sábado, novembro 25, 2017

6 minutos para marcar 3 golos

No minuto 84.º do jogo CSKA-Benfica com o “placard” em 2-0 a favor dos donos da casa, precisando o Benfica de ganhar o jogo, no mínimo por 3-2 para suplantar o resultado conseguido na Luz pelos russos, e confiando espiritualmente numa vitória do Manchester United em Basileia – o que não viria de todo a acontecer – atirou de supetão o treinador do Benfica com o sérvio Andrija Zivkovic para o relvado segredando-lhe, baixinho, ao ouvido gelado: “Vai, miúdo, tens 6 minutos para marcar 3 golos!”, o que também acabou por não suceder. O futebol, na verdade, tem destas coisas incríveis. O melhor que Zivkovic ainda conseguiu foi cobrar um pontapé de canto de que resultou um alívio da defesa moscovita. Que chatice, Zivkovic. Assim não vais a lado nenhum.

O presidente do FC Porto responsabilizou os “Ruis Gomes das Silvas” e os “Goberns” pelo momento destemperado do futebol português. “Há muitos anos que estes senhores minam o futebol português e o clima na arbitragem”, especificou. Dito isto, e não foi pouco, apelou o mesmíssimo presidente do FC Porto a um momento de “meditação” geral. Pois muito bem, vou seguir-lhe o conselho e meditar um bocadinho sobre tamanhos assuntos e já cá volto.

O melhor momento da semana no que diz respeito à comunicação do Benfica – se entendermos a “comunicação” como a arte de expressar a cultura de uma agremiação nos bons e nos maus momentos e até nos momentos assim-assim – foi a intervenção do senhor Jonas mal terminou o jogo com o CSKA consumada a eliminação do campeão português de toda e qualquer aventura europeia até à próxima temporada. Que se apresenta longínqua, muito longínqua. Ainda equipado e com os cabelos em natural desalinho, disse Jonas, entre outras coisas mais circunstanciais, ao jornalista que lhe apareceu pela frente na zona das entrevistas rápidas: “Devemos dar os parabéns às equipas que se classificaram”. Melhor e mais rápido do não se podia pedir ao extraordinário jogador brasileiro que está à beira de marcar o seu centésimo golo com a camisola do Sport Lisboa e Benfica. Jonas é História.

Bem tento seguir o apelo do presidente do FC Porto em prol da urgente “meditação” geral sobre os malefícios causados ao futebol português pelas pessoas que há muitos anos “minam o clima na arbitragem”. Mas é tão difícil atingir este estado de abstração proposto pelo grande Dalai Lima. Por mais que uma pessoa se esforce é praticamente impossível.

O Conselho de Arbitragem da FPF autorizou a transmissão audiovisual em direto das azáfamas vividas no Centro do Video-Árbitro no decorrer dos jogos do campeonato. Seria uma belíssima e profícua medida de saneamento dos costumes se Portugal fosse culturalmente um país europeu. Não sendo, é de temer o pior. Meditemos.



Fonte: Leonor Pinhão @ record

Falta de comparência

Solidário com os árbitros portugueses, vítimas de uma campanha de coação por parte de estranhos – tal como o Benfica proclamou através da sua estação de televisão –, entendeu o mesmo Benfica que o modo mais eficaz de apoiar a anunciada falta de comparência dos ditos árbitros na próxima jornada do campeonato seria rubricar estrategicamente a sua posição sobre este tema com uma estrondosa falta de comparência da sua equipa principal no jogo de Moscovo na quarta-feira seguinte. Dito e feito. 

Os árbitros, entretanto, resolveram pensar melhor no assunto, reuniram-se e desconvocaram a greve com que chegaram a ameaçar o ‘status quo’ – expressão latina que significa qualquer coisa como o ‘estado atual’ – do futebol português apresentando, em alternativa, um caderno de reivindicações semânticas que pretendem ver respeitadas com caráter de urgência sob pena de voltarem a equacionar o uso do último recurso das classes laborais, a malfadada greve. Por pura maldade, está visto, a assembleia de árbitros ocorreu já depois das sete da tarde de quarta-feira, não dando a mínima hipótese ao Benfica de rever a sua expressão de solidariedade com a falta de comparência dos juízes de campo que seria desconvocada já depois de a equipa campeã de Portugal ter assumido no relvado a sua própria falta de comparência no decisivo jogo com os russos do CSKA. 

Foi, assim, em vão o sacrifício da equipa orientada por Rui Vitória. A falta de comparência, a não-exibição em Moscovo redundou naturalmente numa derrota por 2-0 que acabou por não servir para coisíssima nenhuma a não ser para dar moral e para devolver o bom nome ao guarda-redes do CSKA, que vinha sofrendo golos há 43 jogos consecutivos na Liga dos Campeões e que, ao 44º jogo, tendo pela frente o Benfica lá conseguiu ver interrompida a sua série negra. Digo-te já, meu caro Akinfeev, que ou era naquela noite ou nunca mais era. Chegando o Benfica à gélida da Rússia com um cúmulo adquirido de quatro faltas de comparência nos quatro jogos entretanto disputados nesta fase inicial da prova e apenas com um golo apontado, ser-lhe-ia, na realidade, muito difícil contrariar o padrão imposto. 

A greve total do Benfica na Europa teve, no entanto, um mérito que poderá vir a servir para alguma coisa tendo em conta que ainda faltam seis meses para o fim da temporada. É que, no meio de tudo isto, salvou-se Filip Krovinovic. Por não ter sido inscrito na UEFA – bem visto! – o croata escapou à mão cheia de desastres internacionais e pode apresentar-se com o moral intacto para o muito que ainda vem aí. É o único.



