segunda-feira, agosto 31, 2009

Abriu a caça ao jornalista

Gostava de começar por pedir desculpa pelo que aqui escrevi na semana passada. Quando falei dos sucessivos espancamentos que vitimam os funcionários do Porto, cometi um erro grave: esqueci-me das agressões que, também na região do grande Porto, têm vitimado os jornalistas. Carlos Pinhão foi espancado à saída de um Beira-Mar-Porto, Marinho Neves foi agredido várias vezes e, a fazer fé nos jornais, esta semana calhou a um repórter do Jornal de Notícias ser vítima de atropelamento e fuga. Desta vez, não se trata de um jornalista desportivo e, como fazia cobertura a um caso da vida privada de Pinto da Costa, o acontecimento não deveria ter repercussão nos jornais desportivos. Foi então que a SAD do Porto emitiu um comunicado a explicar o sucedido, e nessa altura o episódio passou a pertencer ao âmbito do futebol. Notou-se. A polémica que se seguiu foi mais parecida com uma discussão sobre futebol do que com uma conversa sobre código da estrada. O jornalista disse que foi atropelado; a SAD diz que houve apenas um contacto lícito entre o retrovisor e o homem. Uma espécie de carga de ombro automobilística. É tudo uma questão de intensidade, como diria Pôncio Monteiro. As testemunhas disseram que a polícia mandou parar o carro; a SAD alega que o motorista não ouviu o apito, pelo que não há lugar à amostragem do cartão amarelo.

Como é evidente, tratar o episódio como um caso futebolístico, e não como um problema de trânsito, beneficia Pinto da Costa: no mundo do futebol, em princípio, nunca lhe acontece nada.

No dia 9 de Junho, em entrevista à RTP, José Eduardo Bettencourt disse que Paulo Bento era, e cito, «o melhor treinador da história do Sporting». Em Julho, depois do falecimento de Bobby Robson, recordou o inglês como «um bom treinador», e disse que o seu despedimento por Sousa Cintra tinha sido um «erro histórico do Sporting». Em Maio, já tinha dito «Paulo Bento forever». Em princípio, portanto, e tendo em conta que forever dura bastante tempo, neste momento é mais provável o Sporting despedir o presidente do que o treinador.

Benfica-Marítimo. Na grande área dos visitantes, um defesa lança-se para o chão e, inadvertidamente, toca com a mão na bola. O jogo estava empatado. O árbitro mandou seguir. Sporting-Braga. Na grande área dos visitantes, um defesa lança-se para o chão e, inadvertidamente, toca com a mão na bola. O jogo estava empatado. O árbitro mandou seguir. Porto-Nacional. Na grande área dos visitantes, um defesa lança-se para o chão e, inadvertidamente, toca com a mão na bola. O jogo estava empatado. O árbitro marcou penalty. Diz-se que faz falta definir um critério para ajudar a avaliar estes lances. Como é óbvio, o critério já existe. Toda a gente o conhece, e é bem antigo.

Fonte :  RAP@Chama Imensa in Jornal "A bola" - 2009/08/29

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