sexta-feira, abril 11, 2014

Frida Kahlo - A árvore da esperança

Pintora mexicana, Magdalena Carmen Frieda Kahlo nasceu no dia 6 de julho de 1907 em Coyoacàn, um subúrbio na Cidade do México, e morreu a 13 de julho de 1954. Filha de Matilde Calderón e do famoso fotógrafo Guillermo Kahlo, Frida insistia em dizer ter nascido em 1910, o ano do início da Revolução Mexicana. Este dado é revelador da sua necessidade em se vincular a um momento histórico tão significativo para o México e, portanto, para ela própria. Acreditava, assim, que ela e o Novo México haviam nascido ao mesmo tempo. Tal desejo expressa uma posição nacionalista, assim como também reflete a necessidade de se inserir num contexto de glória, no qual o povo mexicano, por meio de um processo revolucionário, procurou as transformações que deveriam tornar aquela sociedade mais justa e igual. Kahlo usou esse caminho para mergulhar na problemática nacional e nela própria, retratando fêmeas que sofreram e sofrem, numa dupla visão da própria artista.

A sua vida inteira foi atormentada pelo sofrimento. Foi atacada por uma grave doença, poliomielite, aos 6 anos, o que fez com que a sua perna esquerda ficasse mais curta que a direita, dando azo a ser gozada pelas outras crianças. A jovem Frida, que mostrava já um forte carácter, decidiu que iria ser médica, o que, na altura, não era uma profissão muito comum para uma mulher. Mas com 15 anos mais um acontecimento trágico ocorreu na sua vida, alterando-a para sempre. Em 1925, quando regressava da escola, um comboio colidiu com o autocarro em que seguia. Foi encontrada quase sem vida, com o corpo totalmente dilacerado: coluna, bacia, perna e pé direito partidos. E foi no hospital, enquanto recuperava, que começou a pintar. Apesar de a família ter sacrificado quase tudo o que possuía de forma a possibilitar-lhe o melhor tratamento possível, ela nunca recuperou totalmente. Frida decidiu, então, abandonar a ideia de ser médica para continuar a pintar. O acidente mudou não só o curso da sua vida como lhe serviu de inspiração para a sua arte, que era maioritariamente composta por auto-retratos perturbantes, com imagens de morte e sofrimento.

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Em A árvore da esperança, de 1946, Kahlo pinta novamente sua dor, agora acrescida da esperança de um dia ver-se livre do sofrimento que as sequelas causaram, e para isso pinta duas Fridas: a que convalesce no leito e a que segura um colete agora já inútil. Frida pintou-se como duas em outro quadro, As duas Fridas, de 1939. Mostra-se aqui como uma mulher dividida pela dor lacerante do corpo e da instabilidade de seus relacionamentos, e que ao mesmo tempo é intensa, apaixonada e repleta de esperança. Em seu diário ela ainda acrescenta : 
''Pinto a mim mesmo porque sou sozinha e porque sou o assunto que conheço melhor.''

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