Fonte: Leonor Pinhão @ correio da manha

Miguel Abracadabrantes

Tão fascinante como a questão da existência de Cristo foi, durante anos, o debate sobre a existência de Miguel Abrantes. Os crentes diziam que Miguel Abrantes existia mesmo e era óbvio que mantinha um blog de apoio a José Sócrates por gosto, até porque a ideia de pagar a um blogger para elogiar o governo era cómica; os incréus diziam que não existia uma pessoa chamada Miguel Abrantes mas alguém que, escondido atrás desse nome, era pago para defender Sócrates e atacar quem o criticasse. Como se verificou mais tarde, em certa medida todos tinham razão: de facto, não existia um Miguel Abrantes; de facto, ele era pago para elogiar o governo; de facto, a ideia de pagar a um blogger para elogiar o governo era cómica. O problema é que, quando se trata de José Sócrates, quanto mais cómicas são as suspeições, mais verdadeiras vêm a revelar-se. Se determinada acção é ridícula, em princípio foi praticada por José Sócrates: eis uma lei natural que escapou a Newton.

Os depoimentos que Miguel Abrantes e Domingos Farinho prestaram perante o juiz da Operação Marquês contêm algumas revelações interessantes. Farinho, por exemplo, explica que a ajuda que deu a Sócrates se justificava porque “era a primeira vez que ele fazia um trabalho académico”. Tendo em conta o modo como sabemos que Sócrates se licenciou, é perfeitamente plausível que o ex-primeiro-ministro tenha chegado ao mestrado sem ter feito um único trabalho académico. As declarações do pseudo-Miguel Abrantes também parecem verdadeiras. Diz que também ele ajudou a rever a tese de mestrado de Sócrates (para simplificar, vou continuar a chamar tese de mestrado àquilo que parece ter sido, na verdade, um trabalho de grupo do 11º ano), mas corrigiu apenas coisas pequenas, como “quando é que ‘demais’ é junto ou quando é ‘de mais’”. Também aqui encontramos uma ressonância de verdade: se há pessoa que parece não saber quando é demais, essa pessoa é José Sócrates. Abrantes acrescenta que chegou a enviar a Sócrates uma entrada do Ciberdúvidas em que se esclarece a diferença entre “demais” e “de mais”. Não tinha custado nada adaptar a informação contida nesse artigo às necessidades pedagógicas de Sócrates, tornando a explicação mais fácil de assimilar. Por exemplo, “demais” enquanto pronome equivalente a “outros”: “Alguns anjinhos engoliram as patranhas do sr. engenheiro sobre o dinheiro de família, mas os demais preferiram acreditar na investigação do José António Cerejo.” “Demais” como advérbio com a função de “além disso”:  “O pavimento que o sr. engenheiro escolheu para a casa do seu amigo não é barato; demais, é muito escuro”. “Demais” como advérbio que tem o significado de “excessivamente”: “O sr. engenheiro não gastará demais para os rendimentos que tem?” Finalmente, temos então “de mais”, a locução adverbial com o significado de “a mais”: “O Carlos Santos Silva já tem cartão de milhas na Fnac, pois comprou livros de mais.” Após esta ajuda, fico à espera do contacto de Rui Mão de Ferro. Passo factura.



Fonte: Ricardo Araújo Pereira @ visão

sábado, novembro 18, 2017

1.ª classe e sem classe nenhuma

Por onde anda António Pimenta Machado? Onde parará o homem que foi presidente do Vitória de Guimarães durante um quarto de século e que ficou para a história ao resumir numa frase a insofismável natureza da verborreia da indústria: “No futebol o que hoje é verdade, amanhã pode ser mentira", disse no século passado. A propósito de quê já ninguém se lembra – talvez do iminente despedimento de um qualquer treinador… – mas a realidade é que o seu axioma não só perdura como se revigora a cada dia. Esta semana, então, tem sido um exagero.

Faz falta aquela verve única e descomprometida de Pimenta Machado que, talvez por não ser presidente de nenhum “grande” e por ter fortuna própria, podia dar-se ao luxo de dizer o que lhe ia na alma antes de haver redes sociais e diretores de comunicação. Muitos gostariam de conhecer a opinião que terá hoje António Pimenta Machado, se ainda tiver paciência para estas coisas, ao ouvir “o pior funcionário do mundo”, o ex-futebolista Manuel Fernandes segundo o seu ex-atual-patrão, afirmar que o seu ex-actual-patrão não passa a vida a dizer que “trabalha 24 horas por dia” quando, comprovadamente, passa o mesmo a vida a proclamar que trabalha 24 horas por dia? E o que teria a dizer hoje António Pimenta Machado, se é que segue estas aventuras culinárias, sobre “o melhor funcionário do mundo”, Francisco José Marques, publicando sobre cefalópodes neste Outono quando ainda no último Inverno as paredes das casas, dos escritórios e as montras dos restaurantes dos seus patrões e afins foram pintadas a tinta de choco por adeptos portistas – “híbridos”, certamente – em fúria? Em fúria, sim, vá lá saber-se porquê.

Volta o futebol a sério neste final de semana com a Taça de Portugal depois de uma paragem devida a dois jogos amigáveis da nossa seleção neste período que pode ser chamado de tudo menos de amigável no âmbito alargado do futebol português. Até insultos tem havido. Neste interregno, o presidente do Benfica, por exemplo, chamou “merceeiro” a um comentador afeto ao clube, o que pode ser considerado um insulto. O presidente do Sporting, para não ficar atrás, insultou Luís Filipe Vieira, António Salvador, Augusto Baganha, Octávio Ribeiro, Ribeiro e Castro, Pedro Madeira Rodrigues, Paulo Pereira Cristóvão, Rui Santos e todos os sportinguistas que não o amam a quem chamou “vermes”, o que também poderá ser considerado um insulto. O presidente do Porto não insultou ninguém. Está a aprender francês.

A última prestação de João Gobern no programa “Trio de Ataque” da RTP3 foi o melhor momento de comunicação em prol do Sport Lisboa e Benfica desde que Eliseu saltou para a lambreta na festa do “tetra”. Que classe, Gobern. Aliás, nestas coisas, só há duas classes: 1.ª classe e sem classe nenhuma.



