zahovic e o Matic, ele próprio, são para já os autores dos golos sofridos pelo Sporting nos dois jogos que leva disputados a contar para a Liga dos Campeões. Ambos jogaram no Benfica.
Ora aqui está outra conspiração internacional.
Fonte: Leonor Pinhão@A bola
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