Hoje vamos a contas

Hoje vamos a contas, joga-se mais um jogo decisivo para a caminhada de classificação para o Mundial de 2010, mas a África do Sul continua demasiado longe. A selecção colou-se numa posição em que todos os jogos são decisivos, mau será quando for só para cumprir calendário.
Existe um grande pessimismo em torno da selecção e das suas capacidades, fruto da má campanha realizada até ao momento, em 12 pontos possíveis consegue-se apenas 5 pontos. Um vitoria frente a Malta é o único ponto positivo, mas que em nada nos faz sorrir, pois a derrota em casa frente a Dinamarca (2-3, quando estávamos a ganhar), mais o empate na Suécia (0-0) e o incompreensível empate caseiro com a Albânia. Fazem com que existam demasiadas duvidas relativamente as capacidades da nossa selecção em alcançar terras africanas.

Dá equipa da Suécia existem 2 grandes referencia, Ibra, um dos melhores jogadores do mundo, e o “velho” reformado Henrik Larson que já se retirou do futebol de alta competição, agora joga hóquei, nos tempos livres alinha pela equipa da sua cidade natal e aos 37 anos vai regressando (e ajudando na qualificação) e abandonando (temporariamente) a selecção consecutivamente, desde 2002. Para alguns o futebol ainda é um desporto.
Relativamente a Ibra, temos a vantagem de não jogar por castigo, que significa menos uma grande dor de cabeça para os nossos centrais.
Sobre Larson é só um dos melhores ponta-de-lança europeus desta década. O seu historial fala por si : Celtic, Celtic, Celtic, para relaxar ainda deu uma liga dos campeões ao Barcelona e foi emprestado pelo Helinsborg ao Manchester United, onde fez uma grande época, saltando sempre que foi preciso do banco e marcando. Muito tem a aprender com ele as nossas estrelas.
Para nosso bem, não vamos ver essa dupla a jogar contra a nossa selecção.
A Suécia é sem duvida uma equipa mais madura e experiente, não tem muitos nomes conhecidos, mas sabe como fazer um jogo de nervos e esperar pelas jogadas letais dos seus avançados.

A nossa selecção continua a ser uma manta de retalhos, onde ainda não se sabe qual a nossa equipa, ainda se faz muitos testes e existe muitas indefinições.
Na baliza a chamada de Eduardo não deixa muitas duvidas, a par de Quim é sem duvida o melhor guarda redes Português. O Beto e o Rui Patrício, são bons jogadores de futuro, mas ainda experientes, sobre pressão tem falhado.

Na defesa, o lado direito parece-me bem entregue a Bonsingwa (existe a opção de Miguel e de Paulo Ferreira), no centro com Ricardo Carvalho e Bruno Alves (com as opções de Pepe e Fernando Meira).
No lado esquerdo é onde existem todas as duvidas, desde a ultima vez que o Nuno Valente veio a selecção, que nunca mais se encontrou um defesa esquerdo a altura, estamos muito limitados na escolha para esse lado, mesmo nas equipas nacionais não existem boas escolhas (Portugueses) para essa posição, já se testou Paulo Ferreira, Bonsingwa, Miguel, Paulo Ferreira, Antunes, Gonçalo Brandão e Duda. Os dois primeiros talvez sejam a escolha mais segura. A minha escolha recaia no Gonçalo Brandão que fez uma excelente época no Belenenses, nessa posição. Será de certeza por esse lado que a Suécia irá tentar fazer estragos.

No meio campo existe a principal novidade de Queiroz, a colocação do Pepe, não é novidade a colocação de um defesa central como médio defensivo e frente a Suécia é preciso ganhar as bolas altas (logo 3 centrais), mas o Pepe não tem as características de um todo o terreno, destrói as jogadas adversárias, mas não é a “carraça” que um médio deve ser, nas jogadas de ataque esta limitado a uma única solução : correr para a frente.
Para médios ofensivos, os experientes Deco e Maniche, que embora já não estejam numa fase alta da sua carreira, continuam a ser os mágicos da equipa (mais o Deco do que o Maniche, obviamente).

Na frente, com Ronaldo e Simão a apoiar o ineficaz Hugo Almeida, que tarda em impor-se na selecção, pede-se que marque e que não desperdice as oportunidas atrás de oportunidades.

É a herança de Scolari, sem qualquer renovação aparente, sem grandes novidades e sem alternativas ao seu onze base. Não se entende o porque é que o João Moutinho, Raul Meireles e Danny não tem lugar no onze base, porque não se aposta nesses jogadores e em alternativas. Comete-se o erro de jogar em torno de uma estrela e procurar fazer todo o futebol com base nessa estrela. Se todos fossem como ele, já seriamos campeões ? Talvez, mas um pouco de humildade, não fica mal a ninguém.

Para o jogo de hoje, espero um Portugal ofensivo, caso queira ganhar. A velocidade de Simão e de Ronaldo serão fundamentais. E depois tudo vai depender da defesa e do guarda –redes, é preciso não dar “casas”.
Golos pedem-se e quantos mais melhor, pois já voltamos ao tempo em que ganhar as pequenas equipas é uma vitoria.