Fonte: Leonor Pinhão @ record

Sábado, 2017/11/18
 - 14;30 - Basquetebol - Sl Benfica -v- Ovarense - Campeonato LPB - Jornada 8 - Pavilhão Fidelidade
 - 16:00 - Voleibol - Sl Benfica -v- Leixões Sc - Campeonato Nacional - Jornada 10 - Pavilhão Nº 2
 - 18:15 - Futebol - Sl Benfica -v- Vitória Fc - Estádio Do Sport Lisboa E Benfica
 - 20:30 - Andebol - Sl Benfica -v- Ada Maia - Campeonato Nacional - Jornada 11 - Pavilhão Nº 2

Domingo, 2017/11/19
 - 16:00 - Futsal - Sl Benfica -v- Modicus - Campeonato Nacional - Jornada 11 - Pavilhão Nº 2
 - 18:00 - Hóquei Em Patins Femininos - Stuart Hc Massamá -v- Sl Benfica - Campeonato Nacional - Jornada 5

Quarta-feira, 2017/11/22
 - 11:00 - Futebol Cska De Moscovo -v- Sl Benfica - Uefa Youth League - Grupo A Jogo 5 - Stadium Oktyabr Artificial Turf
 - 17:00 - Futebol - Cska De Moscovo -v- Sl Benfica Liga Dos Campeões - Grupo A Jogo 5 - Arena Cska
 - 20:30 - Voleibol - Sl Benfica -v- Acs Volei Municipal Zalau - Challenge Cup - Apuramento Jogo 2  - Pavilhão Nº 2

Desporto de fim de semana - 2017/11/28

Futebol
Sábado 2017/11/18
 - 12:30 - Arsenal -v- Tottenham -  Premier League 2017/18 (SportTv3)
 - 14:30 - Bayern München -v- FC Augsburg -  1. Bundesliga 17/18 (SportTv4)
 - 15:00 - Leicester City -v- Manchester City -  Premier League 2017/18 (SportTv3)
 - 15:15 - Leganés -v- Barcelona -  Liga Espanhola 17/18 (SportTv2)
 - 16:00 - Paris SG -v- Nantes -  Ligue 1 17/18 (SportTv1)
 - 17:00 - Roma -v- Lazio -  Serie A 2017/18 (SportTv4)
 - 17:30 - Manchester United -v- Newcastle -  Premier League 2017/18 (SportTv3)
 - 18:15 - Benfica -v- V. Setúbal -  Taça Portugal 17/18 (SportTv1)
 - 19:45 - Atlético Madrid -v- Real Madrid -  Liga Espanhola 17/18 (SportTv2)
 - 19:45 - Napoli -v- Milan -  Serie A 2017/18 (SportTv3)
 - 21:40 - Liverpool -v- Southampton -  Premier League 2017/18 (SportTv3)
 - 23:30 - West Bromwich -v- Chelsea -  Premier League 2017/18 (SportTv3)

Domingo 2017/11/19
 - 13:30 - Zwolle -v- PSV -  Holland 17/18 (SportTv3)
 - 14:00 - Sampdoria -v- Juventus -  Serie A 2017/18 (SportTv1)
 - 15:00 - Alverca -v- Lourinhanense - AF Lisboa Pro-nacional 2017/18 - Complexo Desportivo FC Alverca
 - 15:00 - SC Praiense -v- Vilafranquense - Taça de Portugal Placard 2017/2018 - Municipal da Praia da Vitória
 - 16:00 - Benfica -v- Modicus -  Liga SportZone 17/18 (TVI24)

Terça-feira, 2017/11/21
 - 13:00 - Borussia Dortmund -v- Tottenham -  UEFA Youth League 17/18 (SportTv1)
 - 15:00 - Sevilla -v- Liverpool -  UEFA Youth League 17/18 (SportTv2)
 - 19:45 - Manchester City -v- Feyenoord -  LC 2017/2018 (SportTv3)
 - 19:45 - Borussia Dortmund -v- Tottenham -  LC 2017/2018 (SportTv2)
 - 19:45 - Monaco -v- RB Leipzig -  LC 2017/2018 (SportTv5)
 - 19:45 - APOEL -v- Real Madrid -  LC 2017/2018 (SportTv1)
 - 19:45 - Sevilla -v- Liverpool -  LC 2017/2018 (SportTv4)
 - 21:40 - Napoli -v- Shakhtar Donetsk -  LC 2017/2018 (SportTv2)

Quarta-feira, 2017/11/22
 - 11:00 - CSKA Moskva -v- Benfica -  UEFA Youth League 17/18 (SportTv1)
 - 13:00 - Paris SG -v- Celtic -  UEFA Youth League 17/18 (SportTv2)
 - 15:00 - Juventus -v- Barcelona -  UEFA Youth League 17/18 (SportTv2)
 - 17:00 - CSKA Moskva -v- Benfica -  LC 2017/2018 (SportTv1)
 - 17:00 - Karabakh -v- Chelsea -  LC 2017/2018 (SportTv2)
 - 19:45 - FC Basel -v- Manchester United -  LC 2017/2018 (SportTv3)
 - 19:45 - Atlético Madrid -v- Roma -  LC 2017/2018 (SportTv5)
 - 19:45 - Paris SG -v- Celtic -  LC 2017/2018 (SportTv4)
 - 19:45 - Juventus -v- Barcelona -  LC 2017/2018 (SportTv2)
 - 21:40 - Anderlecht -v- Bayern München -  LC 2017/2018 (SportTv2)

Quinta-feira, 2017/11/23
 - 18:00 - FC Köln -v- Arsenal -  Europa League 2017/18 (SportTv1)
 - 20:05 - Milan -v- Austria Wien -  Europa League 2017/18 (SportTv2)



Esse enorme escultor

Escrevia, no já distante ano de 1983, Marguerite Yourcenar sobre as "modificações sublimes" que a passagem do tempo inevitavelmente produz sobre as obras dos homens e as intenções dos mesmos sem nunca lhe ter passado pela cabeça como o futebol "au" Portugal se viria a transformar nesta segunda década do século XXI numa espécie de laboratório vivo do seu postulado ‘O Tempo, Esse Grande Escultor’. Tomemos por exemplo o fenómeno dos títulos do Sporting segundo Bruno de Carvalho. 

Em abril de 2016 apontou Carvalho na rede social da sua predileção para um número de títulos conquistados pelo emblema de que é o mais inspirado representante de todos os tempos: "Quase 110 anos de história ajudam a explicar o porquê de o Sporting ser unanimemente considerado a Maior Potência Desportiva Nacional e um dos Clubes mais vitoriosos de todo o Mundo. 

