sábado, maio 18, 2013

Eredivisie: Viveiro de talentos


Depois de vários anos tendo como mercado preferencial a América do Sul, que nesta altura está extremamente inflacionado, os clubes portugueses viraram atenções para a Eredivisie, explorando cada vez mais os talentos a actuar na Holanda. Os próprios jogadores vêem com bons olhos uma mudança para a nossa liga, que cada vez mais tem a capacidade de potenciar jovens craques, de modo a adquirirem alguma bagagem competitiva antes do salto para um campeonato de topo. Temos em Ricky Van Wolfswinkel, Ola John, Labyad ou Djuricic alguns exemplos de que a aposta no futebol do país das tulipas é cada vez mais forte e veio para ficar - neste momento é um mercado não só mais acessível que o brasileiro (ao nível do valor das transferências e dos salários), como também preferível, dado que os jogadores estão adaptados ao futebol europeu e por norma têm mais profissionalismo. Para não variar, esta foi mais uma temporada em que inúmeras promessas se revelaram:

Jordy Clasie (Feyenoord) - Craque de nível mundial. Um médio pequeno em tamanho, enorme em potencial. Muito completo e competitivo, joga sempre em alta rotação. Tem uma grande cultura táctica e leitura de jogo, é agressivo e recupera inúmeras bolas. Depois tem uma capacidade fantástica em descobrir linhas de passe, demonstrando tremenda segurança nesse capítulo. Com a intensidade de jogo que revela, aliada à sua qualidade técnica, tem tudo para deixar marcas no futebol europeu. Provavelmente o alvo mais difícil de trazer para Portugal.

Marco Van Ginkel (Vitesse) - Foi considerado o jovem do ano na Holanda. Mais um jogador extremamente completo, o típico box-to-box, que pode desempenhar a posição 6, onde faz bom uso da sua estatura física, ou um pouco mais à frente, já que tem facilidade em surgir em zonas de finalização. Muito inteligente tacticamente, tem um notável sentido posicional e é fundamental nos equilibrios da equipa. Associado ao Benfica, encaixaria na perfeição no sistema de Jesus. 

Jean-Paul Böetius (Feyenoord) - Foi a grande surpresa da temporada. Lançado por Ronald Koeman no duelo frente ao Ajax, o jovem de apenas 18 anos não se intimidou e foi o melhor em campo. Actuando pelo lado esquerdo do ataque, é um extremo desconcertante. Muito veloz, tem qualidade técnica e criatividade para desequilibrar no um para um. É difícil travá-lo, já que é repentino e bastante destemido, não tem receio de partir para cima do defensor.

Alfred Finnbogason (Heerenveen) - Máquina de golos. O islandês marcou 24 golos de todas as formas e feitios. Destaca-se pelo seu poder de desmarcação (aproveita muito bem o espaço entre central e lateral) e sentido de oportunidade, explorando bem o erro contrário. Podemos compará-lo com outro grande nome do clube holandês: Klaas Jan Huntelaar. É letal no último toque.

Tonny Trindade de Vilhena (Feyenoord) - Já falámos deste jovem há dois anos (ver aqui). Na altura era um jogador criativo, rápido a executar, com uma excelente visão de jogo e um pé esquerdo delicioso. Mantém essas qualidades, às quais juntou uma maior responsabilidade no preenchimento defensivo, melhorando também ao nível da concentração e intensidade durante os 90 minutos. É perigosíssimo nas bolas paradas (executa "à Ronaldo"). 


Patrick Van Aanholt (Vitesse) - Um dos laterais esquerdos com mais potencial a actuar na Europa. Está emprestado pelo Chelsea ao clube de Arnhem. Destaca-se a nível ofensivo, o que não é novidade nos laterais holandeses, dando uma enorme profundidade ao corredor e apoio ao extremo. No capítulo defensivo tem mais problemas, mas tem vindo a evoluir e, tendo em conta a sua juventude, tem margem de progressão para se tornar num defesa bastante completo.

Stefan de Vrij (Feyenoord) - Foi lançado na equipa principal como lateral direito, mas é na posição de central que se fixou. Um jogador com um bom sentido posicional, bastante forte fisicamente e capaz de se impor nos duelos aéreos. Tem, ainda assim, rapidez e um excelente timing de corte para jogar em antecipação, garantindo igualmente qualidade na saída de bola. Destaca-se pela sua elegância, vontade de sair sempre a jogar e perfil de líder (já é capitão). Já se estreou pela principal selecção holandesa.


Florian Jozefzoon (RKC Waalwijk) - Formado no Ajax, não teve oportunidades no clube de Amesterdão mas tem vindo a mostrar o seu talento no RKC. Um extremo rápido que pode actuar nos dois corredores (preferencialmente no direito) e até na zona central, que se caracteriza pela sua velocidade e capacidade de desequilibrar através do drible. Foi convocado para o Euro Sub-21, o que atesta bem o seu potencial.


Ninos Gouriye (Heracles) - O avançado de origem síria mostrou qualidade para dar o salto para um emblema com outras ambições. É muito bom tecnicamente e, apesar de cair muito nas alas, tem instinto goleador e remate fácil com os dois pés. O seu estilo é muito refinado e a imprevisibilidade é uma marca do seu jogo (finaliza várias vezes de maneira criativa, sejam chapéus ou pontapés acrobáticos).


Jozy Altidore (AZ Alkmaar) - Está longe de ser uma revelação. Chegou ao Villareal com estatuto de uma grande promessa, falhou a afirmação, mas é ainda bastante jovem e tem aproveitado esta passagem pela Holanda para relançar o seu futebol. Apesar de ser muito possante, tem velocidade e mobilidade, um óptimo sentido de baliza e excelentes atributos na finalização (como se comprova pelos 23 golos que apontou).

Fonte:  Visão de Mercado 

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