quarta-feira, maio 13, 2009

Depois da 28ª jornada

Vou regularmente aos jogos do Benfica (na Luz) questionando-me sempre se devo ir, só vou lá pelo clube, pois o espectáculo que lá vou ver é sempre demasiado pobre e triste.

Para esta jornada o Quique dentro das opções que tinha disponíveis, considero que fez uma boa escolha para o onze inicial, na baliza o Quim (ele ou o Morreira para mim são indiscutíveis), na defesa fez regressar o Luisão e tirou o Miguel Victor, depois colocou em campo o Maxi (escolha única), Luisão e Sidnei, na esquerda o David Luiz (podia ter dado minutos de jogo ao Jorge Ribeiro). No meio campo, com a dupla de médios que se prevê para o próximo ano Ruben Amorim (felizmente não fez o erro de o voltar a colocar na direita) e Carlos Martins (mau tacticamente, mas senhor de muita garra).
Nas alas apostou em Urreta na direita (nunca o tinha visto jogar naquela posição, depois do jogo pergunto-me porque não se lembrou mais cedo de testar o jogador naquela lado ?) e no lado esquerdo, voltou a ser ocupado por Aimar. A dupla de avançados era composta pelo Cardozo e por Di Maria (como avançado móvel com liberdade para jogar em todo o campo).

Com o inicio do jogo cedo se percebeu, que o Aimar não tinha velocidade para jogar na ala esquerda, pelo o Quique deu indicações para que o Di Maria fosse para a esquerda e o Aimar se coloca-se nas costas do Cardozo. Tenho a dizer que reconheço que o Quique tem razão, com a táctica que ele utiliza, o Aimar rende mais lá a frente (desde que não se prenda no meio dos centrais, precisa de espaço para receber a bola e abrir a defesa. Podia claro, mandar recuar o Aimar até ao meio campo e começar a construir jogo ai, mas não é esse o esquema do Quique.

Bom, depois de arrumado os jogadores, o Benfica começou a ser mais perigoso e a criar lances de oportunidade para golo. Mas a equipa não funcionava, vê-se um meio campo demasiado lento, que não sobe, não pressiona, que não cria jogadas de ataque.

O que apenas se viu foi pontapé para a frente e os laterais a centrarem junto a linha de fundo para o meio da confusão. Lances de ataque organizado viu-se muito pouco, só em algumas combinações do Aimar com o Di Maria. Atacávamos sim, mas sem ideia do que fazer a bola.

Por outro lado o Trofense ia defendendo, e mal, mas sempre que subia no terreno era um perigo, as poucas jogadas de ataque que fez foram sempre pela alas e tentavam ganhar uma falta na entrada da grande área. Tendo sido dessa forma que surgiram os 2 golos do Trofense, de bola parada, num centro ao poste mais distante onde aparecia alguém sem marcação, para fazer o golo. Na minha opinião, o Quim não teve hipótese em nenhum dos golos, os adversários saltaram a bola sem qualquer marcação.
É inadmissível, a quantidade de golos que o Benfica tem sofrido, cada livre junto a grande área do Benfica era quase meio golo para eles. Não se entende a descoordenação dos centrais, não entendo porque não se coloca ninguém no poste mais distante (lembram-se do que o Léo fazia nos cantos? Segurava o poste. É isso).
Ou seja, os avançados Urreta, Di Maria, Aimar e Cardozo, estavam a fazer um bom jogo, sem concretizar mas sempre com perigo. E o Trofense em 5 ou 6 remates a baliza faz 2 golos. Não é admissível.

O Benfica depois de estar a perder (0-v-1), fez algo que não tinha conseguido fazer esta época : deu a volta ao marcador (2-v-1). Mas quando começou a segunda parte e vejo a equipa a jogar a passo, a segurar muito a bola e a não avançar e a não criar jogadas de perigo, fiquei a pensar para mim “vamos sofrer mais um golo, eles fecham-se e já não vamos conseguir fazer mais nada”. Dito e feito, mais um livre e o Trofense empata o jogo.

O Benfica devia mandar no jogo, saber controlar, saber sair com a bola, pressionar logo no meio campo, criar jogadas de ataque, cortar a bola, fazer passes a desmarcar os avançados, mas nada disso se viu, apenas um espectáculo muito pobre de uma equipa que não tem soluções, que não sabe o que fazer a bola.

As nossas jogadas de ataque ? as corridas do Maxi e do David Luiz pelas alas com os centros para a confusão e o pontapé para a frente do Luisão na esperança que a bola cai perto do Cardozo.

Foi um espectáculo pobre e aquele trabalho invisível que o Quique diz que fez, eu não vejo nada, é mesmo invisível. Pois a defesa falha nas marcações, os médios (onde para mim reside o principal problema) não defende (deixa os adversários rematarem a baliza), só cortam as bolas na nossa área (os médios deviam jogar mais subidos , pressionar e cortar as bolas nas áreas adversárias), falta alguém para levar a bola para a frente, de forma a que chegue aos avançados (esse alguém joga a avançado). E aos avançados, pede-se que marquem mais e que não falhem tanto.

Em 90 minutos eu não vi nada que disse-se que temos uma equipa feita, temos onze jogadores, em que jogam em função da garra de alguns (Maxi), dos que se querem destacar (David Luiz, Urreta e Di Maria), experiencia de outros (Reyes e Aimar) e dos golos do Cardozo. Em conjunto esta equipa não joga, não sabe jogar. E como é que é possível que ao fim de 28 jornadas o Quique ainda ande a corrigir o posicionamento dos jogadores em campo ? Não fazem treino táctico, de conjunto ? Onde é que estão as jogadas estudadas ? Afinal que trabalho invisível é esse ?