Os números podem falar por nós: temos no nosso património cerca de 20 000 títulos arrebatados." Menos de um ano e meio depois desta incursão ao Facebook, e por ocasião de uma festa interna ocorrida na semana passada em Alvalade, verificou-se que o tempo para o presidente do Sporting não é um grande escultor, é um enorme escultor. 

Oiçamo-lo: "Somos o clube do Mundo com mais títulos. Não é de Portugal, não é da Europa. É do Mundo! Temos mais de 22 mil títulos nacionais e internacionais, o que faz de nós a maior potência desportiva nacional e mundial!" 

Os 2 mil títulos "arrebatados" em 17 meses a uma média de 4 títulos por dia podem ter passado despercebidos a muita gente de má-fé mas o que não se pode ignorar de todo é como o tempo, esse grande escultor, foi um enorme escultor no caso ainda mais recente do "perdão" a Bryan Ruiz, o costa-riquenho proscrito vá lá saber-se porquê. Por ter falhado um golo de baliza aberta num jogo com o Benfica não terá sido com certeza. 

No dia 6 de novembro, a FIFA e a Federação Internacional de Futebolistas Profissionais assinaram um acordo que permite automaticamente aos jogadores abandonar os clubes que não cumpram com o pagamento dos salários ou que tenham "condutas abusivas" como é o caso de um clube que obrigue um jogador a treinar-se por conta própria e à parte dos restantes colegas de equipa. 

E, posto isto em cima da mesa, não é que 6 dias depois, a 12 de novembro, foi anunciado o tal "perdão" a Bryan Ruiz depois de um encontro "reconciliatório" com o presidente do clube. Um reencontro adorável, garante a imprensa livre, que só o tempo, esse brutal escultor, poderia finalmente proporcionar. E proporcionou. Qual FIFA, qual carapuça! 



Mais um crime de lesa-Porto  
Danilo no call center e não obriguem o Catão a ir "mais longe"  
Até a seleção nacional tem a sua utilidade para que o combustível pingue para esta fogueira que vai aquecendo e sobreaquecendo o ambiente geral do futebol cá da gente. 

Não se atrevendo – por enquanto…  – a chamar "lampião" a Fernando Santos, veio o FC Porto protestar contra a "sobreutilização" do seu jogador Danilo Pereira nos tão amigáveis encontros com a Arábia Saudita e com os EUA considerando, certamente, que se tratou de um crime de lesa-Porto à semelhança de tantos outros que fazem furor nas redes sociais. 

Prova provada de que o Benfica manda nisto tudo é o facto de Pizzi ter sido convocado não para se cansar jogando mas para se sentar, com toda a comodidade, no call center da Federação Portuguesa de Futebol atendendo telefonemas da linha solidária com as vítimas dos incêndios deste verão. 

Estes tratamentos de privilégio têm de acabar. Não obriguem o Catão a ir "mais longe" desobedecendo "às ordens" para não "rebentar mais bombas". Mas ordens de quem?



Fonte: Leonor Pinhão @ correio da manha

Incríveis incredibilidades

A Web Summit é uma mistura bastante inteligente de eucaristia com salão erótico, uma vez que alia a crença devota em entidades etéreas invisíveis – como a Cloud –, com a tecnofilia – a excitação sexual provocada pela visualização e/ou o manuseamento de bugigangas electrónicas

Depois do centenário das aparições de Fátima, Portugal teve a sorte de acolher também, e no mesmo ano, a comemoração das aparições de Paddy Cosgrave, o responsável pela Web Summit. A Web Summit, como todos os certames que possuem um nome em estrangeiro, tem bilhetes muito caros e atrai a atenção da imprensa. É uma mistura bastante inteligente de eucaristia com salão erótico, uma vez que alia a crença devota em entidades etéreas invisíveis – como a Cloud –, com a tecnofilia – a excitação sexual provocada pela visualização e/ou o manuseamento de bugigangas electrónicas. Os websummíticos esgotam a lotação da Altice Arena e, durante quatro dias, têm pequenos êxtases místicos a ouvir falar de start-ups, que são empresas que abrem, recebem umas injecções de capital, consomem esse capital, e fecham. De vez em quando, uma destas empresas torna-se multimilionária e, em nome de um mundo novo e melhor, adopta todos os procedimentos das empresas multimilionárias do mundo velho e pior, como a tentação do monopolismo e aversão ao pagamento de impostos.

Na cerimónia de abertura, o já citado Paddy Cosgrave entra em palco vestido como se tivesse menos 20 anos e, para não deixar dúvidas de que nos encontramos num evento extremamente tecnológico, fala em frente a um cenário cheio de luzinhas de várias cores que acendem e apagam. Vê-se imediatamente que estamos na presença de uma pessoa que não acredita em coisas do passado. Por exemplo, em pentes. Cosgrave começa por dizer: “Sejam incrivelmente bem-vindos à Web Summit, e incrivelmente bem-vindos a Lisboa.” Pouco depois, diz: “É incrível que tenham vindo.” Mais à frente, promete: “Vocês vão conhecer pessoas incríveis.” Uma tal concentração de incredibilidade, além de cansativa, parece-me até potencialmente prejudicial à saúde. Depois de quatro dias de contacto intenso com coisas incríveis, os participantes vão sair da Altice Arena e, inevitavelmente, serão confrontados com coisas bastante críveis: arruamentos, edifícios, uma paragem de táxis. A passagem abrupta de um mundo incrível para um universo crível pode causar nas pessoas o efeito da ressaca da droga. Talvez fosse melhor que a Web Summit tivesse um plano de desmame progressivo em que, no último dia, os oradores seriam cada vez menos incríveis, até serem completamente críveis. Paddy Cosgrave não parece preocupado com este problema, tanto que continuou a encadear considerações incríveis. Primeiro fez referência ao seu filho de um ano (que não qualificou como incrível, mas julgo que estava subentendido), e depois revelou o nome da criança: Cloud. Não é tão incrível como se o miúdo se chamasse App, ou JavaScript, mas mesmo assim é bastante incrível.



Fonte: Ricardo Araújo Pereira @ Visão

quinta-feira, novembro 16, 2017

Dar brilho a pérolas falsas

O director de comunicação do FCP saiu-se com uma boa graça. "O Natal dos Hospitais este ano foi mais cedo", escreveu numa rede social referindo-se à proveta idade da plateia que, no Museu Cosme Damião, assistiu à entrevista de Luís Filipe Vieira. Trata-se, no entanto, de uma graça arriscada no sentindo em que, a qualquer momento, se pode voltar contra o seu autor tendo em conta que a paisagem da idade proveta não escolhe nem tribunas, nem clubes nem, muito menos, ocasiões para ser motivo de graça. É quando tiver de ser. E daí o risco.

O director de comunicação do Sporting também anda a arriscar muito. Aquilo de escrever que o Felipe "andou a distribuir fruta à boa maneira de Pizzi, Eliseu e Samaris" no jogo com o Belenenses não caiu nada bem no Centro de Comando. A parte do "à boa maneira do Pizzi, Eliseu e Samaris" não causou, obviamente, enguiço no Porto porque constará obrigatoriamente do protocolo rubricado no Hotel Altis em Lisboa. Mas a parte da "fruta", francamente… Tudo menos "fruta", carago! Estes tipos não aprendem.

A ascensão de Svilar foi e é um assunto relativamente pacífico entre os benfiquistas. Haverá sempre, naturalmente, quem tenha opinião diferente, quem discuta se a recepção ao Manchester terá sido o momento ideal para lançar o jovem belga acabado de cumprir 18 anos, se Svilar fica melhor equipado de branco ou de amarelo ou se o tom do vermelho da bandolete que usa para prender o cabelo é o tom correto de vermelho ou se deveria ser mais claro ou mais escuro. Pormenores adoráveis. Já entre os adversários mais assanhados do Benfica está a causar forte indisposição o facto de Mile Svilar ter agarrado a titularidade o que, de todo, não se compreende. Então se o miúdo é um "flop" não deveriam estar todos contentíssimos? É que não estão. Antes pelo contrário. Esbracejam uns, outros espumam pela boca, outros acusam Mourinho de estar "feito" e todos registam, diligentemente, em caderninhos o número de saídas a punhos, a pontapé ou de cabeça do guarda-redes Benfica e os golos que sofre. Caramba, até dos nossos frangos têm inveja.

Ainda o director de comunicação do Sporting, peço desculpa. Mas em sua defesa pelo que peço também desculpa. A função de um director de comunicação de qualquer clube ou empresa é, entre outras virtudes, dar brilho a pérolas falsas. Por isso atrevo-me a duvidar se lhe pertence de facto a autoria daquele texto, já célebre, em que o director de comunicação do Sporting insinuava à maluca que os jogadores do Sporting de Braga se apresentaram dopados em Alvalade. Não parecia o seu estilo. Mas quando, dias depois e porventura um pouco aflito, explicou que pretendia somente "elogiar" a capacidade do adversário, aí sim, já se lhe reconhecia o estilo próprio. E também a função de dar brilho a pérolas falsas.



Fonte: Leonor Pinhão @ Record



sábado, novembro 11, 2017

Não cantou, não cantou!

Não houve espanto nem, muito menos, alarme social quando o País teve ocasião de ver o doutor Fernando Madureira comandando garbosamente a claque dos Super Dragões no decorrer de um jogo do campeonato de basquetebol no pavilhão do Dragão, poucas horas depois de ter sido noticiada a sua interdição de frequentar recintos desportivos durante os próximos seis meses. Certamente que muita gente se sentiu confundida vendo o tal Madureira de novo em ação numa das suas arenas de conforto – que são as bancadas dos estádios e dos pavilhões e os campos onde joga o Canelas – julgando, por certo, ter ouvido mal ou interpretado pior as notícias que o davam como arredado por meio ano das suas lides em função de um eventual castigo que lhe teria sido aplicado por uma entidade chamada Instituto Português do Desporto e da Juventude. 

Como em Portugal se é jovem até muito tarde (o presidente do Sporting, por exemplo, tem quase 50 anos e faz ponto de honra em se intitular como "um jovem" sem que ninguém o contrarie) nada obstaria, enfim, a que um instituto dito da juventude aplicasse uma sanção disciplinar a um sujeito de meia-idade que se atrevesse a cantar em público o seu desgosto pelo facto de o avião que caiu com a equipa da Chapecoense a bordo não transportar, no lugar da equipa brasileira, a equipa do Benfica. 

Não estando, portanto, em causa a autoridade do IPDJ nem os dotes vocais de Madureira, que garante que não cantou – só gingou –, como se explica o facto de continuarmos a ver o mesmo Madureira liderando as suas tropas no Porto e por esse País fora como se, afinal, não tivesse havido castigo algum? Haverá também penas suspensas neste mundo tão peculiar da juventude e do desporto e do canto coral? Terá o juiz desta causa considerado que, por estar bem integrado e ter uma reputação profissional sólida, pode Madureira continuar a pôr em prática a sua tese de doutoramento – ‘Bancada Total’ – que lhe valeu 16 valores num instituto superior da Maia pela invenção "odoernamente" de todo um léxico com "estratégicas" e "cabragentes" ? Não, nada disso. 

O doutor Madureira está de volta à ação mas de volta superiormente autorizado, beneficiando da "tecnalidade" expressa no direito ao recurso com efeitos suspensivos que o IPDJ concede à juventude. Não se entristeçam, porém, os fãs do chefe dos Super Dragões porque se, eventualmente, for algum dia mesmo impedido de frequentar recintos desportivos – o que é muito duvidoso – tê-lo-ão certamente como comentador num qualquer programa de uma qualquer estação de televisão. É que faltam doutores. 