Podemos dizer que empatamos, mas fomos a equipa que mais rematou. É certo, mas também a que mais falhou, o Trofense precisou de 3 remates para fazer um golo, o Benfica fez mais de 10 remates para fazer 1 golo. Mais certeiros e mais remates e tínhamos ganho o jogo. Podemos dizer que o arbitro não marcou várias faltas a favor do Benfica, que se esqueceu de aplicar a lei do fora de jogo para o Trofense e que perdoou amarelos aos jogadores do Trofense, é verdade, já o disse : “É preciso ter coragem para marcar um penalty a favor do Benfica”. Mas tudo isto pode desculpar a perda de pontos, mas não desculpa o mau espectáculo.

E como se não basta-se o mau espectáculo, o Quique também fez das suas, não tirou o Sidnei que estava em dia não (podia tê-lo tirado, passado o David Luiz para o centro da defesa e ter entrado o Jorge ribeiro), não tirou o Ruben Amorim que estava muito apagado (quis manter em campo um jogador que joga bem tacticamente e cumpre as regras do Quique), nem o Aimar que já estava esgotado (os jogadores do Quique começam e acabam sempre os jogos). Depois fez sair o Carlos Martins (mau a nível táctico, mas era o único que ia mexendo a bola), tira o Urreta e Di Maria (sabe-se lá porque).

Se até ao momento das substituições o Sidnei era o pior jogar do Benfica, com a entrada do Balboa, passou ele a ser o pior e passamos a jogar com um jogador a menos. Sei que o publico não ajudou, assobiou e muito a substituição, mas também pouco se viu do Balboa, alguns centros e pouco mais, não consegue segurar a bola (fraquinho, precisa de musculação), tecnicamente não sabe o que é um drible, uma finta, é um pé de chumbo. E o mais caricato é que também não sabe defender, em alguns cantos contra o Benfica, ele não sabia onde se posicionar, teve de ser o Luisão a empurra-lo até a sua posição para que ele marca-se alguém (foi ver o Luisão a empurra-lo pela pequena área até a outra extremidade). Mas isto não se treina ? as posições defensivas ?
E quando o Benfica tinha um canto, o balboa (extremo direito) ficava atrás a na nossa defesa a tapar o lado esquerdo. Ou seja, para os cantos a nosso favor ele também não serve, vem para trás, vem defender e como não tem posição fica com a que estiver livre, nem que seja a do lado oposto. Deste jogador não vi velocidade, nem capacidade de drible, o que faz dele um extremo, a capacidade de fazer centros ? É pouco.

Entrou também o Yebda, um homem alto, bom nas bolas altas, para se aproveitar nos livres ele lá conseguir cabecear a bola para a baliza. Isto é outra coisa que não entendo, o porque de retirar os dois extremos e fazer entrar um homem para as bolas altas ?

Se já não se tem extremos em campo, para centrar as bolas, para que faze-lo entrar ? Para os cantos ? isso é pouco.
Nunca entendi porque se retira os extremos e se deixa em campo os cabeceadores (ponta de lança), ou porque se retirar o ponta de lança e se deixa em campo os extremos (fazem centros para quem ?).
O Yebda prometeu muito de inicio, mas depois descaiu muito, acho que poderá voltar a ser importante para a equipa, mas precisamos de alguém bastante melhor para o meio campo.

Depois é a razão porque 18 mil pessoas vão a Luz, só aqueles 10 ou 15 minutos, valem pelos restantes minutos desperdiçados, que é a “alegria do povo”, o Mantorras. Fico a perguntar-me, como seria aquele jogador se tivesse os dois joelhos bons ? O homem coxo de uma perna, joga mais e melhor que todos os outros. Ele coxo segura a bola, leva-a até a linha e (de ângulo difícil) remata a baliza e quase que passava pelo “buraco da agulha”. O Mantorras mexe com o jogo, vai buscar jogo e sabe transporta-lo até a baliza adversária. E depois perante a inércia da defesa, vem atrás rouba a bola aos adversários (perante a passadeira vermelha estendida pelos nossos médios aos adversários) e leva o jogo para a frente. Ele é um exemplo para todos nos, um exemplo de qualidade, luta e sacrifício. Com 11 coxos em campo tínhamos uma grande equipa.

O jogo foi mau, a equipa não mostra fio de jogo, não sabem jogar em equipa, não tem garra, vontade de vencer, muito desconcentrados, talvez falta de motivação. Não sei qual o trabalho invisível a que o Quique se refere, acho que faltam treinos de conjunto, jogadas estudadas, equacionar o posicionamento dos jogadores, falta ele transmitir vontade de vencer aos jogadores, garra. Tem de estudar melhor os adversário e pensar bem no que faz nas substituições. Acho que o Quique tem ali um problema em mãos de indisciplina, a saída de Urreta e Di Maria no jogo, não foi pacifica (pode vir a ser um problema de futuro).


Actualmente sinto o mesmo da recta final da época anterior, em que só queria que isto terminasse rapidamente. Próxima semana vamos ter aquele que eu considerava (afinal todos tem sido) o jogo mais difícil (agora vai ser um pesadelo) que será frente ao Sp. Braga (lá em Braga). Não temos o Luisão (viu o 5º amarelo) e não temos Suazo nem o Nuno Gomes. Eles vão se querer vingar da nossa vitoria da 1ª volta (golo irregular do David Luiz), possivelmente já vamos ter o Reyes na equipa e dado o nível de dificuldade do jogo, deveremos voltar a ter o Katso em campo. Contudo é um jogo para o qual eu não sinto confiança nenhuma.

Mas gostava de voltar a ver uma (melhor duas) vitoria do Benfica.

1 comentário:

Dylan disse...

Alguma coisa tem que mudar no Benfica sob pena de sermos um clube à semelhança do Sporting: o 3º grande!

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