Um outro Domingos Paciência 
Uma década para deixar cair o "estava a olhar para o chão" Domingos Paciência, que foi uma finíssima máquina de fazer golos pelo FC Porto, enveredaria pela profissão de treinador e é hoje o responsável pela equipa do Belenenses. Ao contrário dos dirigentes do Restelo que não aceitaram com naturalidade a última derrota no estádio do Dragão – ousaram até reclamar pela divulgação do áudio do vídeo-árbitro… –, Domingos recorreu à sua proverbial paciência para comentar os lances em que terão ficado por assinalar duas grandes penalidades a seu favor, ou seja, contra os donos da casa. "Não sei, não vi", disse fazendo recordar um outro Domingos Paciência – provavelmente o mesmo – que era treinador da União de Leiria e, instado pela curiosidade dos jornalistas a comentar uma agressão de Quaresma, jogador do FCP, a um jogador leiriense, Tixier, resolveu o assunto com um "não sei, não vi, estava a olhar para o chão". Demorou uma década até deixar cair o "estava a olhar para o chão" mas o "não sei, não vi" continua em vigor.



Fonte: Leonor Pinhão @ correio da manha

Há 20 anos foi outra era

A vantagem de ter a minha idade é que, ainda antes de ficar com o cabelo todo branco e usar bengala, já tenho histórias antiquíssimas para contar. Por exemplo, os jovens de hoje ficarão certamente maravilhados por saber que, no meu tempo, havia uma coisa chamada “inverno”. Funcionava assim: a partir de Setembro, as temperaturas começavam a baixar, e em Novembro já estava aquilo a que a gente chamava “frio”. “Frio” era a palavra usada para definir uma sensação, ou um determinado intervalo térmico. É difícil explicar isto às pessoas de hoje. Talvez um exemplo concreto ajude: antigamente, comer castanhas em mangas de camisa, como temos feito nas últimas semanas, era tão inconcebível como comer gelados de samarra, em Agosto.

Imagino que estas observações sejam fascinantes para os leitores mais novos. Eu não tive oportunidade de falar com pessoas do Mesozóico (até porque, ao que parece, não havia pessoas no Mesozóico), mas eles podem ouvir testemunhos de gente que viveu outras eras geológicas, como é o meu caso.

Se bem me lembro, havia quatro estações. É por isso que há uma obra de Vivaldi e uma pizza com esse nome. Se fossem criados hoje, os concertos de Vivaldi eram mais limitados e repetitivos, e a pizza teria apenas um tipo de cobertura. Ao passo que hoje parece só haver verão, na altura havia duas estações com temperaturas mais violentas, e outras duas com temperaturas mais moderadas. Certas árvores davam frutos numa altura, outras davam noutra. No fim das férias de verão começavam as aulas - e as primeiras chuvas proporcionavam constipações e boas desculpas para faltar à escola. Hoje, um aluno que queira passar uma semana em casa por razões médicas em Outubro, talvez consiga fazê-lo apenas mediante a apresentação de um atestado médico que refira um escaldão.

Não foi só o o inverno que desapareceu. Certos verões, também. Por exemplo, do verão de São Martinho, um período quente que costumava ocorrer a meio de Novembro, nunca mais ninguém ouviu falar. Não se dá por um período quente a meio de um período quente. Ou talvez o problema seja esse: não foi o inverno que diminuiu, foi o verão de São Martinho que ficou maior. Temos duas estações, agora: verão e verão de São Martinho. Só na Guerra dos Tronos é que “Winter is coming”. Não admira que seja uma série de fantasia.



Fonte: Ricardo Araújo Pereira @ Visão

domingo, novembro 05, 2017

Que o dia de Félix não tarde

Melancólico perante o cúmulo de decepções europeias e inapelavelmente apreensivo face ao que têm sido as suas periclitantes prestações nacionais, o Benfica volta amanhã a Guimarães dez meses depois de lá ter estado pela última em vez e de lá ter saído num estado de espírito muitíssimo mais do que confiante. Era Janeiro de 2017 e o Benfica saía de Guimarães literalmente eufórico, coberto de insuspeitos elogios tal era a dimensão do seu futebol, a naturalidade do seu ímpeto e a sucessão imparável de bons resultados. Estava-se no princípio do ano e nem a breve pausa natalícia beliscaria a saúde dos então tricampeões nacionais obrigados a jogar por duas vezes em 72 horas no sempre complicadíssimo terreno do Vitória Sport Clube.

Não houve lugar a lamentos pelas maldades do calendário, houve simplesmente dois jogos em Guimarães e duas vitórias por 2-0. Com 1 golo de Jonas e outro de Mitroglou no desafio a do campeonato e com 2 golos de Gonçalo Guedes no compromisso que se seguiu para a Taça da Liga. O mesmo Gonçalo Guedes seguiu ele próprio, rapidamente, para o Paris Saint-Germain ainda antes de Janeiro terminar. E lá se foi o jovem Guedes que, até aí, andara com a equipa às costas suprindo com o seu futebol todo ele virado para a frente – "se va cuando quiera", dizem agora dele os espanhóis – as ausências dos demais colegas avançados que baixaram todos à vez inoperacionais à enfermaria, lembram-se? Não é propriamente uma grande novidade na Luz esta da salvação vir da formação. Já um outro jovem, Renato Sanches, andara com a equipa às costas em 2015/2016 quando a equipa mais precisava de alguém suficientemente temerário que a transportasse para a frente depois de um arranque muito insuficiente da temporada. E a coisa acabou por correr lindamente.

Depois do arranque insuficiente da actual temporada leva o Benfica amanhã para Guimarães, e tudo indica que serão titulares, outros dois jovens jogadores vindos da formação, Rúben Dias e Diogo Gonçalves. São ambos prometedores sendo que Rúben Dias em minuto algum comprometeu o Benfica nos dois jogos com o Manchester e que Diogo Gonçalves foi o autor dos dois únicos remates realmente a sério do Benfica em Old Trafford. Mas não será, certamente, por mera superstição que o Benfica lança os seus miúdos às feras quando se vê apertado pelas contingências. Ainda que seja legítima – e até romântica – aquela fé de sempre se ir encontrando o próximo pote de ouro no fim do próximo arco-íris.

Se a realidade se apresenta inóspita e se é pelo sonho que vamos, então, vendo João Félix jogar pela equipa B e na Youth League, só se pode desejar ardentemente que o seu dia, o dia de Félix, não tarde a chegar. Faz 18 anos para a semana o João Félix, 18 aninhos. O que é isso para nós ?



Fonte: Leonor Pinhão @ record

sábado, novembro 04, 2017

Benfica na TV - 2017/11/04

Sábado, 2017/11/04
 - 15:00 - Voleibol  - AA Espinho -v- SL Benfica - Campeonato Nacional - Jornada 7
 - 15:00 - Hóquei Em Patins - SL Benfica -v- Montreux HC - Liga Europeia - Grupo C Jogo 1 
 - 17:00 - Andebol - SL Benfica -v- Boa Hora FC - Campeonato Nacional- Jornada 9
 - 18:00 - Futsal - SC Braga -v- SL Benfica - Campeonato Nacional - Jornada 9 (TVI)
 - 18:30 - Basquetebol Feminino  - Quinta dos Lombos -v- SL Benfica - Campeonato Nacional - Jornada 6
 - 19:30 - Futsal Feminino - SL Benfica -v- CR Golpilheira - Campeonato Nacional - Jornada 7


Domingo,  2017/11/05
 - 15:00 - Râgueby  - CF Belenenses -v- SL Benfica - Campeonato Nacional - Jornada 5
 - 15:00 - Basquetebol - SL Benfica -v- CAB Madeira - Campeonato Nacional - Jornada 6
 - 15:00 - Futebol - SL Benfica B -v- FC Penafiel - Segunda Liga - Jornada 13
 - 17:00 - Voleibol  - SL Benfica -v-  SC Espinho - Campeonato Nacional - Jornada 8 
 - 18:00 - Futebol - Vitória SC -v- SL Benfica - Liga NOS - Jornada 11
 - 19:30 - Hóquei Femininos - SL Benfica -v-  UDC Nafarros - Taça de Portugal - Jornada 1


Quarta-Feira, 2017/11/08
 - 16:00 - Basquetebol - BC Nevezis  -v- SL Benfica - Fiba Europe Cup - Grupo B Jogo 4 
 - 20:00 - Hóquei Feminina  - SL Benfica -v- HC Turquel - Supertaça - Jornada 3


Desporto de fim de semana - 2017/11/04

Futebol
Sábado 2017/11/04
 - 15:00 - Benfica -v- Montreux -  Liga Europeia de Hóquei em Patins 17/18 (BTv)
 - 15:15 - Deportivo -v- Atlético Madrid -  Liga Espanhola 17/18 (SportTv2)
 - 16:00 - Angers -v- Paris SG -  Ligue 1 17/18 (SportTv4)
 - 17:30 - Borussia Dortmund -v- Bayern München -  1. Bundesliga 17/18 (SportTv2)
 - 17:30 - West Ham -v- Liverpool -  Premier League 2017/18 (SportTv3)
 - 18:00 - Braga -v- Benfica -  Liga SportZone 17/18 (TVI24)
 - 19:00 - Monaco -v- Guingamp -  Ligue 1 17/18 (SportTv4)
 - 19:45 - Barcelona -v- Sevilla -  Liga Espanhola 17/18 (SportTv2)

Domingo 2017/11/05
 - 14:00 - Juventus -v- Benevento -  Serie A 2017/18 (SportTv1)
 - 14:00 - Chievo -v- Napoli -  Serie A 2017/18 (SportTv5)
 - 14:15 - Manchester City -v- Arsenal -  Premier League 2017/18 (SportTv3)
 - 15:00 - Benfica B -v- Penafiel -  Ledman LigaPro 17/18 (BTv)
 - 15:00 - Alverca -v- Vila F. Rosário - AF Lisboa Pro-nacional 2017/18
 - 15:00 - Vilafranquense -v- Lusitânia dos Açores - Campeonato de Portugal Série D 17/18
 - 16:30 - Chelsea -v- Manchester United -  Premier League 2017/18 (SportTv3)
 - 18:00 - Ajax -v- FC Utrecht -  Holland 17/18 (SportTv4)
 - 18:00 - V. Guimarães -v- Benfica -  Liga NOS 17/18 (SportTv1)
 - 19:00 - Corinthians -v- Palmeiras -  Brasileirão 2017 (SIC Rad)
 - 19:45 - Real Madrid -v- Las Palmas -  Liga Espanhola 17/18 (SportTv2)
 - 19:45 - Sassuolo -v- Milan -  Serie A 2017/18 (SportTv3)

Quinta-feira 2017/11/09
  - 19:45 - Irlanda do Norte -v- Suíça -  WC2018 UEFA (SportTv1)
 - 19:45 - Croácia -v- Grécia -  WC2018 UEFA (SportTv2)

Sexta-feira 2017/11/10
 - 12:00 - Japão -v- Brasil -  Amigáveis 2017 (SportTv1)
 - 19:45 - Portugal -v- Arábia Saudita -  Amigáveis 2017 (RTP1)
 - 19:45 - Suécia -v- Itália -  WC2018 UEFA (SportTv1)
 - 20:00 - França -v- País de Gales -  Amigáveis 2017 (SportTv2)

Matic e o cavalheirismo

Nemanja Matic é o nome do cavalheiro sérvio que marcou o primeiro dos dois golos que o Benfica sofreu em Manchester. Justamente por ser um cavalheiro, Matic não festejou o seu golo. Nem sequer simulou nada que se parecesse com um sorriso discreto naquele instante em que viu a bola, que rematou com estrondo, embater primeiro no poste e depois nas costas do seu meio-compatriota Svilar para, por fim, rebolar sem remorsos para o fundo da baliza do Benfica. 

"O Benfica merece-me muito respeito e por isso não celebrei", explicou Matic aos jornalistas quando tudo terminou. Enfim, como se fosse preciso explicar. 

O Manchester United vai passar à fase seguinte da Liga dos Campeões e Matic é o seu maestro. Na Liga inglesa, entretanto, vai de mal a pior o antigo clube do sérvio que passou pela Luz. E, na Liga dos Campeões, diga-se que também o Chelsea tem andado aos papéis. Na sua última prestação europeia, o Chelsea – que foi campeão de Inglaterra na última época com Matic nas suas fileiras – apanhou 3-0 em Roma. Está, portanto, instalada uma espécie de crise em Stamford Bridge e até o treinador, o italiano Antonio Conte, que era bestial no ano passado passou agora a ser uma besta. 

Foi um antigo jogador do Man. United, Phil Neville, quem veio publicamente em socorro do bom nome e da reputação de Conte explicando "apenas numa palavra", como o próprio acentuou, a queda de produção do Chelsea em 2017/18. E a palavra é: "Matic." Quis dizer o pragmático Neville que o Chelsea está a pagar a fatura de ter deixado sair o sérvio para o rival Manchester United. "Quem o vendeu devia ser preso", acrescentou, já sem pragmatismo nenhum. 

Quando, em janeiro de 2014, o Benfica vendeu Matic ao Chelsea ninguém viria a exigir responsabilidades aos dirigentes da Luz, até porque nesse mesmo ano, já sem Matic, o Benfica viria a conquistar o título de campeão. E também sem Matic voltou a ser campeão em 2014/15, em 2015/16 e em 2016/17, perdendo sempre jogadores da dimensão de Garay, Oblak, Enzo Pérez, Gaitan, Renato Sanches, Gonçalo Guedes e tantos outros tão preciosos nessas conquistas que conduziriam ao tetra e a outras glórias. 

Mas agora que o Benfica está de saída da Europa pela porta pequena e que segue na Liga portuguesa a uma mão-cheia de pontos de distância do FC Porto, todos estes jogadores que não fizeram falta nenhuma somados aos que saíram no verão passado – Ederson, Nelson Semedo, Lindeloff e Mitroglou – passaram, num ápice, a fazer uma falta do outro mundo. Neste Mundo, o Mundo atual do Benfica, agradece-se por tudo isto a bonita cortesia de Matic na noite de Manchester. 



Para a triste História dos ‘Olés!’  
No lugar de dar uma lição urgente, optou por alimentar o vício 
Presentear com ‘olés!’ os resultados trágicos dos adversários ocupa o patamar mais baixo do comportamento do público. Trata-se da mais desapiedada crueldade. Mas é irresistível, contraporão os sociólogos que se ocupam do fenómeno em todas as suas vertentes. 

A vertente da desproporção financeira e da desproporção de estatuto, por exemplo, justificará os ‘olés’ dos adeptos do Girona vendo a sua equipa bater o Real Madrid ou os ‘olés’ dos fleumáticos britânicos em Wembley saboreando a quase goleada imposta pelo Tottenham aos mesmos galácticos de Madrid? Não, não justifica. Pior ainda foram os ‘olés’ do público do pavilhão da Luz à equipa do Azeméis Futsal vergada ao peso de um resultado tão desproporcionado quanto a dimensão dos dois emblemas. 

O treinador do Azeméis não gostou mas, no lugar de dar uma lição retórica que se apresentava urgente, optou por alimentar o vício, mandando o público benfiquista fazer o mesmo no próximo jogo com o Sporting. Assim não vamos lá.



Fonte: Leonor Pinhão @ Correio da manha

Aquele que nunca tiver pecado atire o primeiro juiz

Um acórdão escrito pelo Juiz Desembargador Neto de Moura e subscrito pela Juíza Desembargadora Maria Luísa Arantes justifica a leveza da pena de dois agressores de uma mulher dizendo: “o adultério da mulher é um gravíssimo atentado à honra e dignidade do homem. (…) Na Bíblia, podemos ler que a mulher adúltera deve ser punida com a morte.” É difícil entender a sanha dos juízes contra a única coisa boa do casamento: o adultério.

Devem ser pessoas solteiras, estes meritíssimos. No entanto, já me parece interessante a ideia de recorrer à Bíblia para regular os nossos tempos, tão debochados. O sentido de justiça do livro sagrado, sobretudo quando o lemos ao pé da letra, pode contribuir para a tão necessária moralização da nossa sociedade. Além das mulheres adúlteras, outra gente igualmente pérfida terá à sua espera castigos adequados. Se alguém for presente a tribunal por ter sido apanhado a comer uma bifana (um delito a que as autoridades fecham os olhos há demasiado tempo), Neto de Moura pode recordar-lhe Isaías 66:17: “os que comem carne de porco, répteis e ratos, todos eles perecerão”. E encaminhá-lo para a cadeira eléctrica. Algum homossexual detectado pela polícia terá de se confrontar com a lei de Levítico 18:22: “Não te deites com um homem como se fosse uma mulher: é uma abominação.” Do mesmo modo, qualquer cidadão que vista uma dessas calças modernas deve ouvir, da boca de Neto de Moura, a regra expressa em Levítico 10:6: “Não rasgueis as roupas, para não morrerdes, e para que Javé não fique irritado contra toda a comunidade.” Se um homossexual com jeans rasgados for visto a comer uma bifana, talvez o Supremo tenha de intervir. Outros crimes graves, tais como sexo antes do casamento, masturbação, trabalhar ao sábado, divórcio, cortar o cabelo de determinada forma, serão devidamente castigados.

Por outro lado, algumas das actuais penas serão bastante menos pesadas. Por exemplo, um violador, normalmente condenado a vários anos de prisão, terá sorte se for parar ao tribunal da dupla Neto de Moura/Luísa Arantes, uma vez que a Bíblia propõe uma pena bastante diferente, em Deuteronómio 22:28: “Se um homem encontra uma jovem que não está prometida em casamento e a agarra e tem relações com ela, (…) dará ao pai da jovem 50 moedas de prata, e ela tornar-se-á sua mulher.” Quem tiver 50 moedas de prata disponíveis e deseje casar-se com uma senhora da comarca de Neto de Moura, já sabe: basta violar a futura esposa. Além da garantia do casamento, fica com um episódio bem romântico para contar aos filhos, à mesa do jantar.

Além de recorrer à Bíblia, os juízes ainda lembram que, em certas sociedades, as mulheres adúlteras são condenadas à morte por apedrejamento. Neste ponto, creio que os autores do acórdão revelam um louvável desejo de se envolver no processo. Juízes que são calhaus podem colaborar com a justiça duas vezes: ordenando o castigo e participando nele.



Fonte: Ricardo Araújo Pereira @ Visão

Desporto de fim de semana - 2024/03/23

Sábado, 2024/03/23  - 14:00 - Futebol Feminino - SL Benfica -v- Sc Braga - Liga Bpi | 23/24 - Jornada 18  - 15:00 - Rugby - SL Benfica -v-...